Henfil
País: Brasil
Ano: 2017
Gênero: Documentário
Duração: 103
min
Direção: Ângela
Zoé
Elenco: -
Sinopse: o documentário registra uma proposta curiosa
feita a uma turma de jovens animadores: tentar trazer para a atualidade as
obras do cartunista, jornalista e ativista brasileiro Henfil. Além desse
processo, o filme traz depoimentos de amigos e revelações sobre como o artista
hemofílico lidava com sua doença e utilizava seus desenhos como instrumento de
luta contra a censura política de sua época.
Crítica: o documentário é completo e digno do legado
deixado por Henfil. Um artista rebelde, crítico, inquieto, sincero e com um
carisma incrível. Bem articulado, sabia expor suas ideias em palavras e nos
desenhos.
Seu risco, considerado
único por seus colegas e amigos, era impossível de ser copiado. A inspiração
para suas histórias vinha da vida real. Lia muito e acompanhava tudo o que se
passava no país.
No Pasquim, ele driblava a
crítica. Não foi preso como alguns de seus companheiros foram. Alguns acreditam
que talvez tenha sido pelo fato de ser hemofílico, assim como seus dois irmãos
– o sociólogo Betinho e o músico Chico Mário.
O cartunista, quadrinista,
jornalista e escritor brasileiro teve sua carreira como ilustrador iniciada em
1964.
A partir de 1969, passou a
colaborar com o Jornal do Brasil e com O Pasquim. Nessas publicações, seus
personagens atingiram um grande nível de popularidade. Já envolvido com a
política do país, Henfil criou em 1970 a revista Fradim, que tinha como marca
registrada o desenho humorístico, crítico e satírico, com personagens
tipicamente brasileiros.
Com o advento do AI-5 —
garantindo a censura dos meios de comunicação, e os órgãos de repressão
prendendo e torturando os "subversivos" —, Henfil, em 1972, lançou a
revista Fradim pela editora Codecri, que tornou seus personagens conhecidos.
Além dos fradinhos Cumprido e Baixim, a revista reuniu a Graúna (a bem-humorada
e popular personagem), o Bode Orelana, o nordestino Zeferino e, mais tarde,
Ubaldo, o paranoico.
Henfil envolveu-se também
com cinema, teatro, televisão (trabalhou na Rede Globo, como redator do extinto
programa TV Mulher) e literatura, mas ficou marcado mesmo por sua atuação nos
movimentos sociais e políticos brasileiros.
Tentou seguir carreira nos
Estados Unidos, onde passou dois anos em um tratamento de saúde, mas seus
desenhos não foram bem aceitos por lá.
Tudo isso é mostrado no
documentário que nos presenteia, ao final, com um desenho criado por estudantes
admiradores de Henfil, usando seus próprios personagens.
Com excelentes entrevistas,
imagens de arquivo e recursos gráficos, o espectador é surpreendido com um
trabalho criativo e muito bem produzido.
Avaliação: ****
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