domingo, 19 de fevereiro de 2017

Apenas o Vento (Csak a Szél)

País: Hungria/França
Ano: 2016
Gênero: Drama
Duração: 98 min
Direção: Bence Fliegauf
Elenco: Katalin Toldi, Gyöngyi Lendvai e Lajos Sárkány.

Sinopse: este drama baseado em fatos reais mostra uma onda de assassinatos contra ciganos ocorridos na Hungria, entre 2008 e 2009. Os policiais não conseguem identificar os responsáveis pelos crimes, e ninguém se manifesta para impedir esses atos. Enquanto isso, um grupo de ciganos tenta levar uma vida normal: a mãe Mari acumula dois trabalhos para manter os filhos e o pai doente, a jovem Anna continua a vida na escola, e o garoto Rió pensa na melhor maneira de se vingar. 

Crítica: o filme choca ao revelar mais uma das atrocidades humanas. É como se a violência e a morte estivessem atreladas à condição de ser humano. Não há espaço para tolerância, para harmonia, para a convivência. Na primeira cena, assistimos ao enterro de uma família cigana.
Desde a queda do regime socialista na Hungria (em 1989), a situação dos ciganos no país se deteriorou. Vivem marginalizados, conseguindo apenas subempregos ou, às vezes, nem isso. São privados dos serviços básicos e o assédio moral, seja no trabalhou na escola, é exasperante. Tal realidade evidencia um governo conivente com grupos de ultradireita.  
Entre 2008 e 2009 mais de cinquenta ciganos foram assassinados, sem ninguém ter sido declarado culpado. O terror se espalha. E o diretor (ainda que tenha criado uma ficção) usa os fatos reais para contar a vida de uma família (a mãe, dois filhos e o avô) que tentar levar a vida normalmente (à medida do possível). A mãe trabalha em dois locais fazendo faxina (sai cedo de casa e volta tarde), percorre um caminho longo da parada de ônibus até a casa afastada onde mora e sofre todos os dias discriminação. Os estereótipos de sujos, arruaceiros, maltrapilhos, drogados, estão por toda parte. A filha vai para a escola e tenta aprender algo; o filho caçula fica perambulando atrás de objetos em outras casas onde as famílias foram eliminadas enquanto dormiam.
Os crimes são brutais e covardes. Assassinatos com escopetas enquanto todos dormem e as casas são incendiadas. A polícia não faz nenhum progresso na investigação; ao contrário, parece concordar com o que ocorre. A fala do policial é a prova: “acho que deveriam fazer bem feito, nem todos merecem morrer, nem todos são vagabundos”. Como se alguma morte assim fosse justificável.
A única saída é ir embora. O pai está no Canadá e faz promessas em vão de que logo todos estarão com ele lá e pede para aguardarem mais uns meses. A questão é que não há mais tempo. 

Avaliação: ***

0 comentários:

Bilheterias Brasil - TOP 10

Seguidores

  © Blogger templates Newspaper III by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP