quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Histeria (Hysteria)


País: Reino Unido/França/Alemanha
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 99 min
Direção: Tanya Wexler
Elenco: Hugh Dancy, Jonathan Pryce e Anna Chancellor.

Sinopse: a trama se passa na Londres vitoriana, quando dois médicos (Dancy e Jonathan Pryce) se juntam para tratar de histeria – condição que, na época, se associava à irritabilidade das mulheres. Inicialmente o personagem Pryce "alivia" as suas pacientes manualmente, mas o parceiro inventa um aparato elétrico que pode revolucionar o tratamento desse mal.

Crítica: vendido como uma comédia escrachada sobre invenção do vibrador, o longa passa longe disso e, na verdade, usa tal fato como pano de fundo para uma boa história de amor, que pode desagradar os mais desavisados.
Apesar do romance não fugir dos padrões convencionais, o enredo é divertido e funciona como um todo. Óbvio que existem escorregões no roteiro, mas a forma como a libido feminina, ainda considerada um tabu para muitos, é exposta valoriza o tema. Não é necessário apelar para vocabulários chulos como certas produções nacionais adoram recorrer.
O figurino é o ponto forte da obra, com um visual muito bem trabalhado, é fácil imaginar-se no Reino Unido de mais de um século atrás. Destaque também para o elenco. Personagens secundários são marcantes e de fácil fixação na memória. O protagonista Hugh Dancy consegue convencer na pele de Mortimer Granville, um jovem médico idealista que cansado de se frustrar aceita um trabalho “monótono” em uma clínica destinada ao público feminino.
No local, ele é apresentado a um tratamento alternativo para histeria, diagnóstico genérico para quase todos os problemas das mulheres. O remédio era algo simples e muito bem remunerado: uma sessão de relaxamento, onde o médico leva a paciente ao orgasmo usando exclusivamente óleos e as mãos, uma forma socialmente aceita de masturbação.
O dono do estabelecimento é o Dr. Dalrymple, um caricato membro da alta sociedade que é pai da rebelde Charlotte, personagem de Maggie Gyllenhaal, o grande chamariz da produção para encher as salas de cinema, mas que deixou a desejar em algumas sequências.
A trama mescla drama e humor, porém a escolha talvez não tenha sido a mais acertada. No meio-termo, acabou perdendo a força.
Enfim, Histeria é apenas um bom filme, nada marcante. Mas fica a impressão de que se a diretora Tanya Wexler (dez anos sem filmar, o último foi ‘Ball in the House’, de 2001) optasse por manter um caminho mais claro, poderia ser a responsável por uma obra digna de ser lembrada por anos, fosse uma comédia altamente perversa ou romance inesquecível.

Avaliação: ***

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