segunda-feira, 9 de junho de 2014

Tim Lopes – Histórias de Arcanjo

País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Documentário
Duração: 84 min
Direção: Guilherme Azevedo
Elenco: -

Sinopse: a trajetória e vida do jornalista Tim Lopes a partir do ponto de vista de seu filho. Dez anos após sua morte, o longa procura contar outras histórias além das de quando ele era jornalista, através de imagens de arquivos, feitos por Tim Lopes e por outros, e depoimentos de amigos, família e admiradores.

Crítica: o maior acerto do filme é não retratar a brutalidade e a violência das últimas horas de vida de Tim Lopes (Arcanjo Antonio Lopes do Nascimento, morto em junho de 2002 no Complexo do Alemão e cuja investigação sobre os autores do crime e o motivo do homicídio levou meses), e sim seu trabalho como repórter investigativo e sobre quem ele era.
Sua ousadia e inovação rompeu portas no jornalismo e fez amigos e inimigos devido à sua coragem e à sua vontade de denunciar. As imagens de arquivo com suas reportagens são excelentes e dão uma ideia do que ele era capaz de fazer para conseguir a matéria que queria. Ele se infiltrava nos locais onde queria fazer a reportagem para tornar tudo mais crível. Vestia-se de operário e ali trabalhava, passava-se por morador de rua e ficava ao lado de crianças sem lar e assim seguiu acreditando ser a melhor maneira de fazer jornalismo. Obtinha mesmo matérias incríveis, achava quem fosse preciso para entrevistar. Uma de suas conquistas foi encontrar a esposa de Chico Mendes e coloca-la frente a frente com o assassino do marido. Os entrevistados costumavam dizer que ele deixava-os à vontade.
Não foi só um modelo para os profissionais da área, fez amizade com muita gente. Os depoimentos são comoventes como o de um caminhoneiro com o qual ele havia conversado algumas vezes para fazer uma matéria sobre a profissão. Mais uma vez, para tornar mais real e sentir o que é ser um ‘caminhoneiro’, ele faria uma viagem com ele. Mas, infelizmente, foi assassinado tentando concluir seu trabalho investigativo sobre o tráfico de drogas nas favelas.
O fio condutor da história é seu filho, Bruno Quintella. A montagem é bastante eficiente, encaixando relatos, fotos e imagens e guiando o espectador pelo trabalho minucioso de Tim Lopes que não tinha medo de ir sempre adiante.
O filme termina com um retorno às origens. Tim nasceu em Itaqui, no Rio Grande do Sul. Depois partiu para o Rio de Janeiro, de onde não saiu mais, e já decidido que seria um jornalista. Amante da escola de samba mangueira, da boa cerveja, dos amigos e, claro, do trabalho incansável, estava sempre sorrindo.
Pessoas comuns, parentes, colegas de trabalho. Todos elogiam a vontade de Tim de fazer justiça.


Avaliação: ***

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