As Filhas do Sol (Les Filles du Soleil)
País: França
Ano: 2018
Gênero: Drama
Duração: 115
min
Direção: Eva
Husson
Elenco: Golshifteh
Farahani, Emmanuelle Bercot, Zübeide Bulut e Maia Shamoevi.
Sinopse: Bahar (Golshifteh Farahani) é a comandante das
Filhas do Sol, um batalhão composto apenas por mulheres curdas que atua
ofensivamente na guerra do país. Ela e as suas soldadas estão prestes a entrar
na cidade de Corduena, local onde Bahar foi capturada uma vez no passado.
Mathilde (Emmanuelle Bercot) é uma jornalista francesa que está acompanhando o
batalhão durante o ataque. O encontro entre as duas mulheres, dentro do cenário
caótico que as cercam, irá mudar a vida de ambas permanentemente.
Crítica: ao contrário do nosso imaginário de guerra
sempre masculino, “As Filhas do Sol” retrata uma realidade muito diferente: um
batalhão feminino que luta pela liberdade curda no Iraque, pegando em armas
contra os grupos que sequestraram, estupraram e venderam mais de sete mil
mulheres (incluindo-se aqui meninas de 9-10 anos de idade) no país.
A luta se passa em Corduena
que, atualmente, corresponde à província turca de Şırnak e partes do norte do
Iraque e da Síria, também conhecidas como Curdistão.
A narrativa se divide entre
o tempo presente e os flashbacks, nos quais apresenta as provações enfrentadas
pela soldada Bahar (Golshifteh Farahani), compartilhadas com a jornalista
francesa Mathilde (Emmanuelle Bercot), ambas em convincentes atuações. Apesar
de outras mulheres estarem presentes no combate (todas dispostas a morrer para
alcançar a vitória), a história foca nessas duas.
Para retratar a dificuldade
delas, que contam com a ajuda de poucos homens, e da jornalista para retratar
os horrores da guerra para o mundo, a direção técnica oferece grandes planos
aéreos, usa câmeras lentas para prolongar a duração de um tiro e os close-ups
nos rostos repletos de apreensão, angústia, mas também determinação, e opta por
uma trilha sonora vibrante. Como resultado percebemos a força, a coragem e a
bravura de mulheres jovens que foram capturadas e conseguiram fugir, que
perderam pai, marido e/ou filhos.
Não há na trama informações
didáticas ou históricas sobre o conflito curdo. A trama opta pela amplitude do
conceito de guerra e de solidariedade feminina. Mulheres unidas e dispostas a
vencer e a ter de volta, pelo menos, parte do que perderam.
O desfecho com a leitura da
reportagem de Mathilde sobre o que ela presenciou em Corduena é comovente e
propício. Saímos do cinema pensando em como é possível o mundo se calar diante
de tantos horrores.
Avaliação: ***
0 comentários:
Postar um comentário