quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Toni Erdmann

País: Alemanha/Áustria
Ano: 2016
Gênero: Comédia dramática
Duração: 162 min
Direção: Maren Ade
Elenco: Peter Simonischek, Sandra Hüller e Michael Wittenborn.

Sinopse: Winfried é um senhor que gosta de levar a vida com bom humor, fazendo brincadeiras que proporcionem o riso nas pessoas. Seu jeito extrovertido fez com que se afastasse de sua filha, Ines, sempre sisuda e extremamente dedicada ao trabalho. Percebendo o afastameto, Winfried decide visitar a filha na cidade em que ela mora, Budapeste. A iniciativa não dá certo, resultando em vários enfrentamentos entre pai e filha, o que faz com que ele volte para casa. Tempos depois, Winfried ressurge na vida de Ines sob o alter-ego de Toni Erdmann, especialista em contar mentiras bem-intencionadas a todos que ela conhece. 

Críticaa premissa da trama é ótima e os filmes alemães têm história no cinema com suas histórias sérias e fortes. Aqui, a diretora muda um pouco o estilo e brinca com o humor.
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Winfried (Peter Simonischek) é o responsável pelo lado cômico do filme. Ao tentar aproximar-se da sua filha, cuja distância se deu por erros do passado (que não são explicitamente esclarecidos na trama, mas o que é mostrado é suficiente para entender o básico – ausência em momentos importantes e incompatibilidade de personalidades), Winfried recorre a brincadeiras que, às vezes, extrapolam os limites.
Mas nada parece intimidá-lo, disposto que está a mostrar à filha o outro lado da vida – de fazer o que se gosta e realmente dá prazer – e não somente trabalhar ou participar de eventos festivos ou culturais que tem por finalidade tão somente negócios ou contatos importantes. A filha Ines (Sandra Hüller) trabalha para uma grande companhia e está sempre viajando ou morando em locais distintos: Xangai, Bucareste, Singapura.
A aproximação é difícil, o que parece ser ressaltado pela duração da película. Ainda que a trama se exceda na duração e o pai abuse das piadas sem graça, a sua insistência é nobre e comove. E as atuações são memoráveis, sobretudo de Hüller.
Com o roteiro alongado, a narrativa, às vezes, parece não seguir adiante. É aí que a virada de mesa na vida acontece e se dá de maneira totamente inusitada – cena que impressiona pela performance da atriz.
O roteiro traz críticas vorazes às diferenças sociais, aos valores que consideramos ideais, ao jogo de aparências e a uma sociedade movida somente pelo dinheiro, além de tratar o delicado assunto pai-filha com delicadeza.
No desfecho, faltou trabalhar uma cena melhor, mas nada que apague a intensidade da obra (indicada pela Alemanha ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro).  

Avaliação: **

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