Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi (Mudbound)
País: EUA
Ano:
2017
Gênero: Drama
Duração: 134
min
Direção: Dee Rees
Elenco: Garrett Hedlund, Jason Mitchell, Carey Mulligan e Jason Clarke.
Sinopse: a tímida Laura (Carey Mulligan) acredita ter
tirado a sorte grande quando encontra Henry McAllan (Jason Clarke), um homem um
pouco bruto, mas interessado nela. Logo após o casamento, a família se muda
para uma fazenda no chuvoso delta do Rio Mississipi. Enquanto Laura enfrenta
dificuldades para se adaptar à vida rural, ela é confrontada com uma família
negra, os Jackson, responsáveis por ajudar no trabalho pesado com o plantio e a
colheita. Duas posições muito distintas se desenham na família: enquanto o pai
idoso de Henry, Poppy McAllan (Jonathan Banks), luta para manter os privilégios
dos brancos no terreno, o irmão de Henry, Jamie McAllan (Garrett Hedlund),
desenvolve uma boa amizade com o filho dos caseiros, Ronsell Jackson (Jason
Mitchell), pelo fato de ambos compartilharem traumas da guerra. Um violento
conflito de etnias, gêneros e classes sociais marca a convivência entre os
McAllan e os Jackson.
Crítica: “…não faz sentido lutar. Eles sempre
vencerão”, frase dita por um personagem negro, dá uma dica do que teremos pela
frente.
A película retrata o
convívio entre as famílias McAllan e Jackson nos anos 1940, em uma região
campestre no delta do Rio Mississippi. Enquanto Laura (Carey Mulligan) sofre
para se adaptar com a nova vida na fazenda, seu marido Henry McAllan (Jason
Clarke) realiza o sonho de ser fazendeiro. Já o pai de Henry, Poppy (Jonathan
Banks), se preocupa em manter os privilégios dos brancos na região. Por outro
lado, o casal Florence (Mary J. Blige) e Hap Jackson (Rob Morgan – excepcional no
papel) busca manter uma vida pacata com seus filhos e pacífica com as pessoas
brancas. Porém, a vida da família Jackson toma caminhos difíceis.
Repressão de sentimentos,
dor e sofrimento marcam esse ambiente árido. A infelicidade ronda os dois
lados, narrada em grande parte do filme pelos principais personagens.
É uma época em que negros
não podem entrar em certos estabelecimentos ou, em outros, entrar e sair pela
porta dos fundos, não podem utilizar quaisquer assentos em ônibus (que deixam
reservados os do fundo para “pessoas de cor”, com uma placa indicativa); não podem
ter suas próprias terras. Além disso, o casamento é, em teoria, o caminho para
as mulheres terem a vida com que sonham, todavia, na prática, é o instituto que
concretiza a posição hierárquica inferior da mulher na família tradicional
(baseando-se na obediência); e a injustiça e a desumanidade assombram quem não
tem dinheiro.
O filme ganha frescor ao
contar paralelamente a vida de Ronsel (filho de Hap) e de Jamie (irmão de Henry).
Ambos foram a guerra e ao voltarem percebem que têm muito em comum. A questão
era que, naquela época, brancos e negros não andavam juntos. A aproximação
deles causa a ira do pai de Jamie e quase desgraça a família, numa das cenas mais
revoltantes da trama.
Amor e ódio caminham
juntos. Um drama pesado, realista e com ótimas atuações.
Avaliação: ****
0 comentários:
Postar um comentário