quarta-feira, 30 de abril de 2003

Confissões de uma Mente Perigosa

Título original: Confessions of a Dangerous Mind
País: EUA/Canadá/Alemanha
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 113 min
Direção: George Clooney
Elenco: Dick Clark, Sam Rockwell, Michelle Sweeney, Drew Barrymore, Chelsea Ceci, Michael Cera, Aimee Rose Ambroziak, Isabelle Blais, Melissa Carter, Jennifer Hall, Ilona Elkin, Sean Tucker, Jaye P. Morgan, Maggie Gyllenhaal e David Hirsh.

Sinopse: história baseada nas memórias de Chuck Barris (Sam Rockwell), conhecido empresário americano que fez fortuna na indústria da televisão, com seus programas populares, ao mesmo temo em que manteve secretamente a função de espião da CIA.

Crítica: é uma boa estreia de Clooney como diretor, mas diante de tanto conteúdo, a história poderia ter sido melhor explorada. Mais detalhes e com menos pressa, a trama teria envolvido mais o espectador. Muitas informações são simplesmente jogadas na tela e, com os flashbacks frequentes, fica ainda mais complicado.
Por exemplo, a versão de que Chuck também tenha sido um agente da CIA é colocada em dúvida durante o filme, sugerindo que tudo não passe de uma criação doentia da sua complexa personalidade. Porém, como isso é feito sem ênfase para não estragar o suspense das enrascadas (reais ou não) em que ele se envolve, não fica muito claro para o espectador.
A película começa com um Chuck arrasado, destruído, depressivo e, daí, a trama segue indo e voltando, apontando sua ascensão e derrocada, seus acertos e erros, sua vida profissional e amorosa. Sem dúvida, uma figura ambiciosa, mas que não foi bem interpretada por Sam Rockwell. Infelizmente, em muitos momentos, não convenceu. Parecia fazer um grande esforço para ser natural.
Em compensação, as imagens são interessantes, os cenários são em feitos e os diálogos, irônicos e inteligentes. E, apesar de ser um drama, há algumas partes engraçadas.
Vale a pena assistir para conhecer um pouco da trajetória do famoso produtor de televisão, que soube inovar com os programas ‘The Newlywed Game’ e ‘The Gong Show’, que ele mesmo apresentava.

Curiosidade: o apresentador brasileiro Sílvio Santos adaptou esses programas em várias versões dominicais, tais como o Namoro na TV e Show de Calouros. Nos anos 80 chegou a exibir tapes de alguns fragmentos do "Show do Gongo" com o próprio Chuck Barris.
Avaliação: ***

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sábado, 26 de abril de 2003

As Confissões de Schmidt

Título original: About Schmidt
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 125 min
Direção: Alexander Payne
Elenco: Jack Nicholson, June Squibb, Hope Davis, Dermot Mulroney, Kathy Bates, Phil Reeves e Howard Hesseman.

Sinopse: Warren Schmidt (Jack Nicholson) é uma pessoa comum. Aos 66 anos, ele acaba de se aposentar de uma firma de seguros e ainda está se adaptando ao seu novo estilo de vida quando sua mulher, Helen, morre. Schmidt então percebe a solidão de sua vida, sente falta da filha, que mora em uma cidade distante e está prestes a se casar com um fracassado, e começa a se perguntar: E agora? Em busca de um sentido para tudo isso ele parte em viagem por alguns dos lugares onde viveu, a bordo de seu trailer, conhecendo novas pessoas e tentando encontrar seu lugar. A viagem termina na véspera do casamento da filha, na casa de Roberta, a mãe do noivo. A depressão de Schmidt se torna ainda maior ao perceber que, além de achar o genro um fracassado, sua família está bem abaixo das expectativas dele como pai.
Crítica: a solidão e o distanciamento entre pais e fihos são os enfoques da trama.
A visão depressiva da vida de Schmidt é uma das melhores análises da sociedade americana e das relações familiares cada vez mais frágeis. O diretor optou por um maior aprofundamento na vida de um único personagem e de suas relações com as outras pessoas. A fórmula deu certo.
Impossível sair do filme sem refletir sobre a importância dada ao nosso sucesso individual. Que diferença, afinal, fazemos nesse mundo?
Schmidt parte na busca de uma resposta, depois de se aposentar e ficar viúvo, comprovando que nunca é tarde para consertar erros do passado. Jack Nicholson domina seu personagem com desenvoltura, convence e comove. O final é uma cena imperdível.
A boa trilha sonora, quase toda em piano, preenche muito bem os silêncios durante o filme. Com tantos elogios, a dica é assistir.
Avaliação: ***

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segunda-feira, 21 de abril de 2003

A Face Oculta da Lei

Título original: Dark Blue
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Policial
Duração: 118 min
Direção: Ron Shelton
Elenco: Kurt Russell, Scott Speedman, Michael Michele, Brendan Gleeson, Ving Rhames, Kurupt, Dash Mihok, Jonathan Banks, Lolita Davidovich, Khandi Alexander, Dana Lee, Chapman Russell Way, Marin Hinkle, Jim Cody Williams e Eloy Casados.

Sinopse: em meio aos violentos conflitos raciais que marcaram Los Angeles no início dos anos 90, o policial veterano Eldon Perry (Kurt Russell) e seu parceiro, o novato Bobby Keough (Scott Speedman), tentam solucionar o assassinato de cinco pessoas num supermercado. Conforme avançam as investigações, a dupla se depara com uma rede de intrigas e corrupção que atinge até o alto escalão da polícia local.
Crítica: um excelente filme policial e explosivo como deve ser, repleto de cenas de ação e violência.
Estamos em Los Angeles, alguns dias antes da absolvição dos polícias acusados do assassinato brutal do motorista negro Rodney King. Enquanto as ruas da cidade dos anjos fervem, o veterano policial Hilton Perry e seu companheiro Bobby Keough começam a investigar um homicídio. Além de terem que enfrentar um dia-a-dia perigoso, eles sofrem enorme pressão dos chefes do departamento de polícia. Nesse ambiente nada saudável, Eldon e Bobby lutam para sobreviver.
A trama funciona como uma crítica direta e sólida à sociedade americana.
Avaliação: ***

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sábado, 19 de abril de 2003

Kamchatka

Título original: Kamchatka
País: Argentina
Ano: 2002
Gênero: Policial
Duração: 105 min
Direção: Marcelo Piñeyro
Elenco: Ricardo Darín, Cecilia Roth, Héctor Alterio, Fernanda Mistral, Tomás Fonzi, Mónica Scapparone, Milton De La Canal, Matías Del Pozo, Leticia Brédice e Nicolás Cantafio.

Sinopse: Harry (Matías Del Pozo) tem 10 anos e tem uma vida normal para qualquer criança de sua idade na década de 70. Porém, quando seus pais começam a ser perseguidos pela ditadura argentina ele e sua família são obrigados a largar todos os seus bens e fugir para uma fazenda.
Crítica: a
história é narrada sob a ótica do menino Harry. Para ele a ditadura é um jogo, onde alienígenas, militares, invadem sua casa e sua família tem que fugir. Escondem-se em uma fazenda e lá ele descobre seu ídolo Harry Houdini, um escapista muito famoso.
Para fazer as noites passarem mais rápido e serem menos entediantes é parceiro de seu pai, Ricardo Darín, em longas e intermináveis partidas do jogo T. A .G, uma espécie de ‘War’. Esse jogo, que entra como um complemento e explicação da história apresenta a questão da resistência nessa época tão difícil.
Com um elenco eficiente e um trabalhado enredo, é mais um sucesso do cinema argentino.
Sem cenas explícitas, retrata com sensibilidade e de maneira emocionante os horrores e as feridas irreversíveis causadas pelo regime ditatorial a inúmeras famílias inocentes.
Com certeza, um filme para ser visto.
Avaliação: ***

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quinta-feira, 17 de abril de 2003

Fale com Ela

Título original: Hable com Ella
País: Espanha
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 116 min
Direção: Pedro Almodóvar
Elenco: Javier Cámara, Darío Grandinetti, Rosario Flores, Leonor Watling, Geraldine Chaplin, Mariola Fuentes, Fele Martínez, Paz Vega, Chus Lampreave, Elena Anaya, Caetano Veloso, Marisa Paredes e Cecilia Roth.

Sinopse: Na platéia de um espetáculo de Pina Bausch, dois espectadores sentam-se casualmente lado a lado. Um deles é Benigno (Javier Cámara), um jovem enfermeiro; o outro é Marco (Darío Grandinetti), um escritor de 40 e poucos anos. Durante a peça The Fairy Queen, de Henry Purcell, Marco se emociona e começa a chorar. Benigno observa as lágrimas do homem que senta ao seu lado e sente certa compaixão do estranho. Chega a sentir vontade de dizer-lhe que também está emocionado, mas não chega a fazê-lo. Meses depois, os dois se encontram novamente na clínica "El Bosque", na qual Benigno trabalha. Dessa vez, o que os une é a tragédia. A noiva de Marco, Lydia (Rosario Flores), uma toureira profissional, está internada, em coma. O enfermeiro cuida de Alicia (Leonor Watling), uma jovem bailarina, que está no mesmo estado. Depois desse segundo encontro, tem início uma grande amizade entre os dois homens, tão estável e linear como uma montanha-russa. Enquanto estão na clínica, os quatro personagens têm suas vidas repassadas, culminando em um destino inesperado para o quarteto.
Crítica: a história é forte, trata de assuntos como estupro, desejo e morte, mas com muito sutileza. As imagens, a fotografia, a trilha sonora e, claro, a exemplar atuação dos atores tornam o filme muito emocionante. Almodóvar abusa dos flashbacks, mantém nossa atenção com as inúmeras reviravoltas na trama e surpreende com o inesperado. Inova e ousa, incluindo um filme mudo em preto-e-branco (fictício, é bom dizer) de sete minutos dentro do filme principal, que altera, positivamente, o ritmo do filme, fazendo-nos esquecer um pouco o drama dos personagens principais. Os diálogos, com algum humor, também ajudam a abrandar a situação que poderia ser tratada com tragicidade. Tudo funciona muito bem, num roteiro maduro e consistente.
Avaliação: ****

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terça-feira, 15 de abril de 2003

As Horas

Título original: The Hours
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 114 min
Direção: Stephen Daldry
Elenco: Meryl Streep, Julianne Moore, Nicole Kidman, Toni Collette, Eileen Atkins, Linda Bassett, Christian Coulson, Claire Danes, Stephen Dillane, Ed Harris, Allison Janney, Charley Ramm, John C. Reilly e Miranda Richardson.

Sinopse: em três períodos diferentes vivem três mulheres ligadas ao livro "Mrs. Dalloway". Em 1923 vive Virginia Woolf (Nicole Kidman), autora do livro, que enfrenta uma crise de depressão e idéias de suicídio. Em 1949 vive Laura Brown (Julianne Moore), uma dona de casa grávida que mora em Los Angeles, planeja uma festa de aniversário para o marido e não consegue parar de ler o livro. Nos dias atuais vive Clarissa Vaughn (Meryl Streep), uma editora de livros que vive em Nova York e dá uma festa para Richard (Ed Harris), escritor que fora seu amante no passado e hoje está com Aids e morrendo.
Crítica: o filme é um convite à reflexão sobre o que somos e qual nosso papel na sociedade. O enredo psicológico é forte e bem interpretado pelas três atrizes, que transportam ao público a dor, a frustração e a infelicidade que sentem.
É intenso porque toca em feridas escondidas e em segredos e sentimentos bem guardados, questiona tabus impostos pela sociedade e mostra que há possibilidade para diversos tipos de relacionamento.
O filme baseia-se no livro de Michael Cunningham, que, por sua vez, se inspirou em “Mrs Dalloway” de Virginia Woolf (a “proust” inglesa).
Daí, podemos também analisar o filme como uma mini-biografia de Virginia Woolf. A escritora apresentava crises depressivas. Em 1941, deixou um bilhete para seu marido e para a irmã. Neste bilhete, ela se despede das pessoas que mais amara na vida e se suicida.
A narrativa, em certos momentos, é lenta e arrastada. Talvez, melhor do que escrever com base na obra de Woolf, fosse apresentada sua bela biografia, uma das mais importantes escritoras britânicas.
Curiosidade: vencedor do Oscar de Melhor Atriz (Nicole Kidman, em 2003.
Avaliação: ***

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sexta-feira, 11 de abril de 2003

Simone

Título original: Simone
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Comédia
Duração: 117 min
Direção: Andrew Niccol
Elenco: Al Pacino, Catherine Keener, Pruitt Taylor Vince, Jay Mohr e Rachel Roberts.

Sinopse: Al Pacino é Victor Taransky, um diretor de cinema que há muito tempo não emplaca um grande sucesso. Em processo de produção de seu próximo filme, Victor entra na lista de dimensões do estúdio quando a estrela da produção decide rescindir o contrato e abandonar os sets de filmagem. Deseperado, ele lança mão de um avançado programa simulador e, secretamente, cria a atriz de seus sonhos: Simone. O problema é que Simone faz um sucesso muito maior que o esperado, tornando-se um verdadeiro fenômeno do show business. Os fãs choram por ela, a idolatram. A imprensa segue seus passos no intuito de desvendar o mistério da nova estrela. E tudo isso provoca um tremenda reviravoltana na vida do diretor, causando-lhe uma série de problemas para manter o grande segredo. Agora, o criador quer livrar-se da criatura, mas descobriu que deu vida a uma mulher tão perfeita que não pode simplesmente destruí-la.
Crítica: a princípio, a história de uma mulher perfeita criada por um programa de computador pode não ser muito atraente. Mas isso é apenas o gancho para a crítica do filme que é fervorosa contra as estrelas hollywoodianas e suas excentricidades e megalomanias. Mostra os bastidores dos estúdios e um mundo repleto de pessoas irracionais, a ponto de questionar-se se a ideia da substituição de atores humanos por ‘atores cibernéticos’. A trama é profunda, interessante e desenvolve-se bem, ainda mais com Al Pacino no elenco. Vale a pena ver.
Avaliação: ***

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quarta-feira, 9 de abril de 2003

O Senhor dos Anéis – As Duas Torres

Título original: The Lord of the Rings: The Two Towers
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Aventura
Duração: 179 min
Direção: Peter Jackson
Elenco: Elijah Wood, Ian McKellen, Liv Tyler, Viggo Mortensen, Sean Astin, Cate Blanchett, John Rhys-Davies, Billy Boyd, Dominic Monaghan, Orlando Bloom, Sean Been, Christopher Lee e Hugo Weaving.

Sinopse: após a captura de Merry (Dominic Monaghan) e Pippy (Billy Boyd) pelos orcs, a Sociedade do Anel é dissolvida. Enquanto que Frodo (Elijah Wood) e Sam (Sean Astin) seguem sua jornada rumo à Montanha da Perdição para destruir o Um Anel, Aragorn (Viggo Mortensen), Legolas (Orlando Bloom) e Gimli (John Rhys-Davies) partem para resgatar os hobbits sequestrados.
Crítica: “As Duas Torres” é, primeiramente, bem diferente do original. O clima fantástico é deixado um pouco de lado por um clima mais realista. A ação toma conta do filme, e os personagens-chave são diferentes. Agora, os hobbits aparecem menos tempo na tela, e são os homens os principais protagonistas. Porém, a sensação de grandeza épica não só continua, como é aumentada neste novo filme. É tudo maior, melhor, e mais atraente para o espectador. Temos uma das melhores cenas de ação já criadas para o cinema: a esperada batalha entre humanos e as forças de Saruman combatendo no Abismo de Helm.
Todos os personagens são interpretados magistralmente. Essa segunda parte da trilogia também registra a entrada da poesia de Tolkien (escritor dos 3 volumes da história), praticamente ignorada no primeiro filme. Sam, em seu monólogo final, recitando um belíssimo trecho do livro, comove com sua mensagem de coragem, que dá forças a Frodo para continuar em sua jornada para a destruição do Anel.
Tecnicamente falando, os efeitos especiais continuam acrescentando à história e são ainda mais numerosos do que na parte I. Além disso, o figurino, a maquiagem, as locações, a trilha sonora, tudo é perfeito no longa.
O grande trunfo, de maneira geral, é conseguir transportar para uma época distante, porém de fácil reconhecimento pelo tom de realismo dado à história e, durante quase três horas, poder acompanhar intensamente a vida de todo um mundo passar por várias mudanças, com seus personagens carregando ódio, amor, esperança, desespero, alegria, tristeza, devoção, incredulidade e angústia.
O espectador só ganha com isso: uma obra com grandes momentos, que divertem e emocionam.
E, ainda, falta a versão final da trilogia. É esperar para ver.
Curiosidade: em 2003, conquistou o Oscar nas categorias de: Melhor Edição de Som e Melhor Efeitos Especiais.
Avaliação: ****

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quinta-feira, 3 de abril de 2003

Cidade de Deus

Título original: Cidade de Deus
País: Brasil
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 135 min
Direção: Fernando Meirelles
Elenco: Matheus Nachtergaele, Seu Jorge, Alexandre Rodrigues, Leandro Firmino da Hora, Roberta Rodrigues, Phellipe Haagensen, Jonathan Haagensen, Alice Braga, Maurício Marques, Gero Camilo, Graziella Moretto, Micael Borges, Douglas Silva, Jefechander Suplino, Emerson Gomes, Édson Oliveira e Luis Otávio.

Sinopse: o filme começa na década de 1960, quando os protagonistas Zé Pequeno, então apelidado "Dadinho", e Bené são pequenos deliqüentes na recém-fundada comunidade de Cidade de Deus, construída pelo governo do Estado da Guanabara, como parte da política de remoção de favelas.
Na década de 1970, os antigos amigos assumem o comando do tráfico de drogas na comunidade, que agora está ainda mais empobrecida e violenta. Os dois estabelecem prioridades bastante diferentes em suas vidas. O conflito entre o bando de Zé Pequeno contra o único foco de resistência ao seu controle total da Cidade de Deus, a área controlada pelo bando de Sandro "Cenoura", acirra-se quando morre Bené, que protegia "Cenoura" devido à antiga amizade entre os dois, e deixa o caminho livre para que Zé Pequeno desencadeie uma verdadeira guerra pela hegemonia do comando do crime no local.
Todo o drama é contado a partir do ponto de vista de Buscapé, um garoto pobre da comunidade que sonha em ser repórter fotográfico e resiste à tentação de entregar-se ao, aparentemente, mais fácil caminho da criminalidade.
Crítica: adaptado do livro homônimo do escritor Paulo Lins, Cidade de Deus é, sem dúvida, o melhor filme brasileiro, provando que se pode fazer um cinema de qualidade no Brasil.
Por tratar do assunto violência, a história poder até ter sido mais uma entre tantas já retratadas. Porém, a forma como é conduzida surpreende até os mais resistentes. Mostra a violência de dentro para fora. Mesmo sem contextualizar os problemas sociais ou sugerir soluções, expõe como a falta de perspectivas e a ausência do poder público formam verdadeiros exércitos de jovens e crianças que manipulam armamentos pesados e matam com uma frieza desconcertante, sempre em prol do comércio de drogas.
O cenário bem montado, o elenco em harmonia e a fotografia espetacular demonstram a competência do cineasta. Os atores surpreendem, pois muitos são amadores. Grande parte vive mesmo nas favelas e comunidades do Rio de Janeiro. Para um melhor resultado, a produção do filme passou cerca de quatro meses em laboratório com eles. A ideia foi criar uma integração, como se eles realmente se conhecessem há muito tempo, tivessem crescido juntos e criado rivalidades.
Introdução, desenvolvimento e final do longa são impressionantes. Comove, informa e acrescenta. Recomendadíssimo!
Curiosidade: em 2009, o filme foi escolhido como um dos 100 melhores de todos os tempos pela revista ‘Time’.
Avaliação: *****

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