Honeyland

País: Macedônia

Ano: 2019

Gênero: Documentário

Duração: 90 min

Direção: Tamara Kotevska e Ljubomir Stefanov

Elenco: -

Sinopse: existe uma regra na apicultura: deve-se pegar só metade do mel, e deixar o resto para as abelhas. Hatidze, a última caçadora de abelhas da Europa, respeita religiosamente essa condição. No entanto, quando novos apicultores chegam para trabalhar em sua região e não seguem a regra, o equilíbrio do ecossistema desses animais é ameaçado. Hatidze precisa se esforçar para persuadi-los a seguir os pilares elementares para a sobrevivência das abelhas.

Crítica: Hatidze Muratova é a protagonista do documentário. Vivendo na área rural da Macedônia, junto às montanhas (aliás, o filme tem uma fotografia belíssima), a doce mulher é preocupada com o meio ambiente, cuida de suas abelhas tirando o mel para vender na capital Escópia (Skopje), mas deixando a metade para as abelhas que lhe dão o sustento. Ela ainda trata de sua mãe, doente e cega de um olho.

Impossível não se encantar com a nobreza de Hatidze.

Em contraponto, os vizinhos turcos, que aparecem em algumas épocas do ano, são numerosos (um casal e sete filhos), fazem muito barulho e o patriarca, pensando apenas em ganhar mais dinheiro, decide investir também em apicultura.

A forma justa e balanceada de Hatidze é derrubada pela ganância do vizinho. Ela acredita no respeito à natureza e no tempo das abelhas. Ele acredita que o importante é obter lucro, sem pensar no desequilíbrio ambiental.

Uma das crianças se aproxima mais de Hatidze a quem ela tenta ensinar o que sabe.

Os conflitos são bem delineados pela direção. Fica claro como, ao mesmo tempo, o ser humano pode viver de forma honesta, em simbiose com a natureza, como também pode destruir tudo o que tem e o que lhe é oferecido por pura ambição e urgência de ter sempre mais ou de ser o melhor. A questão é: melhor em quê?

O filme representará a Macedônia na disputa para ser um dos cinco finalistas na busca pelo Oscar de Melhor Documentário 2020.

Avaliação: ****