terça-feira, 18 de junho de 2019

As Filhas do Sol (Les Filles du Soleil)


País: França
Ano: 2018
Gênero: Drama
Duração: 115 min
Direção: Eva Husson
Elenco: Golshifteh Farahani, Emmanuelle Bercot, Zübeide Bulut e Maia Shamoevi.

Sinopse: Bahar (Golshifteh Farahani) é a comandante das Filhas do Sol, um batalhão composto apenas por mulheres curdas que atua ofensivamente na guerra do país. Ela e as suas soldadas estão prestes a entrar na cidade de Corduena, local onde Bahar foi capturada uma vez no passado. Mathilde (Emmanuelle Bercot) é uma jornalista francesa que está acompanhando o batalhão durante o ataque. O encontro entre as duas mulheres, dentro do cenário caótico que as cercam, irá mudar a vida de ambas permanentemente.

Crítica: ao contrário do nosso imaginário de guerra sempre masculino, “As Filhas do Sol” retrata uma realidade muito diferente: um batalhão feminino que luta pela liberdade curda no Iraque, pegando em armas contra os grupos que sequestraram, estupraram e venderam mais de sete mil mulheres (incluindo-se aqui meninas de 9-10 anos de idade) no país.
A luta se passa em Corduena que, atualmente, corresponde à província turca de Şırnak e partes do norte do Iraque e da Síria, também conhecidas como Curdistão.
A narrativa se divide entre o tempo presente e os flashbacks, nos quais apresenta as provações enfrentadas pela soldada Bahar (Golshifteh Farahani), compartilhadas com a jornalista francesa Mathilde (Emmanuelle Bercot), ambas em convincentes atuações. Apesar de outras mulheres estarem presentes no combate (todas dispostas a morrer para alcançar a vitória), a história foca nessas duas.
Para retratar a dificuldade delas, que contam com a ajuda de poucos homens, e da jornalista para retratar os horrores da guerra para o mundo, a direção técnica oferece grandes planos aéreos, usa câmeras lentas para prolongar a duração de um tiro e os close-ups nos rostos repletos de apreensão, angústia, mas também determinação, e opta por uma trilha sonora vibrante. Como resultado percebemos a força, a coragem e a bravura de mulheres jovens que foram capturadas e conseguiram fugir, que perderam pai, marido e/ou filhos.
Não há na trama informações didáticas ou históricas sobre o conflito curdo. A trama opta pela amplitude do conceito de guerra e de solidariedade feminina. Mulheres unidas e dispostas a vencer e a ter de volta, pelo menos, parte do que perderam.
O desfecho com a leitura da reportagem de Mathilde sobre o que ela presenciou em Corduena é comovente e propício. Saímos do cinema pensando em como é possível o mundo se calar diante de tantos horrores.

Avaliação: ***

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