Papicha

País: França/Argélia/Bélgica/Qatar

Ano: 2019

Gênero: Drama

Duração: 106 min

Direção: Mounia Meddour

Elenco: Lyna Khoudri, Shirine Boutella e Amira Hilda Douaouda.

Sinopse: em 1997, a Argélia é controlada por grupos terroristas com intenções de transformar o país em um arcaico Estado Islâmico. Nedjma (Lyna Khoudri), uma estudante universitária apaixonada pelo mundo da moda, deseja lutar contra a opressão que o governo exerce sobre mulheres tentando controlar seus corpos e presença em espaços públicos. Determinada em unir as mulheres de seu campus, ela organiza um desfile em protesto, que desafia as regras impostas pela sociedade argelina.

Crítica: Rebeldia define bem o filme “Papicha”. Quando a maioria das pessoas saem da Argélia para tentar uma vida melhor, Nedjma (Lyna Khoudri)  decide ficar e resistir.

São momentos difíceis, na década de 1990. A Frente Islâmica de Salvação (Partido Islâmico) busca impor um papel mais dominante para o Islã no sistema político e legal da Argélia, opondo-se ao que viam como práticas ocidentais na vida social e cultural dos Argelinos.

Uma das medidas impostas pelo partido é o uso do hijab (véu islâmico) para as mulheres, defendendo que o vestuário garante a privacidade e a moralidade.

Nedjma está decidia a não cumprir as leis impostas e tenta persuadir suas amigas a fazer o mesmo. Tudo piora quando sua irmã é covardemente assassinada.

Como protesto, ela decide fazer um desfile no colégio onde estuda. Com dom para costura, ela desenha os vestidos, compra os tecidos e os acessórios e convida suas amigas para desfilarem.

Nesse ínterim, ela e sua melhor amiga conhecem dois rapazes. As discussões acerca das mudanças são calorosas. Machismo, preconceito e ignorância entram em choque com a resistência e a luta pela liberdade são bem argumentados nos diálogos.

A proibição do aborto, a obrigação do casamento, a recusa do prazer sexual e o assédio sexual são também aspectos dominantes na narrativa.

O filme é feminista e humanista, mas, principalmente, um defensor da democracia e do livre-arbítrio.

Avaliação: ***