Elefante Branco (Elefante Blanco)
País: Argentina/Espanha
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 110 min
Direção: Pablo Trapero
Elenco: Ricardo Dárin, Martina
Gusman e Jérémie Renier.
Sinopse: para enfrentar os problemas
do bairro, dois padres e uma assistente social entram em conflito com a igreja,
o governo, o narcotráfico e com a polícia.
Crítica: Elefante Branco faz uma
dura crítica à apatia dos governantes, à truculência policial, à hierarquia
religiosa e ao discurso cristão-marxista quimérico de luta e justiça social, de
forma bem crua e sem discursos políticos demagogos.
O filme começa mostrando um
cenário de guerra. Em algum lugar perdido na floresta amazônica paramilitares
promovem uma chacina. Eles procuram por um homem que se esconde na mata e
observa o massacre dos indígenas sem poder intervir. O alvo dos guerrilheiros
escapa, se recupera e vai parar na Argentina. O cenário agora é urbano, mas a
guerra continua sendo o pano de fundo da história, com conflitos diversos
vividos por seus protagonistas, os padres Julián (Ricardo Darín) e Nicolas
(Jérémie Renier) e a assistente social Luciana (Martina Gusman). Destaque para
a atuação de Jérémie Renier, muito seguro e convincente no seu papel.
Nicolas é o homem alvo das
FARCs que vemos no início da película. Depois de ter seu trabalho religioso e
social interrompido violentamente na floresta, é convidado a trabalhar numa
comunidade carente da Argentina pelo padre Julián. O lugar, que dá nome ao
filme, é uma favela surgida no entorno de uma edificação gigantesca inacabada,
um prédio abandonado onde seria construído o que seria o maior hospital da
América Latina. É neste cenário de vielas e becos, que a criminalidade reina,
ambiente bem conhecido dos brasileiros.
A batalha é diária e a
trama entrelaça com destreza conflitos sociais e individuais. Seus personagens
são muito humanizados, algo que o cinema argentino faz muito bem. Dilemas
éticos e dúvidas permeiam o dia a dia dos protagonistas, que não são tratados
como mártires apesar da nobreza de suas intenções. O padre Julián se sente
cansado, desmotivado e teme perder o interesse pela comunidade. A abnegada
Luciana pensa em desistir de tudo diante do pouco êxito de suas ações para a
conclusão de um projeto de habitação refreado pela burocracia estatal. Nicolas
se vê dividido entre continuar o trabalho de evangelização começado pelo padre
Júlian ou abdicar de sua vocação sacerdotal para ter uma vida comum.
O longa é uma grande
homenagem e também um mergulho na vida dessas pessoas que se entregam de corpo
e espírito a ajudar seus semelhantes que levam o espectador à avaliação e à
reflexão.
Avaliação: ***
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