O Sal da Terra
País: Brasil/França
Ano:
2014
Gênero: Documentário
Duração: 110
min
Direção: Wim
Wenders e Juliano Ribeiro Salgado
Elenco: Sebastião
Salgado, Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado.
Sinopse: o filme conta um pouco da longa trajetória do
renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado e apresenta seu ambicioso
projeto "Gênesis", expedição que tem como objetivo registrar, a
partir de imagens, civilizações e regiões do planeta até então inexploradas.
Crítica: ao se assistir ao documentário, é inegável não
pensar que foi injusto não ter ganhado o Oscar.
Narrado pelo próprio
Sebastião Salgado em francês, o filme é belíssimo. Pelas fotos, isso já seria
garantia certa. Mas o documentário explora, de forma inteligente, a narrativa,
a edição, o uso das imagens.
O que vemos ali nos choca,
nos comove, nos marca, nos intimida, nos enobrece. Tudo de uma vez só, numa
avalanche de fotos preto e branco que parecem falar. Sebastião Salgado, que é
especialista em fotografar gente, olhares, sentimentos, também arriscou-se em
outros projetos fotografando paisagens, como em seu álbum Gênesis, lançado em
2013.
A trajetória desde que saiu
de Aimorés (Minas Gerais) aos 15 anos para estudar Economia e não Direito
(apesar de ter tentado), tendo depois ganhado o mundo, é retratada com
maestria. Casou-se com a arquiteta Lélia, sua companheira até hoje e a
responsável pela edição dos álbuns, mudou-se para Paris durante o regime
militar e viajando a trabalho como secretário para a Organização Internacional
do Café, à África, tirou suas primeiras fotos com uma máquina Leica, que era da
sua esposa. Ali começava sua peregrinação rumo ao sucesso.
Salgado revela que, muitas
vezes, teve que deixar sua câmara e chorar depois do que via. Os conflitos em Ruanda
são um desses exemplos, em que ele afirma que o homem é mau. Esse choque com a
realidade o fez voltar à terra natal. Lá, após a morte do pai, numa área considerada
não mais aproveitável, replantou a Mata Atlântica, por meio do Instituto Terra,
que também está ajudando a recuperar o rio Doce.
Além das fotos memoráveis,
em seus registros únicos (álbuns Os Trabalhadores, Serra Pelada, Outras
Américas, Exôdos, entre outros), Sebastião Salgado ainda nos dá mais esse
presente: uma tentativa de mundo melhor.
Avaliação:
*****
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