sábado, 12 de setembro de 2009

O Nome Dela é Sabine

Título original: Elle s’appelle Sabine
País: França
Ano: 2009
Gênero: Documentário
Duração: 85 min
Direção: Sandrine Bonnaire
Elenco: -

Sinopse: a atriz Sandrine Bonnaire narra a história da irmã Sabine, que é autista, através de imagens filmadas ao longo de 25 anos. Sandrine testemunha o momento atual de Sabine, que depois de uma estadia infeliz num hospital psiquiátrico, passa a viver numa estrutura adaptada a ela. E, dessa forma, numa casa na região de Charente, na França, reencontra a felicidade. A partir desse episódio, o documentário mostra a penúria e o despreparo de algumas instituições especializadas e as dramáticas consequências que podem causar aos doentes.

Crítica: o documentário é composto de dois momentos. O primeiro sublinha a juventude de Sabine, registrada em vários vídeos de família. Nessas imagens de arquivo, seu olhar esbanja vivacidade. Ela dança e toca piano, vai à praia e viaja aos EUA. A segunda Sabine é captada no presente, em uma instituição especializada (aberta graças à "notoriedade" da autora do filme). Agora ela é outra: gorda, dispersa, cansada e insegura. Ainda assim, ao que parece, Sabine já melhorou bastante desde que deixou o hospício, onde ficou por 5 anos. Sandrine costura esses dois períodos com uma pontual narração em off descritiva, sem adjetivos. O filme não se interessa em expor misérias ou questionar a veracidade de um diagnóstico. Tampouco se empenha em críticas ao tratamento psiquiátrico na França. E embora a culpa seja aqui algo palpável, não tem como propósito culpabilizar seja a família ou alguma instituição. A intenção é de outra ordem.
Sandrine soube sabiamente não pôr seu filme a serviço do sentimentalismo. Muito pelo contrário, é a sua frieza (estranhamente afetiva) que nos acorda para as dores dessa história. O tipo de olhar proposto ao espectador neste filme vai na direção contrária ao oferecido, por exemplo, pelos reality shows. Embora gire em torno de questões pessoais, ‘O Nome Dela é Sabine’ não está a serviço de uma expressão narcísica. Não há invasão de privacidade, mas cumplicidade. Sandrine nos chama para mais perto, nos convida a acompanhar o filme, não sua intimidade. Envolve-nos, por intermédio da carga afetiva aplicada ao filme e que o realizador procura tornar nossa.
O final é desconcertante. Sabine vê imagens do que talvez tenha sido o momento mais feliz de sua vida: uma viagem com a irmã à Nova York. Ela se reconhece jovem e bonita, e chora, “de alegria”, diz ela.

Avaliação: ***

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