quinta-feira, 21 de novembro de 2019

A Camareira (La Camarista)


País: México
Ano: 2018
Gênero: Documentário
Duração: 102 min
Direção: Lila Avilés
Elenco: Gabriela Cartol, Teresa Sánchez, Agustina Quinci e Teresa Sánchez.

Sinopse: Eve (Gabriela Cartol) é uma jovem mãe solteira que trabalha longas horas como camareira em um hotel de luxo na Cidade do México. Sonhando com uma vida melhor, ela se inscreve no programa de educação para adultos do hotel. Porém, ela logo percebe que nem sempre quem faz o trabalho pesado é recompensado.
Crítica: o filme indicado pelo México para representá-lo na 92ª edição do Oscar retrata a invisibilidade de pessoas que trabalham duro para proporcionar conforto a muita gente, mas raramente são lembradas ou valorizadas.
A protagonista escolhida para a trama é Eve (Gabriela Cartol), a humilde funcionária de um hotel luxuoso da capital do país.
Com a câmera próxima ao rosto de Eve, acompanhamos sua labuta, seu desempenho profissional, seu silêncio que a torna ainda mais invisível, seu suor nas situações corridas, sua preocupação com as tarefas.
O dia a dia reserva algumas surpresas: um hóspede que é mãe de primeira viagem e  pede que ela cuida da criança (sempre no mesmo horário) enquanto toma banho; outro que tem vício em amenidades e pede para repor sempre; outro que é judeu e, em respeito ao sabá, pede para ela apertar o botão do elevador, já que ele não pode executar tal atividade nesse dia.
A narrativa, quase documental, tem um alívio cômico quando Eve decide estudar em aulas dadas no próprio hotel. Lá conhece Minitoy (Teresa Sánchez), que é o seu oposto. Falante, extrovertida e brincalhona. Em uma cena as duas caem na gargalhada com um brinquedo que dá choques elétricos. É quando vimos, pela primeira vez, Eve rindo.
Seu maior (e pequeno) sonho é trabalhar no 42º andar, onde estão os maiores e melhores quartos. Logo, ganharia um pouco mais.
Ela também espera ganhar um vestido vermelho (seu nome é o primeiro da lista) esquecido por uma hóspede e guardado no Achados e Perdidos.
Sua vida praticamente resume-se ao hotel. Ela não vê quase o filho, que é cuidado por outra pessoa a quem, inclusive, deve dinheiro.
Ela trabalha fielmente acreditando que está fazendo o que é certo e normal para todos (que sabemos que não é), mas se desilude quando nem os desejos mais simples são conquistados.
E, no final, se pergunta se o esforço até então teria valido a pena.
A direção é inteligente ao apresentar uma narrativa fluida, que conta com a exemplar atuação de Gabriela Cartol. Quando, no desfecho, ela cruza a porta de saída do hotel, a decisão está tomada.

Avaliação: ****

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