Sindicato de Ladrões (On the Waterfront)
País: EUA
Ano:
2014
Gênero: Drama
Duração: 108
min
Direção: Elia Kazan
Elenco: Abe Simon,
Arthur Keegan, Don Blackman, Eva Marie Saint, Karl Malden, Lee J. Cobb, Marlon
Brando, Pat Henning, Rod Steiger, Rudy Bond e Tony Galento.
Sinopse: Terry (Marlon Brando), um ex-boxeador que
começou a trabalhar nas docas de um porto em Nova York, testemunha contra os
gangsters que tiranizam o cais e torna-se persona non grata. Por insistência do Padre Barry (Karl Malden), ele se vê
envolvido em um dilema moral. Sua lealdade aos mafiosos, liderados por Johnny
Friendly (Lee J. Cobb) e por seu irmão, Charlie (Rod Steiger), enfraquecera com
o crime testemunhado por Terry. As táticas de persuasão do padre Barry e seu
crescente afeto por Edie (Eva Marie Saint) distanciam-no gradualmente do mundo
do crime. Quando seu irmão é morto pela Máfia como um aviso de que ele não deve
testemunhar, sua conversão se completa.
Crítica: vencedor da categoria de Melhor Filme em 1955
e mais outros 7 Oscars, o filme sério, sombrio e realista, recebeu boas
críticas e foi a porta para novos talentos no cinema, trazendo também a influência
do cinema italiano (neorrealismo) para Hollywood, onde é marcante a
caracterização realista dos espaços e, sobretudo, dos personagens, em suas
roupas sujas e abarrotadas.
Marlon Brando já era
sex-symbol popularizado por “Uma rua chamada pecado / A streetcar named desire”
(1951) e “O Selvagem / The wild one” (1953). Aqui vive Terry Malloy, ex-lutador
fracassado que cria pombos e está à mercê do chefe do sindicato John Friendly
(Lee J. Cobb), a mando de quem participa de um assassinato. Tudo se complica
quando ele se apaixona pela irmã do estivador que ajudou a matar, a bela Edie
Doyle (Eva Marie Saint), moça que vai à luta e convence o padre Barry (Karl
Malden, com quem Brando já trabalhara em “Uma rua Chamada Pecado”) a agir
contra a corrupção.
Na trama de Sindicato de
Ladrões, Terry Maloy (Marlon Brando), ex-pugilista fracassado que, por
orientação do irmão mais velho Charley (Rod Steiger), acaba trabalhando no
sindicato dos portuários de Nova York – uma ocupação braçal voltada à classe
operária. Entretanto, ali está instalado todo um esquema de corrupção, crime e
extorsão por parte do sindicato. Escalado para atrair um delator para uma
armadilha (que acaba sendo morto), Terry é levado a um dilaceramento moral, uma
reflexão ética, uma fragmentação entre a realidade do trabalho no cais de Nova
York e sua consciência com pendor para valores éticos – ainda que seja um
simples “vagabundo” da classe operária sem perspectiva alguma de futuro, como
auto define-se o protagonista em cena tocante interpretada por Marlon Brando –
certamente uma das mais importantes e reprisadas da história do cinema.
O dilema, de seguir honesto
ou aderir ao crime, tendo de arcar com as consequências impostas pelas
circunstâncias do contexto em ambas as escolhas, e de ser conivente com a ética
e a moral em benefício de um grupo, ou em benefício do todo são o foco da
história. Essa narrativa simbólica que lida com valores e concepções de mundo foi
inusitada para a época, diferente dos fimes americanos de então.
O clássico é, sem dúvida, um
retrato realista da nação americana do pós-guerra, no início dos anos 50.
Avaliação:
***
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