Corpo e Alma (A Teströl és Lélekröl)
País: Hungria
Ano:
2017
Gênero: Drama
Duração: 116
min
Direção: Ildiko
Enyedi
Elenco: Alexandra
Borbély, Morcsányi Géza, Zoltán Schneider e Ervin Nagy.
Sinopse: uma história de amor que começou em sonho,
literalmente. Numa dualidade entre o dormir e o acordar, dois jovens que não se
conhecem têm sonhos exatamente iguais, e acabam se encontrando diariamente
todas as noites nesse mundo paralelo de fantasia. Quando chega a hora de se
encontrarem de verdade, a situação se mostra ainda mais complexa.
Crítica: o filme, representante da
Hungria para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro 2018, é um forte concorrente.
De forma criativa, gradual
e intensa, “Corpo e Alma” conta uma história sobre as dificuldades das relações
humanas e da convivência, as nossas fraquezas e a ausência de comunicação.
A primeira cena do filme são
dois cervos na floresta nevada; mais adiante entendemos o que ela representa. O
interessante é que a diretora faz as revelações de forma sutil e natural.
Os protagonistas Márika e
Endre (interpretados, respectivamente, por Alexandra Borbély e Morcsányi Géza) são
excelentes e nos envolvem em sua situação incomum. Somos comovidos pelo
sofrimento de Márika na total fobia que tem do contato humano. Mesmo diante de
problemas tão sérios, ainda há espaço para o humor que dá leveza à trama em
alguns momentos, quando, por exemplo, ela vai ao terapeuta e tenta seguir as
instruções passadas por ele.
A trama ainda permite
questionamentos quanto à exploração animal (ambos trabalham em um frigorífico);
quanto às modernidades tecnológicas; quanto ao desrespeito às diferenças;
quanto ao machismo; quanto à hipocrisia das relações humanas.
E tudo isso num roteiro que
só vem crescendo, trazendo uma boa surpresa a cada acontecimento da história.
O final é inspirador. Um
filme nobre. Imperdível e merecedor do Oscar.
Avaliação: ****
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