quarta-feira, 1 de abril de 2015

O Sal da Terra

País: Brasil/França
Ano: 2014
Gênero: Documentário
Duração: 110 min
Direção: Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado
Elenco: Sebastião Salgado, Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado.

Sinopse: o filme conta um pouco da longa trajetória do renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado e apresenta seu ambicioso projeto "Gênesis", expedição que tem como objetivo registrar, a partir de imagens, civilizações e regiões do planeta até então inexploradas.

Crítica: ao se assistir ao documentário, é inegável não pensar que foi injusto não ter ganhado o Oscar.
Narrado pelo próprio Sebastião Salgado em francês, o filme é belíssimo. Pelas fotos, isso já seria garantia certa. Mas o documentário explora, de forma inteligente, a narrativa, a edição, o uso das imagens.
O que vemos ali nos choca, nos comove, nos marca, nos intimida, nos enobrece. Tudo de uma vez só, numa avalanche de fotos preto e branco que parecem falar. Sebastião Salgado, que é especialista em fotografar gente, olhares, sentimentos, também arriscou-se em outros projetos fotografando paisagens, como em seu álbum Gênesis, lançado em 2013.
A trajetória desde que saiu de Aimorés (Minas Gerais) aos 15 anos para estudar Economia e não Direito (apesar de ter tentado), tendo depois ganhado o mundo, é retratada com maestria. Casou-se com a arquiteta Lélia, sua companheira até hoje e a responsável pela edição dos álbuns, mudou-se para Paris durante o regime militar e viajando a trabalho como secretário para a Organização Internacional do Café, à África, tirou suas primeiras fotos com uma máquina Leica, que era da sua esposa. Ali começava sua peregrinação rumo ao sucesso.
Salgado revela que, muitas vezes, teve que deixar sua câmara e chorar depois do que via. Os conflitos em Ruanda são um desses exemplos, em que ele afirma que o homem é mau. Esse choque com a realidade o fez voltar à terra natal. Lá, após a morte do pai, numa área considerada não mais aproveitável, replantou a Mata Atlântica, por meio do Instituto Terra, que também está ajudando a recuperar o rio Doce.
Além das fotos memoráveis, em seus registros únicos (álbuns Os Trabalhadores, Serra Pelada, Outras Américas, Exôdos, entre outros), Sebastião Salgado ainda nos dá mais esse presente: uma tentativa de mundo melhor.

Avaliação: *****

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