segunda-feira, 9 de junho de 2014

Uma Relação Delicada (Abus de Faiblesse)

País: França
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 105 min
Direção: Catherine Breillat
Elenco: Isabelle Huppert, Kool Shen, Laurence Ursino e Christophe Sermet.

Sinopse: após um derrame, a cineasta Maud precisa enfrentar as limitações físicas do corpo e, ao mesmo tempo, a inevitável solidão da sua vida. Ela se encanta ao ver Vilko em um programa de televisão e, determinada a se aproximar, o convida para atuar em seu próximo filme. Mas ela se envolve numa relação conturbada com uma dependência inexplicável.

Crítica: em “Uma Relação Delicada” (Abuso de Franqueza, no título original) Catherine Breillat, com uma filmografia de 13 longas, retrata como de costume uma heroína perdida nas armadilhas da vida.
De alguma maneira, poderíamos pensar que se trata de um filme autobiográfico, pelo menos em certas partes. Isabelle Huppert (incrível no papel da cineasta Maud) sofre um AVC e fica com metade do corpo comprometido.
A relação delicada a que o título alude é o encontro entre Maud e Vilko, o vigarista vivido por Kool Shen. Um dia, ela vê o cara falando bravatas na TV (pobre, ex-presidiário e que ficou famoso depois de escrever um livro) e acredita, fielmente, que ele é o ator ideal para o seu próprio filme. O que se segue, no entanto, é uma relação esquisitíssima entre os dois: sem sexo e sem qualquer aproximação física. Vilko começa a tirar dinheiro da mulher até deixá-la sem um tostão.
A história não tem nada de extraordinária e é muito velha, quase um clássico dos folhetins. Mas, nas mãos de Breillat, a trama se desdobra. O foco aqui não é o sofrimento da cineasta explorada, do choro e das reclamações românticas, da dor de cotovelo. Ao contrário, é o sofrimento causado pela dor física. A paralisia de Maud, magnificamente interpretada por Huppert, incomoda quem está na plateia.
É difícil entender a relação entre os dois protagonistas e como Vilko consegue dominá-la, invertendo os papeis, já que Maud estava sempre acostumada a comandar. No final, nem ela entende a relação de dependência, ao dizer: “fui eu quem assinou todos os cheques, mas ao mesmo tempo não foi”. Simplesmente assinei.

Avaliação: **

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