Histeria (Hysteria)
País: Reino Unido/França/Alemanha
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 99 min
Direção: Tanya Wexler
Elenco: Hugh Dancy, Jonathan Pryce e Anna Chancellor.
Sinopse: a trama se passa na Londres
vitoriana, quando dois médicos (Dancy e Jonathan Pryce) se juntam para tratar
de histeria – condição que, na época, se associava à irritabilidade das
mulheres. Inicialmente o personagem Pryce "alivia" as suas pacientes
manualmente, mas o parceiro inventa um aparato elétrico que pode revolucionar o
tratamento desse mal.
Crítica: vendido como uma comédia escrachada sobre
invenção do vibrador, o longa passa longe disso e, na verdade, usa tal fato
como pano de fundo para uma boa história de amor, que pode desagradar os mais
desavisados.
Apesar do romance não fugir
dos padrões convencionais, o enredo é divertido e funciona como um todo. Óbvio
que existem escorregões no roteiro, mas a forma como a libido feminina, ainda
considerada um tabu para muitos, é exposta valoriza o tema. Não é necessário
apelar para vocabulários chulos como certas produções nacionais adoram
recorrer.
O figurino é o ponto forte
da obra, com um visual muito bem trabalhado, é fácil imaginar-se no Reino Unido
de mais de um século atrás. Destaque também para o elenco. Personagens
secundários são marcantes e de fácil fixação na memória. O protagonista Hugh
Dancy consegue convencer na pele de Mortimer Granville, um jovem médico
idealista que cansado de se frustrar aceita um trabalho “monótono” em uma
clínica destinada ao público feminino.
No local, ele é apresentado
a um tratamento alternativo para histeria, diagnóstico genérico para quase
todos os problemas das mulheres. O remédio era algo simples e muito bem
remunerado: uma sessão de relaxamento, onde o médico leva a paciente ao orgasmo
usando exclusivamente óleos e as mãos, uma forma socialmente aceita de masturbação.
O dono do estabelecimento é
o Dr. Dalrymple, um caricato membro da alta sociedade que é pai da rebelde
Charlotte, personagem de Maggie Gyllenhaal, o grande chamariz da produção para
encher as salas de cinema, mas que deixou a desejar em algumas sequências.
A trama mescla drama e
humor, porém a escolha talvez não tenha sido a mais acertada. No meio-termo,
acabou perdendo a força.
Enfim, Histeria é apenas um
bom filme, nada marcante. Mas fica a impressão de que se a diretora Tanya
Wexler (dez anos sem filmar, o último foi ‘Ball in the House’, de 2001) optasse
por manter um caminho mais claro, poderia ser a responsável por uma obra digna
de ser lembrada por anos, fosse uma comédia altamente perversa ou romance
inesquecível.
Avaliação:
***
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