Elizabeth: A Era de Ouro
Título original: Elizabeth: The Golden Age
País: Reino Unido/França
Ano: 2007
Gênero: Drama
Duração: 114 min
Direção: Shekhar Kapur
Elenco: Cate Blanchett, Clive Owen, Geoffrey Rush, Tom Hollander, Abbie Cornish, Samantha Morton, Eddie Redmayne e Jordi Mollà.
Sinopse: em 1585, a Espanha é o maior império graças ao sucesso que tem colonizando o Novo Mundo. O país inicia uma guerra santa para difundir o catolicismo, planejando matar a rainha inglesa Elizabeth I (Cate Blanchett), protestante, para que Mary Stuart (Samantha Morton), rainha escocesa, assuma o trono. Ao mesmo tempo em que a monarca inglesa tem de lidar com as ameaças ao trono, ela precisa resolver sua solidão, acentuada pela chegada do aventureiro Sir Walter Raleigh (Clive Owen) à corte.
Crítica: ao vermos a película, a impressão que se tem é de algo faltou à narrativa. Sucedendo ao filme Elizabeth (de 1998), que tratava da consolidação da Rainha Virgem na coroa inglesa (período menos conhecido de sua biografia), essa segunda versão diz respeito ao período áureo e
mais popular de seu governo, quando ela impôs uma notável derrota à maior armada naval do mundo naquele momento – a armada espanhola – e legitimou a liberdade religiosa no país.
Infelizmente, os problemas do filme original mantiveram-se e alguns até se acentuaram. Não há harmonia entre história e ficção.
Elizabeth é uma mulher mais madura e aparentemente acostumada com os exercícios do poder. Seus inimigos são mais nítidos agora. Ela tem de enfrentar a resistência dos católicos que teimam em não aceitá-la como rainha – por ser simpatizante do protestantismo e filha ilegítima de Henrique XVIII – e apóiam a ascensão de sua prima Mary Stuart ao trono. Soma-se a isso o confronto político com a Espanha e têm-se um momento histórico fervilhante em intrigas, convulsões populares, golpes e batalhas.
Fidelidade histórica não é obrigatória em um longa, mas ajuda. Um exemplo aqui é a disparidade quanto à idade dos protagonistas. Elizabeth assumiu o trono inglês aos 25 anos e, se são retratados episódios de seu 27º ano de governo, sua idade no filme seria, então, de 52 anos, o que não é que aparenta o semblante de Cate Blanchett. E, segundo dados históricos, no ano em que se passa o filme, Sir Walter Raleigh (Clive Owen), que irá encantá-las com as aventuras de suas viagens pelo mundo, teria apenas 19 anos, o que torna-se impossível de convencer.
Porém, dilatações, compactações, movimentos no tempo, exclusão de determinadas passagens e até inserção de algumas novas são recursos disponíveis e aceitáveis. O problema maior é distorcer a história a ponto de contradizê-la. Cria-se, nesse filme, uma ficção maniqueísta e melodramática que minimiza a história e, por consequência, a própria figura de Elizabeth I.
Cate Blachett ainda segura as pontas na sua interpretação, equilibrando as duas Elizabeths: a pública, acostumada com os entediantes compromissos e adulações e com as pesadas obrigações, e a Elizabeth da intimidade, carente, mas crítica e reflexiva sobre a sua condição. Ao fundir essas duas metades, Blanchett mostra seu maior empenho, em instantes em que a rainha deixa que se quebre a parede de vidro entre ela e as demais pessoas e, também, quando, mesmo se desmanchando em fragilidade, seu ar de superioridade ainda se faz notar.
Mas o roteiro em si não convence, são falatórios intermináveis sem colaboração para o crescimento da narrativa. Clive Owen, como Raleigh, está péssimo, o típico herói aborrecido. Difícil crer que a rainha Elizabeth se interessasse por ele.
E, em alguns momentos, a rainha, em virtude do roteiro mal conduzido, age de forma infantil, o que não condiz com os livros de história.
Temos que reconhecer a beleza dos cenários opulentos, vistosos, coloridos; e dos momentos das batalhas navais, bem reconstituídos.
Só que isso não é suficiente para romper com a sensação de que algo ali foi conduzido erroneamente.
Curiosidade: conquistou o Oscar de Melhor Figurino em 2008.
Avaliação: ***
País: Reino Unido/França
Ano: 2007
Gênero: Drama
Duração: 114 min
Direção: Shekhar Kapur
Elenco: Cate Blanchett, Clive Owen, Geoffrey Rush, Tom Hollander, Abbie Cornish, Samantha Morton, Eddie Redmayne e Jordi Mollà.
Sinopse: em 1585, a Espanha é o maior império graças ao sucesso que tem colonizando o Novo Mundo. O país inicia uma guerra santa para difundir o catolicismo, planejando matar a rainha inglesa Elizabeth I (Cate Blanchett), protestante, para que Mary Stuart (Samantha Morton), rainha escocesa, assuma o trono. Ao mesmo tempo em que a monarca inglesa tem de lidar com as ameaças ao trono, ela precisa resolver sua solidão, acentuada pela chegada do aventureiro Sir Walter Raleigh (Clive Owen) à corte.
Crítica: ao vermos a película, a impressão que se tem é de algo faltou à narrativa. Sucedendo ao filme Elizabeth (de 1998), que tratava da consolidação da Rainha Virgem na coroa inglesa (período menos conhecido de sua biografia), essa segunda versão diz respeito ao período áureo e
mais popular de seu governo, quando ela impôs uma notável derrota à maior armada naval do mundo naquele momento – a armada espanhola – e legitimou a liberdade religiosa no país.
Infelizmente, os problemas do filme original mantiveram-se e alguns até se acentuaram. Não há harmonia entre história e ficção.
Elizabeth é uma mulher mais madura e aparentemente acostumada com os exercícios do poder. Seus inimigos são mais nítidos agora. Ela tem de enfrentar a resistência dos católicos que teimam em não aceitá-la como rainha – por ser simpatizante do protestantismo e filha ilegítima de Henrique XVIII – e apóiam a ascensão de sua prima Mary Stuart ao trono. Soma-se a isso o confronto político com a Espanha e têm-se um momento histórico fervilhante em intrigas, convulsões populares, golpes e batalhas.
Fidelidade histórica não é obrigatória em um longa, mas ajuda. Um exemplo aqui é a disparidade quanto à idade dos protagonistas. Elizabeth assumiu o trono inglês aos 25 anos e, se são retratados episódios de seu 27º ano de governo, sua idade no filme seria, então, de 52 anos, o que não é que aparenta o semblante de Cate Blanchett. E, segundo dados históricos, no ano em que se passa o filme, Sir Walter Raleigh (Clive Owen), que irá encantá-las com as aventuras de suas viagens pelo mundo, teria apenas 19 anos, o que torna-se impossível de convencer.
Porém, dilatações, compactações, movimentos no tempo, exclusão de determinadas passagens e até inserção de algumas novas são recursos disponíveis e aceitáveis. O problema maior é distorcer a história a ponto de contradizê-la. Cria-se, nesse filme, uma ficção maniqueísta e melodramática que minimiza a história e, por consequência, a própria figura de Elizabeth I.
Cate Blachett ainda segura as pontas na sua interpretação, equilibrando as duas Elizabeths: a pública, acostumada com os entediantes compromissos e adulações e com as pesadas obrigações, e a Elizabeth da intimidade, carente, mas crítica e reflexiva sobre a sua condição. Ao fundir essas duas metades, Blanchett mostra seu maior empenho, em instantes em que a rainha deixa que se quebre a parede de vidro entre ela e as demais pessoas e, também, quando, mesmo se desmanchando em fragilidade, seu ar de superioridade ainda se faz notar.
Mas o roteiro em si não convence, são falatórios intermináveis sem colaboração para o crescimento da narrativa. Clive Owen, como Raleigh, está péssimo, o típico herói aborrecido. Difícil crer que a rainha Elizabeth se interessasse por ele.
E, em alguns momentos, a rainha, em virtude do roteiro mal conduzido, age de forma infantil, o que não condiz com os livros de história.
Temos que reconhecer a beleza dos cenários opulentos, vistosos, coloridos; e dos momentos das batalhas navais, bem reconstituídos.
Só que isso não é suficiente para romper com a sensação de que algo ali foi conduzido erroneamente.
Curiosidade: conquistou o Oscar de Melhor Figurino em 2008.
Avaliação: ***
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