País: EUA
Ano:
2016
Gênero: Documentário
Duração: 103 min
Direção: Kirby
Dick e Amy Ziering
Elenco: -
Sinopse: documentário que trata de violência sexual
sofrida por homens e mulheres em campus de universidades e de movimentos
ativistas lutando por investigação dos casos. A displicência das universidades
depois dos incidentes também é retratada.
Crítica: o documentário revela um problema, quase
crônico, e pouco conhecido do mundo até então (recentemente que o assunto
chegou ao Senado e foi até mencionado pelo presidente Obama): abuso sexual nas
universidades americanas, em geral, nas festas de final de semana ou feriados,
movidas a muita bebida alcóolica e droga.
A força do agressor, a
fragilidade da vítima alcoolizada ou entorpecida com alguma substância inserida
na bebida, o medo de denunciar e não ser ouvido e o não apoio das universidades
ao receberem tais denúncia são fatores que contribuem para a não punição de
quem comete o delito.
O filme traz vários
depoimentos e testemunhos (de jovens de ambos os sexos) contando como ocorreu o
estupro, como reagiram, quando decidiram contar e a quem contar o ocorrido e,
lamentavelmente, a decepção ao ouvirem dos representantes das instituições de
ensino perguntas que levavam a crer que os culpados eram eles mesmos: as
vítimas.
Todas as grandes
universidades estão na lista negra, inclusive Harvard. Mas, a fim de preservar
a imagem da entidade, a maioria delas sequer registra a ocorrência, ou se o
faz, no máximo o aluno acusado é suspenso. Há um caso de expulsão, por exemplo,
mas que logo é anulado e o agressor retorna à instituição, sem qualquer
comunicado à acusadora.
A revelação no filme é que
muitos são conhecidos ou amigos (e, por isso mesmo, a agressão é menos
esperada) e grande parte das acusações recaem sobre jovens atletas que, por
serem bastante idolatrados nos EUA e valerem muito dinheiro para os clubes e
para o país, tornam-se intocáveis.
Uma esperança para que tal
realidade mude surge com duas meninas (também abusadas sexualmente) que se unem
e percorrem várias faculdades e universidades do país colhendo informações,
ouvindo vítimas, realizando passeatas e cobrando responsabilidade por parte das
autoridades. Elas conseguem, por fim, ser ouvidas e recebidas por uma ministra
do governo americano.
Os traumas causados
nessas(es) jovens são incalculáveis. Algumas(uns) chegam ao extremo ato de se
tirar a própria vida por não terem sua dignidade respeitada e não verem nenhuma
punição ou justiça aos criminosos.
O tema é importante e
necessário. Uma falha do documentário está na sua duração. Uma edição mais
apurada e menos repetitiva, com material melhor selecionado e entrevistas mais
concisas (sem tantas idas e vindas) teria deixado-o mais objetivo. E
objetividade é uma particularidade relevante em filmes deste gênero.
Avaliação: **
Read more...