terça-feira, 18 de junho de 2019

Dor e Glória (Dolor y Gloria)

País: Espanha
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 112 min
Direção: Pedro Almodóvar
Elenco: Antonio Banderas, Asier Etxeandia, Penélope Cruz e Leonardo Sbaraglia.

Sinopse: Salvador Mallo (Antonio Banderas) é um melancólico cineasta em declínio que se vê obrigado a pensar sobre as escolhas que fez na vida quando seu passado retorna. Entre lembranças e reencontros, ele reflete sobre sua infância na década de 1960, seu processo de imigração para a Espanha, seu primeiro amor maduro e sua relação com a escrita e com o cinema.

Crítica: “Dor e Glória” ganhou o prêmio de Melhor Ator para Antonio Banderas, que interpreta um diretor de cinema em declínio após um período produtivo. As diversas dores no corpo, principalmente em suas costas e na cabeça, a ansiedade e a depressão o impossibilitam de trabalhar, por roubarem-lhe a energia e dificultarem que haja o foco necessário para produzir um novo filme. Solitário, ele passa a relembrar sua vida e carreira desde sua infância na cidade de Valência, nos anos 60.
A figura de Salvador Mallo representa o diretor do longa, Pedro Almodóvar. A obra, extremamente intimista, revela suas conquistas, alegrias, frustrações, arrependimentos, tristezas, enfim, suas dores e glórias.
Após a restauração de um de seus filmes clássicos e um convite para um bate papo com o público, Salvador procura seu ator principal, Alberto (Asier Etxeandia), para fazer as pazes, depois de terem brigado 30 anos atrás. Quando Alberto entra na vida de Salvador, ele também compartilha seu vício de heroína. Essa válvula de escape lhe oferece momentos de reflexão: é como se precisasse dar uns passos para trás (em seu passado) para poder seguir em frente.
As sequências em flashback mostram sua infância, a forte presença protetora da mãe (interpretada por Penélope Cruz), a vontade de estudar, a já inclinação para a leitura, o cinema e a arte, os primeiros desejos.
Nessas lembranças percebe como sente falta das pequenas coisas que deixou passar.
Como de costume, exalta a figura da mãe e mulher.
Banderas proporciona uma das performances mais inesquecíveis de sua carreira. É impressionante como o diretor consegue extrair tudo do ator. A cena do reencontro com o ex-amante Federico (Leonardo Sbaraglia) é inesquecível. Os diálogos simples, os olhos lacrimejantes de Salvador e um sorriso sem jeito são tão naturais que podemos sentir os sentimentos e as emoções de Almodóvar. É simplesmente comovente.
Outra excelente cena é a do monólogo interpretado por Alberto num texto chamado O Vício, que é quase uma confissão de amor de Salvador pelo seu ex-amante. Aliás, é disso que o filme trata: de amor, de sentimentos guardados ou feridos, de momentos marcantes, de palavras não ditas ou ditas em excesso.
Na parte técnica, Pedro Almodóvar sempre oferece o melhor em design artístico. As cores vibrantes nas roupas, nos objetos e nas roupas e os quadros de arte são incrivelmente harmoniosos. As filmagens ocorreram no próprio apartamento do diretor.
O maior desnível na narrativa talvez sejam os recursos visuais usados para explicar suas dores e sua consequente incapacidade para se inspirar em novos trabalhos. São alguns minutos prolongados e desnecessários, mas que não chegam a interferir na avaliação final do longa.
Dor e Glória é um dos melhores trabalhos do cineasta espanhol, conhecido por cinéfilos do mundo todo. Pela figura de Salvador Mallo, ele abre seu coração como nunca antes havia feito.
Ainda que tenha um tom mais melancólico e use menos do humor (a que já nos acostumamos em suas obras), é uma bela celebração do cinema e do amor.

Avaliação: ****

0 comentários:

Bilheterias Brasil - TOP 10

Seguidores

  © Blogger templates Newspaper III by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP