Até Logo, Meu Filho (Di Jiu Tian Chang)

País: China

Ano: 2019

Gênero: Drama

Duração: 185 min

Direção: Wang Xiaoshuai

Elenco: Wang Jing-chun, Yong Mei e Qi Xi.

Sinopse: diante das mudanças políticas, econômicas e culturais que se sucederam na China durante a década de 80, dois casais precisam se adaptar as novas regras e diretrizes do país. Apesar das diferenças entre as famílias, há uma busca comum pela verdade e pela reconciliação.

Crítica: esse belo longa-metragem chinês nos apresenta uma trama profunda, acompanhando por décadas três  famílias e seus acontecimentos: um filho morto, um filho adotivo, a fuga, um trauma vivido no trabalho, um segredo ocultado. O diretor traça um paralelo entre as transformações macroeconômicas do país  (do período comunista à economia de mercado0 e as mudanças internas das pessoas por elas afetadas.

A história parte de um casal, Yaojun (Wang Jingchun) e Liyun (Yong Mei), que perde o filho pequeno, afogado numa represa. Em seguida, tentam de todos os tipos superar a dor da tragédia, sem sucesso. Este percurso inclui o abandono de uma criança, aborto devido ao controle da natalidade, infidelidade, amizades abaladas, mudança para outra cidade e trabalho forçado.

A direção eficiente não permite nos cansarmos das três horas de duração do filme. A trama efetua longos saltos temporais e acrescenta, de forma inteligente, várias informações essenciais para o entendimento da narrativa: só descobrimos que o casal adotou uma criança muito depois de um garoto ser percebido dentro da casa. Compreendemos que se mudaram para outra cidade porque de repente os móveis são diferentes, o espaço é outro, e depois de várias cenas, algum personagem menciona a mudança num diálogo. Conhecemos o envolvimento de Yaojun com uma operária da fábrica apenas quando uma gravidez entra em jogo.

A história sempre em andamento traz muitas surpresas e um tratamento muito especial aos seus personagens, cada um vivendo a seu modo a dor.

Avaliação: ****