terça-feira, 26 de novembro de 2019

A Vida Invisível


A Vida Invisível
País: Brasil/Alemanha
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 134 min
Direção: Karim Aïnouz
Elenco: Carol Duarte, Julia Stockler, Gregório Duvivier, Bárbara Santos, Flávia Gusmão e Antonio Fonseca.

Sinopse: Rio de Janeiro, década de 1940. Eurídice (Carol Duarte) é uma jovem talentosa, mas bastante introvertida. Guida (Julia Stockler) é sua irmã mais velha, e o oposto de seu temperamento em relação ao convívio social. Ambas vivem em um rígido regime patriarcal, o que faz com que trilhem caminhos distintos: Guida decide fugir de casa com o namorado, enquanto Eurídice se esforça para se tornar uma musicista, ao mesmo tempo em que precisa lidar com as responsabilidades da vida adulta e um casamento sem amor com Antenor (Gregório Duvivier).

Crítica: Depois dos filmes “O Céu de Suely” e “Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo”, “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão” é, sem dúvida, o melhor trabalho de Karim Aïnouz. Denso, humano, perturbador, incômodo.
A trama retrata fielmente a condição das mulheres no Brasil da década de 1940 e 1950, tendo como protagonistas as irmãs Guida (Julia Stockler) e Eurídice (Carol Duarte).
Muito unidas, elas são separadas pelas escolhas da vida, a princípio, e, posteriormente, pela ignorância do pai. O amor que as une é o que estrutura todo o longa-metragem.
“Nem tudo sai como planejamos”. Essa é a maior mensagem da história que se inspira no livro de título homônimo da autora Martha Batalha.
A pressão social é toda sobre as mulheres. O filme não ameniza, não suaviza, não romantiza. As cenas são duras, cruas, reais. A trilha sonora tem uma grande importância na expressão dos sentimentos.
Estupro conjugal, sangue pós-parto, assédio no trabalho, preconceito, machismo. Não há pudor. As cenas demoradas nos incomodam e essa é a intenção do diretor.
Guida foge para a Grécia com um rapaz, mas ele a abandona e ela volta para o Brasil grávida de quase 9 meses.
Eurídice, que sonha em ser pianista, casa-se com um idiota para satisfazer os pais. Nenhuma das duas queria engravidar, e tudo sai na contramão do que imaginavam para suas vidas.
Terão que se virar para seguir adiante, cada uma a seu jeito, suportando o fardo. Os laços entre elas são abruptamente cortados. Os pais escondem o fato de Guida (renegada e expulsa da família por simplesmente ser mãe solteira) ter tentado voltar para casa e, pior, dizem para Guida que Eurídice está em Viena, estudando piano.
É cruel saber que vivem ambas no Rio de Janeiro, separadas por mentiras.
As atitudes das irmãs diante dos filhos podem ser questionadas, contudo são completamente humanas. A dúvida, a dor, a incerteza, estão presentes na vida de qualquer pessoa, sobretudo mães.
A força das personagens é o que faz o filme fluir tão bem. As atuações não são 100%, o que deveria ser pela densidade do drama. Mas estamos melhorando. Destaque para Julia Stocker, como Guida, e Bárbara Santos, como Filomena (uma bela surpresa). A atriz Fernanda Montenegro faz uma participação especial nos últimos minutos.
O filme, que representará o Brasil na disputa pelo Oscar, deixa sua forte presença em nossa mente.

Avaliação: ****

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