sábado, 25 de setembro de 2010

Wall Street – O Dinheiro Nunca Dorme

Título original: Wall Street – Money Never Sleeps
País: EUA
Ano: 2010
Gênero: Drama
Duração: 137 min
Direção: Oliver Stone
Elenco: Michael Douglas, Shia LaBeouf, Josh Brolin, Frank Langella, Carey Mulligan, Susan Sarandon e Charlie Sheen.

Sinopse: Jacob "Jake" Moore (Shia LaBeouf) é um novato corretor da Bolsa de Valores norte-americana, que está namorando Winnie (Carey Mulligan), a filha de Gordon Gekko (Michael Douglas). Jake acredita que seu chefe, Bretton James (Josh Brolin), teve alguma ligação com a morte de seu mentor. Gekko decide, então, ajudar o jovem Jake em seus planos de vingança.
Curiosidade: continuação de Wall Street (1987), filme em que Michael Douglas levou o Oscar de Melhor Ator.
Com um orçamento de US$ 70 milhões, o longa-metragem foi rodado entre setembro e novembro de 2009. Josh Brolin, que emagreceu 30 quilos em um mês para viver o personagem, já trabalhou com o diretor Oliver Stone em W. (2008), no qual interpretou George W. Bush.

Crítica: em tempos de capitalismo pós-industrial, os gráficos oscilam e os números dançam, enquanto milhões de pessoas perdem suas economias, empregos, casas. A felicidade torna-se uma questão econométrica, mensurada por taxas, fórmulas e análises incompreensíveis, dominadas pelo clube seleto dos bancos multinacionais. Em questão de minutos, comprar e vender pode ser a diferença entre a riqueza e a ruína, entre o sucesso e o suicídio. Isso é bem explorado no filme.
“Wall Street – O Dinheiro Nunca Dorme” toma por pano de fundo o quase-colapso financeiro de 2008. Nos EUA, a bolha especulativa estourou e causou uma recessão mundial comparável somente à quebra da Bolsa de Nova York de 1929. Nesse cenário de medo e ruína generalizada, o diretor retoma a história de Gordon Gekko (Michael Douglas), o capitalista selvagem de “Wall Street – Poder e Cobiça” (1987).
Na primeira sequência, Gordon/Douglas emerge do sistema prisional, depois de cumprir pena por delitos financeiros. Os demais ex-detentos são apanhados por amigos ou parentes, mas Gordon encontra-se só, ninguém vem buscá-lo na porta da cadeia. Apesar disso, seu olhar confiante dá a impressão de se tratar do mesmo personagem do longa anterior. A prisão não teria sido capaz de dobrá-lo. Ele até lança um livro com o título “A ganância é boa” e dá palestras sobre como ganhar dinheiro.
Mas nessa segunda versão, o diretor concentra-se no drama sentimental entre ele, sua filha Winnie (Carey Mulligan) e o namorado dela, Jake (Shia LaBeouf). Winnie rejeita o pai e tudo o que ele representa. Não liga para grana, mantém um blog militante sem fins lucrativos e se preocupa “com o que realmente importa”.
A simpatia de Jake por Gordon tensionará o conflito com Winnie, que não quer saber do pai. O triângulo converte-se rapidamente num draminha emocional, com direito à trilha melosa, diálogos rasos e apelos sentimentais.
Se o filme pretende criticar o capitalismo na sua perversidade, não consegue ir além de lição de moral. O problema não seria a injustiça e a desigualdade intrínsecas, mas a maldade de alguns indivíduos, interessados somente no lucro, na usura, na competitividade predatória.
As críticas soam ingênuas e não convencem o espectador. As cenas de sentimentalismo são exageradas, principalmente quando a personagem Winnie entra em cena, alternando caras de choro e sorrisos delicados, empacada num sentimentalismo intragável.
Faltou espaço para os personagens crescerem em suas atuações. A agressão ao sistema capitalista, vista como um obstáculo à felicidade familiar e conjugal, parece vazia na trama.
Oliver Stone poderia ter centrado sua direção em outro rumo. Definitivamente, o primeiro filme foi melhor, mais profundo e soube captar melhor o momento vivido à época, apesar de ter sido filmado em 1987.

Avaliação: ***

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