quarta-feira, 13 de maio de 2020

Capone

País: EUA
Ano: 2020
Gênero: Biografia
Duração: 101 min
Direção: Josh Trank
Elenco: Tom Hardy, Matt Dillon, Linda Cardellini e Kyle MacLachlan.

Sinopse: Al Capone (Tom Hardy) é um homem diferente dez anos após sair da prisão. Porém, não necessariamente melhor. Aos 47 anos, o gângster começa a sentir os efeitos da demência. E os danos psicológicos da doença são intensificados pelo passado violento do Inimigo Público nº 1 dos Estados Unidos.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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This Magnificent Cake! (Ce Magnifique Gâteau!)

País: Bélgica
Ano: 2018
Gênero: Animação
Duração: 45 min
Direção: Emma De Swaef e Marc James Roels
Elenco: Jan Decleir, Bruno Levie, Paul Huvenne e Wim Willaert.

Sinopse: África colonial, século 19. A vida de cinco personagens diferentes, um rei perturbado, um pigmeu de meia-idade trabalhando em um hotel de luxo, um empresário falido em uma expedição, um porteiro e um jovem que desistiu da carreira militar.

Crítica: impressionante por sua animação complexa (de lã!) e visão penetrante da crueldade do colonialismo, este curta acompanha cinco personagens no Congo Belga durante o século 19. As atrocidades da história são retratadas com humor mordaz, e o resultado é perturbador, mas fascinante.

Avaliação: a conferir

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O Meu Tio da América (Mon Oncle d'Amérique)

País: França
Ano: 1980
Gênero: Comédia dramática
Duração: 121 min
Direção: Alain Resnais
Elenco: Gérard Depardieu, Nicole Garcia e Roger Pierre.

Sinopse: René (Gérard Depardieu), deixa a fazenda da família para se tornar um executivo, Janine (Nicole Garcia) deixa a família proletária para virar atriz e se envolve com Jean (Roger Pierre), um escritor burguês bem-sucedido. Os três colocam em prática a teoria de comportamento de um cientista francês.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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segunda-feira, 11 de maio de 2020

Joy

País: Áustria
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 99 min
Direção: Sudabeh Mortezai
Elenco: Joy Anwulika Alphonsus, Precious Mariam Sanusi e Angela Ekeleme Pius.

Sinopse: Joy (Joy Anwulika Alphonsus) é uma jovem nigeriana que, para conseguir sustento financeiro, acaba em um ciclo vicioso no mundo do tráfico sexual. Na intenção de fornecer uma vida melhor a sua família, ela trabalha nas ruas diariamente, até que é instruída por sua chefe a tomar conta de uma novata e percebe como as coisas realmente funcionam no sistema hierárquico de prostituição.

Crítica: a primeira cena de Joy (que é o nome de uma das personagens) já incomoda ao mostrar um “juju” (uma espécie de curandeiro) benzendo uma moça que irá para a Áustria se prostituir. Sim, ela está consciente de que será uma prostituta na Europa.
Infelizmente, o tráfico e a exploração sexuais são realidades em muitos países ainda. A Nigéria é hoje uma República Presidencialista Federal, tendo se tornado independente do Reino Unido em 1960.
A situação por lá não é das mais prósperas. Tendo passado por guerra civil, ditadura e conflitos étnicos internos, o quadro atual é de caos social, corrupção, desemprego e pobreza extrema. Então, por que não tentar ir para a Europa melhorar de vida e, também, a da família? É nisso que as jovens pensam ao aceitarem viver longe de suas famílias e venderem o corpo por dinheiro.
Não bastasse estar num local estrangeiro, vivendo como clandestinas, sem documentos oficiais, ainda são confinadas em um espaço pequeno passando o dinheiro ganho para uma “cafetina” que anda com dois “capangas”. Elas somente podem ir embora após pagarem sua “dívida” (que é de um valor absurdo!)
E o pouco que ganham precisam mandar para as famílias na Nigéria que pedem mais e mais.
A narrativa é dura, não ameniza. Mostra que é uma vida de escravidão, sem esperanças e que a violência está sempre à espreita. Há exploradores por todos os lados, e nenhuma garantia.
As mulheres são fantasmas e não têm direito a nenhuma dignidade. O desfecho é um “soco no estômago”.
Uma direção eficiente e boas atuações. Mais uma realidade que é revelada por meio do cinema.
Foi o filme representante da Áustria para concorre ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2020.  

Avaliação: ***

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Lionheart

País: Nigéria
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 95 min
Direção: Genevieve Nnaji
Elenco: Genevieve Nnaji, Nkem Owoh e Onyeka Onwenu.

Sinopse: Adaeze (Genevieve Nnaji) é uma executiva competente que trabalha na empresa de seu pai, a Lionheart Transport. Ela prova constantemente sua habilidade de trazer lucros e lidar com situações difíceis, mas, quando seu pai adoece, quem assume a posição de chefe é seu tio – não tão eficiente assim. Porém, seu desejo de lutar pelo que merece precisa ser deixado de lado para se juntar ao tio e salvar a Lionheart ao descobrirem que a empresa está falindo.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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O Traidor (Il Traditore)

País: Itália/França/Alemanha/Brasil
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 183 min
Direção: Marco Bellocchio
Elenco: Pierfrancesco Favino, Maria Fernanda Cândido e Fabrizio Ferracane.

Sinopse: considerado um dos mafiosos mais relevantes na história da Itália, Tommaso Buscetta (Pierfrancesco Favino) foi também o principal informante da polícia em uma gigantesca operação que resultou em centenas de prisões que ajudaram a desmantelar a máfia italiana. Em meio a mortes, tráfico e ameaças, Tommaso viveu os dois extremos da lei e tornou-se conhecido por seus ex-companheiros como traidor.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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sábado, 2 de maio de 2020

Ema

País: Chile
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 107 min
Direção: Pablo Larraín
Elenco: Gael García Bernal, Mariana Di Girolamo, Santiago Cabrera e Catalina. Saavedra.

Sinopse: um coreógrafo (Gael García Bernal) está trabalhando em sua nova instalação, que reúne projeções e dança, ao mesmo tempo em que enfrenta problemas no relacionamento com a esposa, Ema (Mariana Di Girolamo), uma bailarina que integra sua equipe. Há pouco tempo ambos devolveram à adoção o jovem Paco, após ele ter causado um incêndio em casa que queimou boa parte do rosto da irmã de Ema. A situação criou entre eles uma imensa lacuna e, sem conseguirem se entender, resolvem que o melhor é se separar.

Crítica: Pablo Larraín já tem oito filmes em sua carreira. Vale destacar “No” (2012), “O Clube” (2015) e “Uma Mulher Fantástica”(2017), que são excelentes.
 “Ema” (interpretada, de forma admirável, por Mariana Di Girolamo) é, sobretudo, um filme de mensagens fortes, repleto de entrelinhas, que requer a imersão do espectador no ambiente criado pelo diretor. Um ambiente embalado pela música constante e pela dança (reggaeton) envolvente dos bailarinos num cenário ousado. O fogo tem um grande significado na trama, funcionando como uma metáfora para vários sentimentos de seus personagens.
O lado psicológico é bem explorado pelos diálogos trocados entre Ema e seu marido coreógrafo Gastón (Gael Garcia Bernal), em que ambos trocam ofensas e acusações pelo fato de não terem conseguido ficar com Polo (um menino colombiano, de 11 anos).
Ema quer ser livre, mas que ser mãe – metas nem sempre compatíveis. Ema é indomável. Diante da infertilidade de Gastón e de um processo de adoção que termina mal, ela se vê desesperada e tomando atitudes cada vez mais egoístas e maquiavélicas para conseguir o que quer, sem qualquer arrependimento.
As ações dela são puramente emocionais, instintivas. O diretor arrisca numa obra cuja protagonista é instável e foge dos padrões éticos e morais.
Ema busca o que quer e a qualquer preço. O seu poder de manipulação é impressionante. Seguimos seus passos e, certamente, muito nos incomoda, ainda que não saibamos dizer até que ponto faríamos o mesmo ou não por amor.
Filmado na cidade litorânea Valparaíso (Chile), a trama deixa impressões fortes.

Avaliação: ***

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O Homem que Brincava com Fogo (Mannen Som Lekte Med Elden)

País: Suécia
Ano: 2019
Gênero: Documentário
Duração: 99 min
Direção: Henrik Georgsson
Elenco: -

Sinopse: documentário que detalha o legado e a vida do escritor sueco Stieg Larsson (1954-2004). Criador e autor da trilogia Millennium, de romances policiais que, mais tarde, foram adaptados para o cinema, Larsson, em seu trabalho como jornalista, dedicou-se de forma pioneira a combater os ativistas de extrema-direita e o neonazismo. O filme inclui entrevistas com pessoas próximas a ele, além de material de seu arquivo pessoal, encenações e imagens inéditas.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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segunda-feira, 20 de abril de 2020

Viajante da Meia-Noite (Midnight Traveler)

País: EUA/Qatar/Reino Unido/Canadá
Ano: 2019
Gênero: Documentário
Duração: 88 min
Direção: Hassan Fazili
Elenco: -

Sinopse: um relato em primeira pessoa da saga do diretor afegão Hassan Fazili e sua família na busca por asilo. Depois de ter chamado a atenção dos fundamentalistas com um documentário sobre os combatentes altamente armados do Taliban, em 2015, o grupo islâmico coloca uma recompensa pela cabeça de Fazili. Não tendo outra opção senão fugir com sua esposa e duas filhas, ele narra com precisão as agruras pelas quais os refugiados passam diariamente, em vários pontos do mundo.

Crítica: o documentário filmado somente com três celulares é sensacional. O "nome" faz juz às inúmeras viagens feitas na calada da noite ou pelo fato de a família de Hassan Fazili dormir ao relento.
Hassan é cineasta e entrevistou, para um dos seus filmes, um ex-combatente do Talibã. Ao revelar segredos, despertou a ira do grupo extremista e precisou fugir do Afeganistão com sua esposa (também cineasta) e seus dois filhos. Caso contrário, seriam mortos.
Passou por vários campos de refugiados na Europa durante alguns anos. No caminho, de um país a outro, caronas e noites a céu aberto. Fome, sede, frio, medo, insegurança e incertezas. Os filhos adolescentes sofrem com a instabilidade, a mudança constante e a ausência de uma lar de verdade.
Ainda que as condições nos campos não sejam ótimas, é melhor do que dormir na rua. O problema é a longa espera por asilo em algum país do mundo e a xenofobia. Na Bulgária, ocorre o caso mais extremo. Agressão quando tentam ir a um mercadinho; protestos contra a presença deles e de outros imigrantes na frente do campo e o injusto aprisionamento deles (quando quem deveria ter sido detido era o grupo de “nazis”).
Por fim, Hassan e seus familiares conseguem asilo na Alemanha.
O documentário “caseiro” capta bem a dor de não se estar em casa, o processo de adaptação da família aos locais e às situações, o crescimento dos filhos, os questionamentos sobre o futuro.

Avaliação: ***

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Um Gato, Um Chinês e Meu Pai (Un Gato, Un Chino y Mi Padre)

País: Espanha/Portugal
Ano: 2019
Gênero: Comédia dramática
Duração: 90 min
Direção: Paco R. Baños
Elenco: Natalia de Molina, Manolo Solo e Nadia de Santiago.

Sinopse: George (Natalia de Molina), uma mulher cínica que sofre de agorafobia, limitada pela quantidade de 522 passos que consegue dar em sua casa, enfrenta a morte de seu único companheiro de verdade: o gato. Para garantir que os restos mortais do animalzinho sejam sepultados em um local adequado e superar sua doença, ela transfere a casa inteira para uma van e embarca em uma viagem à sua terra natal, Portugal. Lá, George descobrirá uma maneira particular de lidar com o passado e com a ausência do pai.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Carteiro (Cartero)

País: Argentina
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 80 min
Direção: Emiliano Serra
Elenco: Tomás Raimondi, Germán De Silva, Macarena Suárez e Jorge Sesan.

Sinopse: durante os anos 1990, na Argentina, Hernán Sosa (Tomás Raimondi) começa a trabalhar no correio central, em meio a um contexto de crise econômica, privatizações, aposentadorias voluntárias e uma crescente pobreza. Enquanto fazia uma entrega, ele conhece Yanina (Macarena Suárez) e frustra os misteriosos planos de um grupo de carteiros que o proíbem de retornar ao prédio onde a moça trabalha.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Denmark

País: Dinamarca
Ano: 2019
Gênero: Comédia dramática
Duração: 91min
Direção: Adrian Shergold
Elenco: Rafe Spall, Steve Speirs e Joel Fry.

Sinopse: Herb (Rafe Spall) ultimamente tem vivido em uma maré de azar. Está sem emprego, tem péssimos vizinhos e perspectivas ainda piores. Mas tudo muda quando ele descobre os condenados dinamarqueses levam uma vida de luxo na prisão. Agora, o galês finalmente tem uma motivação: viver na Dinamarca... Só que dentro de um presídio!

Crítica:
Avaliação: a conferir

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domingo, 19 de abril de 2020

Sérgio

País: EUA
Ano: 2020
Gênero: Drama
Duração: 118 min
Direção: Greg Barker
Elenco: Wagner Moura, Ana de Armas, Brían F. O'Byrne e Garret Dillahunt.

Sinopse: Baseado no livro "O homem que queria salvar o mundo", de Samantha Power, e produzido pela Netflix, Sergio relata a biografia de Sergio Vieira de Mello (Wagner Moura), diplomata brasileiro das Nações Unidas que morreu em Bagdá, em 2003, durante um bombardeio à sede da ONU local.

Crítica: o aguardado filme sobre o diplomata Sérgio Vieira de Mello não fez juz ao seu legado.
Pouco se mostra sobre o lado político de suas ações. “Sérgio” (como ele gostava de ser chamado) atuou como negociador da ONU atuou em alguns dos principais conflitos mundiais - Bangladesh, Camboja, Líbano, Bósnia e Herzegovina, Kosovo, Ruanda e Timor-Leste.
O secretário-geral da ONU à época, Kofi Annan, afirmava que Vieira de Mello era "a pessoa certa para resolver qualquer problema". Foi o primeiro brasileiro a atingir o alto escalão da ONU. Foi funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) durante 34 anos e Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos a partir de 2002.
Mas o roteiro tacanho foca boa parte da trama no romance com a argentina Carolina Larriera (Ana de Armas), com quem ele planejava iniciar vida nova no Rio de Janeiro após a missão no Iraque, e no atentado que levou à sua morte.
Sérgio Vieira de Mello (doutorando em Filosofia pela Universidade Sorbonne, em Paris) não era apenas uma estrela da diplomacia internacional, como era também o mais próximo que se pode ter de uma unanimidade – bonito, acessível, carismático, admirado e capaz de atrair para o diálogo até os atores políticos mais inacessíveis. Conquistava pelo trato fácil, mas mantinha-se firme em seus princípios que norteavam suas ações em campo, várias das quais se tornaram célebres.
Lamentavelmente, nem de longe o longa mostra sua importância no cenário mundial. O enfoque deveria ter sido seu modelo de atuação, por sua firme defesa dos princípios da independência e da imparcialidade. E a atuação de Wagner Moura também é falha, não convencendo (em nenhum momento) como o diplomata ilustre, admirado, resoluto em suas decisões.
Em maio de 2003, foi enviado como representante oficial do Secretário-geral das Nações Unidas para o Iraque, país que estava mergulhado em um sangrento conflito. Em julho daquele ano, Sérgio fez parte de uma equipe que vistoriou a Prisão de Abu Ghraib antes do local ser reformado.
Foi na capital iraquiana, Bagdá, que acabou sendo morto em 2003 durante o ataque suicida ao Hotel Canal, com a explosão provocada por um caminhão-bomba. O hotel era usado como sede da ONU em Bagdá havia mais de uma década. Além dos 22 mortos, cerca de 150 pessoas ficaram feridas no ataque - o mais violento realizado contra uma missão civil das Nações Unidas até então. Abu Musab al-Zarqawi, chefe da organização terrorista Al Qaeda, assumiu a responsabilidade pelo atentado.
Com flashbacks intermináveis, o filme é melodramático. O resultado é ruim que, ao invés de atrair o público para saber mais sobre quem foi essa figura ilustre, vai se perguntar “por que” fizeram um filme sobre ele? “Qual a importância dele” para o cenário mundial?
Uma boca dica para descobrir quem foi Sérgio e conhecer o seu trabalho de verdade é ler a biografia: “O Homem Que Queria Salvar o Mundo”, de Samantha Power.

Avaliação: **

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quarta-feira, 15 de abril de 2020

Teerã: Cidade do Amor (Tehran: City of Love)

País: Irã/Reino Unido/Holanda
Ano: 2018
Gênero: Drama
Duração: 102 min
Direção: Ali Jaberansari
Elenco: Forough Ghajabagli, Mehdi Saki e Amir Hessam Bakhtiari.

Sinopse: o que um ex-campeão de fisiculturismo, a secretária de uma clínica de beleza acima do peso e um cantor religioso cabisbaixo têm em comum? Todos eles, por mais diferentes que possam ser ou parecer, estão desencantados com a vida e anseiam por amor e conexão em uma cidade que não os acolhe.

Crítica: uma mulher trabalha em uma clínica de estética e "brinca" com alguns homens da lista de clientes como se fosse outra pessoa, mudando sua voz no telefone para parecer mais sexy e marcar encontros que nunca acontecem; um cantor de funeral se separa da noiva e busca mudar de área na música, indo para casamentos; e um personal trainer, outrora tri-campeão de bodybuilding, encontra um jovem talentoso que também desperta um interesse amoroso.
Esses três personagens poderiam estar em qualquer lugar do mundo. O retrato da trama é a solidão, é estar só mesmo havendo pessoas ao lado, é a busca do amor (todo tipo de amor) e a falta de reciprocidade.
As histórias sensíveis e bem construídas (e ainda com boa dose de humor) nos trazem reflexão, dor e identificação. Não há julgamentos ali. Todos buscam o mesmo: ser amado. Mas como? Todos os caminhos parecem tortuosos. Sofremos quando os personagens sofrem com as decepções. As alegrias duram pouco. Por que amar e ser amado é tão difícil? Por que buscamos isso constantemente?
A conexão entre o que sentimos e desejamos e o que conseguimos parece nunca ocorrer.
Os enredos são muito criativos. Os diálogos são tocantes. E os atores passam a mensagem, com total naturalidade.
Um filme para ver e repassar adiante.

Avaliação: ****

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Fotógrafo da Guerra (Krigsfotografen)

País: Dinamarca/Finlândia/Iraque
Ano: 2018
Gênero: Documentário
Duração: 78 min
Direção:
Elenco: -

Sinopse: Jan Grarup vive uma vida em estado de emergência. Como fotógrafo de guerra, ele muitas vezes arrisca sua vida, e quando volta para casa, tem quatro filhos para criar. De repente, Jan vê sua responsabilidade aumentar quando sua ex-mulher fica gravemente doente com câncer. O trabalho do fotógrafo na zona urbana de guerra de Mosul deve ser conciliado com a vida pessoal.

Crítica: o roteiro busca fazer um comparativo entre o trabalho do fotógrafo que arrisca sua vida captando os horrores da guerra com uma outra batalha, mas agora dentro da sua casa: a doença da mulher e a dedicação do seu tempo também aos quatro filhos.
A mudança de rotina o fará refletir sobre o trabalho, a vida, a morte, os valores que julgava importantes antes e depois da descoberta do câncer da esposa.
O documentário poderia ter se aprofundado mais nas fotos e nas viagens do fotógrafo. Por vezes, a câmera parece focar apenas o narcisismo de Jan Grarup, o que empobrece o conteúdo do documentário diminuindo, por conseguinte, o interesse do espectador.

Avaliação: **

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O Relatório (The Report)

País: EUA
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 119 min
Direção: Scott Z. Burns
Elenco: Adam Driver, Annette Bening e Jon Hamm.

Sinopse: após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, a CIA passou a adotar o uso da tortura como meio de obter informações de pessoas consideradas ameaças ao país, sob a justificativa de evitar a todo custo que um ataque do tipo acontecesse mais uma vez. Trabalhando para a senadora Dianne Feinstein (Annette Bening), o agente Daniel J. Jones (Adam Driver) inicia, em 2007, uma investigação interna acerca de denúncias sobre a destruição de fitas de interrogatório por parte da CIA, divulgadas através de reportagem publicada pelo jornal New York Times. Com muita dificuldade em conseguir os documentos necessários, Daniel dedica-se ao relatório por quase uma década, sem saber se um dia as descobertas por ele feitas serão expostas ao público.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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terça-feira, 14 de abril de 2020

Frankie

País: França/Portugal
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 100 min
Direção: Ira Sachs
Elenco: Isabelle Huppert, Brendan Gleeson, Marisa Tomei e Jérémie Renier.

Sinopse: Frankie (Isabelle Huppert) é uma famosa atriz francesa. Quando descobre estar muito doente, com perspectiva de morrer dentro de poucos meses, ela se refugia em Sintra, Portugal, onde pretende passar os seus últimos dias, ao lado dos familiares, que aos poucos descobrem a gravidade da situação.

Crítica: o longa-metragem parte de uma premissa simples: uma viagem leva uma dezena de personagens até a cidade de Sintra (Portugal) para se encontrarem com Françoise Crémont (Isabelle Huppert), vítima de um câncer terminal.
O roteiro depende, basicamente, de diálogos. A chegada das pessoas em duplas ocorre naturalmente; as conversas fluem sobre diversos assuntos: amores, divórcios, problemas financeiros e planos (e dúvidas) para o futuro.
Um roteiro leve e bem construído, com atores de talento. Ainda que o tema seja sombrio – a proximidade da morte – não há incômodo em ver a trama. As interações entre parentes, conhecidos e desconhecidos (convidados por Françoise) são bem interessantes. Conversa-se bastante e é bom ouvir e ser ouvido.
Uma história despojada, mas com muito a dizer e um desfecho com uma mensagem sensível (longe de ser melodramática).
O filme foi exibido no 72º Festival Internacional de Cinema de Cannes, em maio de 2019, e na 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro do mesmo ano.

Avaliação: ***

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Tremores (Temblores)

País: Guatemala/França/Luxemburgo
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 107 min
Direção: Jayro Bustamante
Elenco: Juan Pablo Olyslager, Diane Bathen e María Telón.

Sinopse: aos quarenta anos, Pablo, um homem evangélico, casado e com dois filhos, se envolve em um relacionamento amoroso com outro homem chamado Francisco. Na tentativa de "curar" o marido, Isa recorre ao pastor da igreja que frequenta e à família de Pablo. Para ela, o "pecado" de Pablo pode destruir a vida dos filhos, Lucía e Juampi.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Um Amor, Mil Casamentos (Love. Wedding. Repeat.)

País: Reino Unido/Itália
Ano: 2019
Gênero: Comédia romântica
Duração: 100 min
Direção: Dean Craig
Elenco: Sam Claflin, Eleanor Tomlison, Olivia Munn, Joel Fry, Tim Key, Freida Pinto e Jack Farthing.

Sinopse: o filme apresenta diferentes versões de um mesmo dia que se repetem para Jack (Sam Claflin). Ele terá de lidar com diversas confusões com uma ex-namorada, seu melhor amigo, um convidado com um segredo e um romance em potencial na festa de casamento de sua irmã.

Crítica: comédias dramáticas de qualidade são raras no cinema. “Um Amor, Mil Casamentos” é mais um exemplo de má execução da premissa.
A ideia de ser ciar várias versões de acontecimentos para um dia de casamento até é razoável, mas é tão mal executada que o filme torna-se desinteressante. Assisti-lo até o final é um martírio. Ao roteiro simplório faltam inteligência e criatividade. A sucessão de acontecimentos é enfadonha. O humor passa longe de ser engraçado.
As possibilidades (como cita a narração) poderiam ter sido melhor construídas, com desfechos que trouxessem alguma reflexão.
Mas o diretor optou por um caminho fácil, apostando na fórmula 100% besteirol. Erro fatal. Um filme de entretenimento não significa ser improdutivo.

Avaliação: *

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Fim de Estação (End of Season)

País: Azerbaijão/Alemanha/Geórgia
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 92 min
Direção: Elmar Imanov
Elenco: Rasim Jafarov, Mir-Movsum Mirzazade e Qurbanova Zulfiyye.

Sinopse: uma pequena família no Azerbaijão está prestes a seguir um novo caminho. O filho Machmud (Mir-Movsum Mirzazade) quer sair da casa dos pais, a mãe Fidan (Qurbanova Zulfiyye) quer sua vida de volta depois de anos de serviço à família, o pai Samir (Rasim Jafarov) só quer ser ficar sozinho. São três espíritos livres orbitando um ao outro, ignorando os aborrecimentos o máximo possível. No entanto, um incidente durante uma viagem à praia traz complicações para os projetos individuais da família.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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segunda-feira, 6 de abril de 2020

Corações e Ossos (Hearts and Bones)

País: Austrália
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 109 min
Direção: Ben Lawrence
Elenco: Hugo Weaving, Andrew Luri e Hayley McElhinney.

Sinopse: o fotojornalista de guerra, Daniel Fisher (Hugo Weaving), e o refugiado Sebastian Ahmed (Andrew Luri) viviam vidas distintas em lugares diferentes, mas o destino faz com que seus caminhos se cruzem. Quando Sebastian descobre que a exposição de Daniel vai exibir fotografias de um massacre na vila do refugiado há 15 anos, ele pede ao fotógrafo que não exponha essas imagens comprometedoras. Uma amizade improvável se desenvolve entre os dois homens, mas é severamente testada quando Daniel faz uma descoberta chocante.

Crítica: filmes que retratam jornalistas fazendo coberturas de guerra costumam ser atraentes pela coragem e destemidez de profissionais que se arriscam para mostrar horrores que não podemos ver.
Em Corações e Ossos, o foco é outro. Opta-se por trabalhar as contradições dos contextos em que seus personagens se encontram: o fotojornalista de guerra Daniel Fisher (Hugo Weaving) e o refugiado Sebastian Ahmed (Andrew Luri).
O questionamento que se lança é: qual o papel social de documentar e expor o horror? Pensando sobre o papel da fotografia, Fisher e Ahmed acabam desenvolvendo uma forte amizade. Ambos vivenciaram a guerra. Ahmed passa a compreender o trabalho do fotógrafo, e Fisher se sensibiliza pela preferência do amigo em não ver as fotos de seu vilarejo expostas para pessoas que certamente não entenderão o que ali se passou.
Mas a trama traz uma revelação que poderá abalar vidas, rever valores e levar a atitudes antes não pensadas. A união de famílias estará em jogo.
Um filme que humaniza homens, nem vítimas nem vilões, mas simplesmente humanos, dignos de erros, contradições e redenções.

Avaliação: ***

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domingo, 5 de abril de 2020

O Poço (El Hoyo)

País: Espanha
Ano: 2019
Gênero: Ficção
Duração: 94 min
Direção: Galder Gaztelu-Urrutia
Elenco: Ivan Massagué, Zorion Eguileor, Alexandra Masangkay, Antonia San Juan e Emilio Buale.

Sinopse: dentro de um sistema prisional vertical, os presos são designados para um determinado nível e forçados a racionar alimentos a partir de uma plataforma que se move entre os andares. “O Poço" é uma alegoria social sobre a humanidade em sua forma mais sombria e faminta.

Crítica: "Se todos comessem apenas o que precisam, a comida chegaria ao andar mais baixo". Tal afirmativa resume bem a ideia do filme, que é difícil de assistir.
Com diálogos fortes e imagens por vezes asquerosas, o longa traz à tona a realidade que não queremos ver e uma mensagem incrivelmente atual, para o mundo todo. O egoísmo extremado, o desejo de posse, o desrespeito ao outro, a ganância, a gula, a fúria, o desespero. O que somos capazes de fazer quando em circunstâncias extremas? Até que ponto mantemos a nossa civilidade? Até quando somos humanos? O que nos transforma em animais?
A história tem um cenário sombrio e se passa dentro de uma estranha construção, como um prédio com um poço no meio, pelo qual pessoas recebem comida em uma plataforma que desce do andar mais alto ao mais baixo.
O que começa como um banquete luxuoso vai descendo de andar em andar. Assim, quem está abaixo se alimenta dos restos de quem está acima. Ou seja, quanto mais inferior o seu nível, menos você come.
Uma crítica à ostentação e à verticalidade social. Parece familiar, não?

Avaliação: ****

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quinta-feira, 2 de abril de 2020

Sympathy for the Devil (Sympathie pour le Diable)

País: França
Ano: 2018
Gênero: Drama, Guerra
Duração: 100 min
Direção: Guillaume de Fontenay
Elenco: Niels Schneider, Ella Rumpf e Vincent Rottiers.

Sinopse: Paul Marchand (Niels Schneider) é um expansivo jornalista correspondente que está cobrindo o cerco de Sarajevo, durante a guerra na antiga Iugoslávia, em 1992. Habitando uma zona onde tudo que se move pode ser um alvo, Paul tenta viver, amar e informar, testando os limites de quanto tempo pode suportar até estar ele mesmo pegando em armas.

Crítica: baseado no livro homônimo, do próprio jornalista Paul Marchand, o drama de guerra mostra parte do seu trabalho e de outros jornalistas durante o Cerco de Sarajevo (que durou de 05 de abril de 1992 a 29 de fevereiro de 1996, durante a Guerra da Bósnia).
A princípio, Paul nos parece prepotente, genioso, impetuoso. Mas a realidade do momento em que as Forças de Paz da ONU assistiam, passivamente, franco-atiradores aterrorizando civis nas ruas da cidade e a violência chegando cada vez mais perto do círculo social de Marchand, que incluía o fotógrafo Vincent (Vincent Rottiers) e a tradutora Boba (Ella Rumpf), o encorajava. Certamente, ele não se dava conta do perigo agindo tomado pela raiva ou frustração.
Ele chega a colaborar com os bósnios, em um determinado momento. Arrisca-se, mesmo sabendo que não poderia, por ser um jornalista fugindo do seu trabalho convencional. Para ele o envolvimento já é inevitável.
Foi apenas após os terríveis massacres de Srebrenica e Markale que a OTAN adotou ações militares mais incisivas, resultando na retomada de negociações e eventual fim do conflito em 1995. Até lá, milhares de civis foram vítimas de crimes de guerra, como limpeza étnica e estupros em massa. É o tipo de conflito armado alimentado pelo extremismo que traz à tona o que há de mais sombrio e cruel na natureza humana e como nossa existência é frágil. Infelizmente, já vimos a história se repetir muitas vezes.
O filme é bem dirigido ao mostrar o cotidiano do trabalho dos jornalistas e os horrores da guerra que cobriam.
Paul Marchand cometeu suicídio em 2009 (aos 47 anos). Está enterrado em Paris, no cemitério de Montmartre.

Avaliação: ***

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The Cave

País: Síria/Dinamarca/Alemanha/EUA/Qatar
Ano: 2019
Gênero: Documentário
Duração: 95 min
Direção: Feras Fayyad
Elenco: -

Sinopse: Leste de Ghouta, Síria. Com a região sendo seguidamente bombardeada por aviões russos, cerca de 400 mil habitantes locais encontram refúgio em uma complexa rede de túneis, construídos no subterrâneo da cidade. Lá também funciona um hospital apelidado de The Cave, para onde são levadas as vítimas dos constantes ataques. Quem lidera a equipe é a doutora Amani, que dá especial atenção às crianças atingidas pelos bombardeios.

Crítica: o documentário registra o trabalho nobre, corajoso, honrado e destemido de mulheres médicas que precisam enfrentar, além do conflito e da dor causada por ele, o machismo de homens que questionam ser atendidos em um hospital em que uma mulher (no caso, Amani) é uma mulher.
Em meio a tanto horror, é inacreditável que um homem pense nisso. Amani e outras médicas (que contam com homens também na equipe) trabalham em um lugar subterrâneo para se proteger das bombas dos aviões russos, improvisado para ser um hospital nas cercanias da cidade de Ghouta, em condições precárias. Falta comida, falta luz (às vezes), falta equipamento, faltam macas.
Todos fazem o que podem para salvar vidas. O improviso é regra. Crianças, adultos, idosos. Não há público-alvo.
Dia e noite, a equipe segue. Não há descanso ou tempo para ver a família. O pior é quando ocorre o ataque com armas químicas, onde a respiração é seriamente atingida e sobrevivem apenas os mais fortes. Uma crueldade sem fim.
A guerra da Síria, que começou como um levante pacífico contra o presidente Bashar al-Assad, se converteu em um conflito brutal e sangrento (com o apoio da Rússia) que não apenas afeta a população local, mas arrastou potências regionais e internacionais.
A ONU estima que a guerra tenha deixado cerca de 400 mil mortos e provocado um êxodo de mais de 4,5 milhões de pessoas do país.

Avaliação: ***

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