quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Caravaggio – A Alma e o Sangue (Caravaggio: L'anima E Il Sangue)


País: Itália
Ano: 2019
Gênero: Documentário
Duração: 96 min
Direção: Jesus Garces Lambert
Elenco: Marigliano Emanuele e Manuel Agnelli.

Sinopse: um mergulho na vida e obra do pintor italiano Caravaggio. Passando por Milão, Florença, Roma, Nápoles e Malta, o documentário explora os tormentos e contradições do artista, conhecido por contrapor luz e sombra em suas criações.

Crítica: “Caravaggio – a Alma e o Sangue” apresenta as pinturas do artista, a sua genialidade e os seus tormentos de forma bem inovadora.
A direção usa recursos visuais e fotográficos para revelar o que cada obra tem a dizer, o que Caravaggio queira de fato pintar, e para observamos melhor o “tenebrismo”, técnica caracterizada pelo uso melodramático de fortes contrastes de luz e sombra). 
Pessoas reais são colocadas nos papéis das personagens, assim como os modelos que Caravaggio costumava usar, criam empatia e uma relação mais direta com os  espectadores.
A pesquisa documental é impressionante. Tem início  nos Arquivos Históricos da Diocese de Milão, onde encontramos o certificado de batismo do artista, datado de 29 de Setembro de 1571, onde está declarado o seu local de nascimento a cidade de Milão e não, como sempre se pensou, a cidade de Caravaggio. Outros documentos comprovam ações legais contra o artista e reforçam a imagem de temperamental, arrogante e propenso a brigas. Há ainda contratos de trabalhos artísticos, como no caso das capelas Contarelli e Cerasi.
Os depoimentos do professor Claudio Strinati, conselheiro técnico, historiador de Arte e especialista em Caravaggio; do professor Mina Gregori, presidente da Fundação Roberto Longhi para os Estudos de História da Arte; e de Rossella Vodret (curadora da exposição “Dentro Caravaggio” no Palazzo Reale em Milão até 28 de Janeiro de 2018) são totalmente indispensáveis ao filme. O primeiro conta a história do artista em relação direta com as suas pinturas. O segundo oferece diversas observações sobre o trabalho do artista. E a terceira explica as descobertas mais recentes sobre a técnica pictorial do artista.
O filme é imperdível, sobretudo para os amantes desse gênio que ousou e se tornou um mestre na pintura de grandes telas, de 3 a 4 metros de altura.
Várias obras são retratadas no documentário e esmiuçadas para que observemos. Junto de cada uma está o ano de criação e o local de exposição atual. Seguem algumas delas:

Tocador de Alaúde (considerado por Caravaggio a sua melhor obra).
(1596 – Hermitage, São Petersburgo)

O Sacrifício de Isaac
(1603 – Galleria degli Uffizi, Florença)


Conversão no Caminho de Damasco
(1600, Basílica Santa Maria del Popolo, Roma)

Vocação de São Mateus
(1599/1600 – Igreja San Luigi dei Francesi, Roma)


Martírio de São Mateus (à esquerda no canto; Caravaggio fez o próprio autorretrato na observando a cena).
(1599/1600 – Igreja San Luigi dei Francesi, Roma)


A Inspiração de São Mateus
(1602 – Igreja San Luigi dei Francesi, Roma)


Conversão de São Paulo
(1601, Basílica Santa Maria del Popolo, Roma)

O Sepultamento de Cristo (ou A Deposição de Cristo)
(1603/4, Pinacoteca Vaticana, Roma)


O Sepultamento de Santa Lúcia
 (1603/4, Pinacoteca Vaticana, Roma)


As 7 Obras da Misericórdia pintadas em uma obra só. A tela tem 4 metros de altura por 2,5 m de largura.
(1607 – Igreja Pio Monte della Misericordia, Nápoles)

As sete obras de misericórdia “corporal” que Caravaggio representou nessa tela são: 1) alimentar os famintos; 2) dar de beber aos quem têm sede; 3) vestir os despidos; 4) abrigar os sem abrigo; 5) visitar os doentes; 6) visitar os cativos; e 7) sepultar os mortos.
É preciso observar a tela com calma, para achar as “obras” da misericórdia enumeradas acima.


Judite e Holofernes (Decapitação)
(1599 – Galeria Nacional de Arte Antiga, Roma)


Davi com a Cabeça de Golias
(1609/10 – Galleria Borghese, Roma)

Avaliação: ****

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