Apenas o Vento (Csak a Szél)
País: Hungria/França
Ano:
2016
Gênero: Drama
Duração: 98
min
Direção: Bence
Fliegauf
Elenco: Katalin
Toldi, Gyöngyi Lendvai e Lajos Sárkány.
Sinopse: este drama baseado em fatos reais mostra uma
onda de assassinatos contra ciganos ocorridos na Hungria, entre 2008 e 2009. Os
policiais não conseguem identificar os responsáveis pelos crimes, e ninguém se
manifesta para impedir esses atos. Enquanto isso, um grupo de ciganos tenta
levar uma vida normal: a mãe Mari acumula dois trabalhos para manter os filhos
e o pai doente, a jovem Anna continua a vida na escola, e o garoto Rió pensa na
melhor maneira de se vingar.
Crítica: o filme choca ao revelar mais uma das atrocidades
humanas. É como se a violência e a morte estivessem atreladas à condição de ser
humano. Não há espaço para tolerância, para harmonia, para a convivência. Na
primeira cena, assistimos ao enterro de uma família cigana.
Desde a queda do regime socialista
na Hungria (em 1989), a situação dos ciganos no país se deteriorou. Vivem
marginalizados, conseguindo apenas subempregos ou, às vezes, nem isso. São privados
dos serviços básicos e o assédio moral, seja no trabalhou na escola, é exasperante.
Tal realidade evidencia um governo conivente com grupos de ultradireita.
Entre 2008 e 2009 mais de cinquenta
ciganos foram assassinados, sem ninguém ter sido declarado culpado. O terror se
espalha. E o diretor (ainda que tenha criado uma ficção) usa os fatos reais
para contar a vida de uma família (a mãe, dois filhos e o avô) que tentar levar
a vida normalmente (à medida do possível). A mãe trabalha em dois locais
fazendo faxina (sai cedo de casa e volta tarde), percorre um caminho longo da
parada de ônibus até a casa afastada onde mora e sofre todos os dias discriminação.
Os estereótipos de sujos, arruaceiros, maltrapilhos, drogados, estão por toda
parte. A filha vai para a escola e tenta aprender algo; o filho caçula fica
perambulando atrás de objetos em outras casas onde as famílias foram eliminadas
enquanto dormiam.
Os crimes são brutais e covardes.
Assassinatos com escopetas enquanto todos dormem e as casas são incendiadas. A
polícia não faz nenhum progresso na investigação; ao contrário, parece
concordar com o que ocorre. A fala do policial é a prova: “acho que deveriam
fazer bem feito, nem todos merecem morrer, nem todos são vagabundos”. Como se alguma
morte assim fosse justificável.
A única saída é ir embora.
O pai está no Canadá e faz promessas em vão de que logo todos estarão com ele
lá e pede para aguardarem mais uns meses. A questão é que não há mais tempo.
Avaliação:
***
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