quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Era Uma Vez em Hollywood (Once Upon A Time In... Hollywood)


País: EUA
Ano: 2019
Gênero: Comédia dramática
Duração: 161 min
Direção: Quentin Tarantino
Elenco: Leonardo Dicaprio, Brad Pitt, Margot Robbie e Al Pacino.

Sinopse: Los Angeles, 1969. Rick Dalton é um ator de TV que, juntamente com seu dublê, está decidido a fazer o nome em Hollywood. Para tanto, ele conhece muitas pessoas influentes na indústria cinematográfica, o que os acaba levando aos assassinatos realizados por Charles Manson na época, entre eles o da atriz Sharon Tate, que estava grávida do diretor Roman Polanski.

Crítica: no seu nono filme, Tarantino mostra uma história que surpreende por ter menos violência e reviravoltas, como a que estamos acostumados a ver.
Aposta na diversão e cultura, apresenta personagens brincando com estas figuras como quem brinca de bonecos dispostos em situações desconexas e sem direção, pelo simples prazer do jogo.
Os protagonistas são três: Rick Dalton (Leonardo DiCaprio), ator pouco experiente de faroestes televisivos, seu melhor amigo, Cliff Booth (Brad Pitt), dublê decadente e assistente pessoal do colega, e Sharon Tate (Margot Robbie), atriz pouco conhecida, que leva uma vida ao lado do namorado, o cineasta Roman Polanski – todos em excelente performance. Há, ainda, a participação especial de Al Pacino  seguro como sempre.
O foco do projeto se encontra no aspecto patético do ator tentando ser amado e reconhecido, do dublê que se limita à função de capacho e da esposa-troféu que passa os dias caminhando pela cidade, bela e superficialmente. Não há exaltação ao glamour do cinema.
Tarantino se diverte com o cotidiano destes anti-heróis, os diálogos banais nos bastidores, o momento de dar comida ao cão, os ensaios sozinhos dentro de casa.
Depois de uma breve introdução com Rick participando de produções repletas de clichês, o filme para de investigar as vidas profissionais de seus personagens para desconstruir a imagem do heroísmo. Embora nos prepare para uma ascensão na carreira de Rick, ela nunca se concretiza; embora Cliff seja reconhecido como um dublê capaz de encarar qualquer desafio, ele não é visto desempenhando nenhuma cena sequer; embora Sharon tenha participado de filmes famosos, nunca a vemos num set de filmagem.
Apesar das referências e acenos a atores e filmes reais dos anos 1950 e 1960 (o roteiro se esforça para incluir o máximo de referências possível), incluindo os western spaghetti, dos diálogos engraçados e dos sucessivos planos-sequência bem filmados, o longa se arrasta um pouco em suas cenas isoladas e, talvez, frustre um pouco o espectador que aguarda a violência que, no desfecho, vem com uma sequência impressionante e muito bem atuada, bem no estilo Tarantino.

Avaliação: ***

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