Reidy – A Construção da Utopia

País: EUA

Ano: 2008

Gênero: Documentário

Duração: 77 min

Direção: Ana Maria Magalhães

Elenco: entrevistas exclusivas: com o urbanista Lucio Costa, a engenheira Carmen Portinho, o arquiteto francês Roland Castro e o brasileiro Paulo Mendes da Rocha.

Sinopse: aborda a repercussão na atualidade da obra do arquiteto e urbanista Affonso Eduardo Reidy, autor dos projetos do Museu de Arte Moderna e do Aterro e Parque do Flamengo, o mais querido da cidade, e sua contribuição para a construção da paisagem urbana do Rio de Janeiro sob a perspectiva de uma utopia com capacidade de ação no mundo real.

Crítica: Ana Maria Magalhães já havia realizado, anos atrás, um documentário televisivo sobre Reidy. Porém, essa linguagem não era a mais adequada para o que queria falar. Foi atrás, então, de uma abordagem, menos didática, mais cinema mesmo. Usou imagens de arquivo, fez tomadas atuais e realizou entrevistas, mas deixou um pouco de lado os dados “biográficos”, enfocando mais o homem, seus pensamentos, utopias e escritos. Isso na verdade é o que interessa, o que vemos de mais valioso hoje em documentários.

Em Reidy, a edição coloca em foco o discurso, claro, contudo contempla também as maquetes, obras acabadas e projetos em geral. Como diferencial narrativo, em vez de uma simples narração, a diretora emprega um ator lendo os manuscritos que Reidy deixou, mas o recurso não ficou bom. O texto é lido de forma decorada, o que não condiz com o objetivo da obra. Talvez, se fosse lido de forma mais poética ou colocado na boca do próprio Reidy, utilizando-se de entrevistas ou gravações, tivesse ficado melhor. É um filme que pode agradar arquitetos, urbanistas e, ainda, ao público interessado em artes e personagens importantes do Brasil, ainda que não tão famosos como Niemeyer. Uma dica: no blog do documentário, há diversas informações interessantes sobre projetos de Affonso Reidy, com detalhes técnicos e tudo mais.

Curiosidade: Melhor Documentário do Festival do Rio em 2009.

Avaliação: ***