Colette
País: EUA/Reino
Unido
Ano: 2018
Gênero: Drama
Duração: 111
min
Direção: Wash
Westmoreland
Elenco: Keira
Knightley, Dominic West e Eleanor Tomlinson.
Sinopse: Colette (Keira Knightley) é uma romancista
francesa que sofre com seu casamento abusivo e com seu parceiro que tenta
ganhar créditos sobre suas obras de maneira ilegal. Para superá-lo, ela emerge
como uma grande escritora em seu país e, por conseguinte, como uma candidata ao
Prêmio Nobel em Literatura.
Crítica: "Colette" é um filme sobre o papel protagonista
da mulher na sociedade que usa bem a escritora francesa como veículo de
divulgação do papel da mulher na sociedade (à época, 1873). Pode-se facilmente
dizer que Sidonie Gabrielle Colette, a autora, foi, ela mesma, tão integral à
emancipação feminina que sua história e a mensagem passada se confundem.
Focando no começo da
carreira da futura escritora, vivida por Keira Knightley (sem dúvida, em sua
melhor performance no cinema), vemos rapidamente suas raízes camponesas, na
região da Borgonha, e seu casamento com Henry Gauthier-Villars (Dominic West),
então já um autor conhecido em Paris, que escreve sob o codinome de Willy e que
a leva para a cidade grande. O que vemos a seguir é centrado na relação dos
dois, ele o típico cafajeste, mas com ideias e conceitos interessantemente
progressistas e ela adaptando-se a uma realidade que não imaginava,
literalmente desabrochando para um mundo novo, mas dominado pelo sexo
masculino.
Henry Gauthier-Villars
também tem uma ótima atuação, criando uma fusão perfeita entre o odiável e o
irresistível, entre o cafajeste e o simpático e cativante.
Apesar de as atitudes de
Willy (diante de sua esposa serem nada corretas, o roteiro faz um grande
esforço para demonstrar que existia uma forte ligação intelectual que os une.
Colette se vê gratificada e feliz com o sucesso dos livros protagonizados por
sua personagem autobiográfica Claudine, ainda que Willy seja reconhecido como o
autor. Mesmo considerando os abusos do marido, como o famoso momento em que ele
a tranca no escritório só deixando que ela saia de lá depois de escrever um
número considerável de páginas, parece ter existido uma relação simbiótica por
um bom tempo, a ponto de Colette, mais tarde, ter reconhecido que Claudine não
existiria se não fosse Willy.
Ele exige mais e mais. Os
livros, um após o outro, são uma sensação. Participando de eventos e festas no
círculo parisiense, Colette começa a expor seus sentimentos livremente, demonstrando
interesse por mulheres e não esconde isso de Willy.
A reconstrução de época
também vale destaque, com diversas filmagens em locação em Paris, cidade
fotogênica por si só e preparada naturalmente para lidar com uma fotografia do início
do século XX. Os figurinos evoluem harmonicamente, de acordo com os momentos de
Colette, em seu amadurecimento intelectual e pessoal.
A falha do longa está no
fato de ser falado integralmente em inglês britânico, apesar de se passar
completamente na França, algo que fica ainda mais evidente quando a narração em
off de Knightley é utilizada quando Colette escreve em francês.
Mas, no geral, é uma obra
bem dirigida e que deixa uma mensagem marcante, inclusive para os dias atuais.
Avaliação:
****
0 comentários:
Postar um comentário