Jeanne Dielman (Jeanne Dielman, 23 Quai du Commerce, 1080 Bruxelles, Bélgica)
País: Bélgica
Ano: 1975
Gênero: Drama
Duração: 201
min
Direção: Chantal
Akerman
Elenco: Delphine
Seyrig e Jacques Doniol-Valcroze.
Sinopse: a rotina de uma viúva que cuida do filho e faz
programa para reforçar a renda expõe três facetas impostas à mulher: mãe, dona
de casa, prostituta. Se a rotina é revelada em planos minuciosos, o sexo só se
vê no final “redentor”, que endossa a autonomia dessa personagem sem igual no
cinema.
Crítica: um filme difícil de se assistir devido à sua duração
de 3 horas e 15 minutos. Requer mesmo um exercício de concentração do público, mas
é recompensador.
O diretor foi muito ousado na
escolha da forma de filmar: uma câmera ligada filmando Jeanne (de forma bem natural),
nos cortes de edição e na crítica ferrenha que faz à sociedade machista. Vale lembrar
que o filme é de 1975. O próprio título original do longa já é instigante: o nome de Jeanne seguido pelo seu endereço em Bruxelas.
O roteiro é bastante sutil
e, aos poucos, revela suas intenções. Acompanhamos a rotina maçante de uma
mulher viúva (há 6 anos) que vive basicamente para sustentar seu filho. Todos
os dias ela segue o mesmo ritual, faz as mesmas tarefas. Não tem amigos, lazer
ou dinheiro que sobre para comprar algo para si. E isso tudo já incluindo o
extra que ganha fazendo programas em casa.
Ninguém sabe do seu segredo
e ela vai seguindo dia a dia, por não haver outra saída. O pouco que sabemos de
seu passado nos é exposto nas conversas que tem com o filho, sua úncia companhia,
ou na carta recebida de sua irmã que vive no Canadá. E também conhecemos um
pouco sobre seu reservado filho.
O final é inesperado e mostra
o que uma pessoa infeliz é capaz de fazer.
Por mais incrível que
pareça, o diretor consegue manter nossa atenção acompanhando os hábitos de
Jeanne. A trama divide-se em três dias do cotidiano dessa mulher.
Avaliação: ***
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