Roma
País: México/EUA
Ano: 2018
Gênero: Drama
Duração: 135
min
Direção: Alfonso
Cuarón
Elenco: Yalitza
Aparicio, Nancy García García e Marina de Tavira.
Sinopse: cidade do México, 1970. A rotina de uma
família de classe média é controlada de maneira silenciosa por uma mulher
(Yalitza Aparicio), que trabalha como babá e empregada doméstica. Durante um
ano, diversos acontecimentos inesperados começam a afetar a vida de todos os
moradores da casa, dando origem a uma série de mudanças, coletivas e pessoais.
Crítica: o diretor de “Gravidade” (2013) aposta agora em uma
história intimista, familiar e autobiográfica.
O retrato da empregada Cleo (Yalitza Aparício) que conviveu por anos com sua família é feito de maneira fiel e, em suas mãos,
ganha uma produção peculiar. Ele consegue atrair o espectador para o que ele
quer contar. A primeira imagem (que permanece na tela por alguns instantes) já é bem interessante.
A fotografia do filme em
preto e branco torna-o ainda mais atraente. Os diálogos, as situações, os
acontecimentos em si, os detalhes nas imagens, nos objetos, nos gestos – tudo deixa
nítida a distinção gigante entre as classes sociais.
Mesmo convivendo com a família,
nunca deixará de ser a empregada e a babá, que dorme no emprego e que faz tudo e um
pouco mais. Ela busca a felicidade, contudo é discriminada até entre os seus.
O sorriso fácil no início
da história se perde depois que ela tem uma grande desilusão. Paralelamente,
acompanhamos o drama da sua patroa em meio a um divórcio que tenta esconder dos
4 filhos.
Cleo vê tudo, sabe de todos
os segredos da família, mas permanece calada. Mesmo em meio a rompantes de fúria
dos patrões. A sua participação é tão marcante no dia a dia que é impossível não compartilhar.
A reconstituição da época
(anos 70) é perfeita: figurinos, carros, ônibus, ruas, cinema, letreiros, publicidade. E
ainda há espaço para movimentos de estudantes, artistas famosos, programas de TV,
bandinhas de música e vendedores de rua. Essas inserções são muito bem postas em cena, revelando discrepâncias
enormes na sociedade. A crítica social está sempre presente.
O final vem de repente.
Encerra-se de forma que fica claro que tudo continuará como antes. “C'est la
vie”.
Avaliação: ****
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