quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Elefante Branco (Elefante Blanco)

País: Argentina/Espanha

Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 110 min
Direção: Pablo Trapero
Elenco: Ricardo Dárin, Martina Gusman e Jérémie Renier.

Sinopse: para enfrentar os problemas do bairro, dois padres e uma assistente social entram em conflito com a igreja, o governo, o narcotráfico e com a polícia.

CríticaElefante Branco faz uma dura crítica à apatia dos governantes, à truculência policial, à hierarquia religiosa e ao discurso cristão-marxista quimérico de luta e justiça social, de forma bem crua e sem discursos políticos demagogos.
O filme começa mostrando um cenário de guerra. Em algum lugar perdido na floresta amazônica paramilitares promovem uma chacina. Eles procuram por um homem que se esconde na mata e observa o massacre dos indígenas sem poder intervir. O alvo dos guerrilheiros escapa, se recupera e vai parar na Argentina. O cenário agora é urbano, mas a guerra continua sendo o pano de fundo da história, com conflitos diversos vividos por seus protagonistas, os padres Julián (Ricardo Darín) e Nicolas (Jérémie Renier) e a assistente social Luciana (Martina Gusman). Destaque para a atuação de Jérémie Renier, muito seguro e convincente no seu papel.
Nicolas é o homem alvo das FARCs que vemos no início da película. Depois de ter seu trabalho religioso e social interrompido violentamente na floresta, é convidado a trabalhar numa comunidade carente da Argentina pelo padre Julián. O lugar, que dá nome ao filme, é uma favela surgida no entorno de uma edificação gigantesca inacabada, um prédio abandonado onde seria construído o que seria o maior hospital da América Latina. É neste cenário de vielas e becos, que a criminalidade reina, ambiente bem conhecido dos brasileiros.
A batalha é diária e a trama entrelaça com destreza conflitos sociais e individuais. Seus personagens são muito humanizados, algo que o cinema argentino faz muito bem. Dilemas éticos e dúvidas permeiam o dia a dia dos protagonistas, que não são tratados como mártires apesar da nobreza de suas intenções. O padre Julián se sente cansado, desmotivado e teme perder o interesse pela comunidade. A abnegada Luciana pensa em desistir de tudo diante do pouco êxito de suas ações para a conclusão de um projeto de habitação refreado pela burocracia estatal. Nicolas se vê dividido entre continuar o trabalho de evangelização começado pelo padre Júlian ou abdicar de sua vocação sacerdotal para ter uma vida comum.
O longa é uma grande homenagem e também um mergulho na vida dessas pessoas que se entregam de corpo e espírito a ajudar seus semelhantes que levam o espectador à avaliação e à reflexão.

Avaliação: ***

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