A Camareira (La Camarista)
País: México
Ano: 2018
Gênero: Documentário
Duração: 102
min
Direção: Lila
Avilés
Elenco: Gabriela
Cartol, Teresa Sánchez, Agustina Quinci e Teresa Sánchez.
Sinopse: Eve (Gabriela Cartol) é uma jovem mãe solteira
que trabalha longas horas como camareira em um hotel de luxo na Cidade do
México. Sonhando com uma vida melhor, ela se inscreve no programa de educação
para adultos do hotel. Porém, ela logo percebe que nem sempre quem faz o
trabalho pesado é recompensado.
Crítica: o filme indicado pelo México para
representá-lo na 92ª edição do Oscar retrata a invisibilidade de pessoas que
trabalham duro para proporcionar conforto a muita gente, mas raramente são
lembradas ou valorizadas.
A protagonista escolhida
para a trama é Eve (Gabriela Cartol), a humilde funcionária de um hotel luxuoso
da capital do país.
Com a câmera próxima ao rosto
de Eve, acompanhamos sua labuta, seu desempenho profissional, seu silêncio que
a torna ainda mais invisível, seu suor nas situações corridas, sua preocupação
com as tarefas.
O dia a dia reserva algumas
surpresas: um hóspede que é mãe de primeira viagem e pede que ela cuida da criança (sempre no
mesmo horário) enquanto toma banho; outro que tem vício em amenidades e pede
para repor sempre; outro que é judeu e, em respeito ao sabá, pede para ela
apertar o botão do elevador, já que ele não pode executar tal atividade nesse
dia.
A narrativa, quase
documental, tem um alívio cômico quando Eve decide estudar em aulas dadas no próprio
hotel. Lá conhece Minitoy (Teresa Sánchez), que é o seu oposto. Falante,
extrovertida e brincalhona. Em uma cena as duas caem na gargalhada com um
brinquedo que dá choques elétricos. É quando vimos, pela primeira vez, Eve
rindo.
Seu maior (e pequeno) sonho
é trabalhar no 42º andar, onde estão os maiores e melhores quartos. Logo,
ganharia um pouco mais.
Ela também espera ganhar um
vestido vermelho (seu nome é o primeiro da lista) esquecido por uma hóspede e
guardado no Achados e Perdidos.
Sua vida praticamente resume-se
ao hotel. Ela não vê quase o filho, que é cuidado por outra pessoa a quem,
inclusive, deve dinheiro.
Ela trabalha fielmente
acreditando que está fazendo o que é certo e normal para todos (que sabemos que
não é), mas se desilude quando nem os desejos mais simples são conquistados.
E, no final, se pergunta se
o esforço até então teria valido a pena.
A direção é inteligente ao apresentar
uma narrativa fluida, que conta com a exemplar atuação de Gabriela Cartol.
Quando, no desfecho, ela cruza a porta de saída do hotel, a decisão está tomada.
Avaliação:
****
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