domingo, 9 de junho de 2019

Quem Você Pensa que Sou (Celle que Vous Croyez)


País: França
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 101 min
Direção: Safy Nebbou
Elenco: François Civil, Juliette Binoche, Guillaume Gouix, Nicole Garcia e Marie-Ange Casta, Jules Houplain, Jules Gauzelin e Charles Berling.

Sinopse: divorciada há algum tempo, Claire Millaud (Juliette Binoche), de 50 anos, decide criar um perfil falso em uma rede social. Lá, ela atende por Clara, uma bela jovem de 24 anos. Ela decide entrar em contato com Alex (François Civil), amigo do seu ex-namorado. Após muitas conversas e troca de confidências, ele acaba se apaixonando por Clara (na verdade, Claire), que passa também a nutrir um sentimento de amor por Alex. Apesar de tudo se desenrolar no mundo virtual, as emoções evocadas são bastante reais, e podem trazer complicações para ambos.

Crítica: adaptado do romance Celle que Vous Croyez, de Camille Laurens, o filme apresenta o retrato intrigante de uma mulher que se sente só, abandonada e que faria qualquer coisa para se sentir amada.
Na trama, Claire Millaud (Juliette Binoche), tem 50 anos, é divorciada e os filhos foram morar um tempo com o pai. Ela sente-se completamente perdida. O namorado atual, Ludo (Guillaume Gouix) não corresponde aos seus sentimentos e ela decide, a princípio – por brincadeira –, criar um perfil na internet (como nome e foto falsos) e dar em cima do amigo dele, Alex (François Civil).
As conversas esquentam e tornam-se frequentes, tomando boa parte do tempo de Clara, e ambos parecem não sobreviver mais sem esses bate-papos.
Essa aventura de Claire nos é mostrada por meio dos relatos que ela faz à terapeuta. Verdades e mais verdades vão surgindo, como por exemplo, a escolha do perfil não ter sido tão aleatório como parecia. O espectador fica vidrado na tela e a atuação de Binoche é uma das mais impressionantes de sua carreira. Ela sente-se bela, feliz, completa. Ao ser questionada pela terapeuta se ela não sentia-se culpada por mentir e se passar por outra pessoa, ela responde: a voz e a cabeça são minhas; sou eu. Alex adora a “voz” dela.
Alex faz uma viagem e, quando retorna, não aguenta mais. Precisa conhecer Clara pessoalmente. Ela, claro, não pode ser vista.
Para dar uma basta à relação, ela inventa uma mentira que faz Alex desaparecer. Ao ir atrás de informações sobre ele, fica chocada e escreve sobre isso. A história toma aí outro rumo.
O roteiro, que fala de envelhecimento, abandono, paixões, domínio, obsessão, manipulação, sedução, atração por correr riscos e agir fora dos padrões e ilusões criadas pelo mundo virtual (capazes de gerar sérias consequências), é muito inteligente e intenso. E, apesar da tensão existente, também consegue fazer o público rir. O texto é muito habilidoso e sábio. Nada escapa. Imperdível!!!

Avaliação: ****

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