A Mula (The Mule)

País: EUA

Ano: 2018

Gênero: Drama, Biografia

Duração: 117 min

Direção: Clint Eastwood

Elenco: Clint Eastwood, Bradley Cooper, Laurence Fishburne, Michael Pena, Dianne Wiest e Andy Garcia.

Sinopse: Earl (Clint Eastwood), um horticultor e veterano da Segunda Guerra Mundial de 90 anos, é pego transportando o equivalente a 3 milhões de dólares em cocaína para um cartel mexicano de drogas.

Crítica: Clint Eastwood dirige e atua em “A Mula” onde ele retrata a vida de um homem repleto de prêmios e medalhas, quase um herói para seus amigos e colegas, mas um estranho e ausente dentro de casa (como esposo e como pai).

Vive só. Nem ao casamento da filha ele compareceu. Apenas a neta mantém contato com ele. Sua ex-esposa o mantém a distância.

Tudo desmorona quando a internet (um dos alvos da crítica do filme) aumenta a concorrência na venda de flores e derruba o lucro que ele tinha com a venda dos lírios (antes os mais concorridos do estado de Illinois). Perde até a casa que estava hipotecada.

É na festa de noivado da neta que surge uma oportunidade de ganhar dinheiro. Alguém dá a ele um contato (de uma borracharia) para “dirigir de um estado a outro”. Ele aceita e lá é comunicado de que deverá transportar algo sem olhar o que é. Depois da primeira viagem, vieram muitas outras e a carga só vai aumentando.

Num determinado momento, ele descobre que está levando cocaína, mas continua. A quantia em dinheiro que recebe é impressionante. Conhece até o chefe do tráfico, interpretado por Andy Garcia.

O roteiro flui bem. Em meio às viagens, as situações são inusitadas e engraçadas e os diálogos são criativos e não poupam piadas quanto ao uso excessivo do celular por parte dos jovens.

Interessante ver um homem, veterano de guerra e sabedor do que é certo e errado (tanto que se arrepende de não ter dado importância e valor à família), ter entrado no submundo das drogas por dinheiro.

Aos 90 anos, solitário, sem os aplausos de antes, sem casa, sem emprego e sem o amor da família, o que lhe resta? Ele arrisca e ache que vale a pena.

O desfecho é duro. Mas como o protagonista acredita: é justo.

Mais um ótimo longa-metragem do Eastwood. Seu último trabalho como ator. Como diretor, ele ainda nos presenteará com mais trabalhos.

Avaliação: ***