segunda-feira, 26 de março de 2018

One of Us



País: EUA
Ano: 2017
Gênero: Documentário
Duração: 95 min
Direção: Heidi Ewing e Rachel Grady
Elenco: Luzer Twersky, Ari Hershkowitz, Yosef Rapaport, Chani Getter, David Mandelbaum e Etty.

Sinopse: penetrando o segregado mundo da comunidade judia hassídica de Nova York, com foco em três indivíduos levados a deixar esse modo de vida apesar das ameaças de retaliação.

Crítica: o documentário se debruça sobre a comunidade de judeus ortodoxos hassídicos do Brooklyn, em Nova York, para contar a história de três jovens – Etty, Ari Hershkowitz e Luzer Twersky – que decidiram se desvencilhar da religião.
Durante três anos, os diretores acompanharam a decisão de sair da comunidade, as dúvidas, as angústias, as transformações, a dificuldade de obter a liberdade individual e as consequências dessa escolha.
Só nos EUA, a comunidade hassídica é de 300 mil judeus. Eles têm suas próprias escolas, seu transporte escolar, seus hospitais, seu comércio. É um mundo à parte.
O preço pago para se ter uma vida “normal” e não mais isolada ou seguindo costumes seculares é alto. Amigos e parentes se afastam totalmente, não existe qualquer apoio e a palavra de ordem é a exclusão.
Luta-se por um emprego e, no caso de Etty, casada 12 anos com um homem que a violentava e a surrava, ela precisa disputar a guarda dos 7 filhos. Ela é observada, seguida, censurada e ameaçada constantemente. Seu único conforto vem de um grupo de ajuda para ex-judeus hassídicos.
A desigualdade entre os sexos é gritante e os casamentos arranjados não são questionados. Mais alarmante ainda é que comunidade tem suas próprias leis. E pasmem: uma delas diz que, independente do que aconteça, um judeu hassídico não pode denunciar outro judeu hassídico.
Outra denúncia é de estupro, feita por Ari. Quando tinha 8 anos, um professor o teria violentado em um acampamento de verão, com o conhecimento de outros colegas e de outros professores.
Luzer também relata uma infância difícil (sobretudo com os pais) e não consegue se ver novamente na comunidade. Mudou-se para Los Angeles, vive num trailer e tenta ganhar a vida como ator.
Todos têm uma vida para recomeçar. Sofridos, angustiados, temerosos e com inúmeros traumas, eles buscam o que nunca tiveram: liberdade de escolha e vida própria.
O filme choca pelas revelações abusivas e traumáticas desses três indivíduos.
Recomendadíssimo!

Avaliação: ***

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domingo, 25 de março de 2018

A Odisseia (L‘Odyssée)

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País: França
Ano: 2017
Gênero: Biografia
Duração: 123 min
Direção: Jérôme Salle
Elenco: Audrey Tautou, Lambert Wilson, Pierre Niney, Benjamin Lavernhe e Laurent Lucas.

Sinopse: o aventureiro oceânico e cineasta francês Jacques-Yves Cousteau (Lambert Wilson) embarca em uma grande viagem com sua família na embarcação Calypso. Com o passar dos anos, no entanto, seu amor pelo mundo submerso - e suas possibilidades de negócios - relega a segundo plano a mulher (Audrey Tautou) e os filhos. Quando cresce, Phillippe (Pierre Niney) volta a bordo apesar da péssima relação com o pai e os dois precisam superar todas as diferenças e mágoas para sobreviver em alto-mar.

Crítica: o longa conta 30 anos da história do oficial da marinha francesa, oceanógrafo, documentarista, oceanógrafo, cineasta e inventor Jacques-Yves Cousteau – o homem que ficou mundialmente conhecido por suas viagens e aventuras a bordo do navio Calypso.
Quem vive o personagem é o ator Lambert Wilson (numa atuação maestral), durante os anos de 1949 a 1979. Audrey Tautou (a Amélie Poulain do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain) interpreta a esposa, Simone Cousteau (infelizmente, num papel “apagado”.
Após sofrer um acidente de carro que deu fim a sua carreira de aviador, Cousteau voltou o seu interesse totalmente para o mar. Ele conta essa história ao seu filho Phillipe (Pierre Niney) que possui o mesmo espírito aventureiro do pai.
Além do lado aventureiro, o filme revela o homem ambicioso, sedutor, inventor e egocêntrico – nesse ponto, ele renega sentimentos, fere os que mais o amam (inclusive um dos filhos que ele praticamente ignora) e, por diversas vezes, esquece da existência da sua esposa. Foi ela a maior incentivadora da compra do navio Calypso, que foi completamente reformado (com a venda das joias de família dela) para que a família viajasse pelo mundo.
A história do filme é contada sob a perspectiva de Philippe e de Cousteau e mostra toda a tragédia familiar e segredos da vida do explorador francês. Em um certo momento, Jacques se torna uma estrela mundial e faz diversas coisas em prol do dinheiro e da obsessão da conquista do mar.
Projetos, filmes, viagens a negócios – tudo se resume a lucrar. Phillipe, seu filho, começa a distanciar-se por ter uma nova visão de futuro, visando à preservação da natureza.
Jacques percebe essa mudança e dá uma guinada nos seus planos, passando a se preocupar com o meio ambiente.
É muita coisa para contar, o que torna difícil aprofundar-se nos acontecimentos e momentos da vida de Jacques. O público tem que captar e acompanhar rapidamente.
Cousteau foi um dos inventores, juntamente com Émile Gagnan, do aqualung, o equipamento de mergulho autônomo que substituiu os pesados escafandros e, também, participou como piloto de testes da criação de aparelhos de ultrassom para levantamentos geológicos do relevo submarino e de equipamentos fotocinematográficos para trabalhos em grandes profundidades.
Ele conquistou a Palma de Ouro de 1956, com o filme O mundo silencioso, rodado no Mar Mediterrâneo e Vermelho. No total, foram quatro longas-metragens e setenta documentários para a televisão.
Em 1965, Cousteau criou uma casa submarina onde seis pessoas viveram por um mês, a cem metros de profundidade.
As belas imagens no fundo do mar (sobretudo com as baleias) e da expedição à Antartica complementam a cinebiografia do homem idealizador e imaginário.

Avaliação: ***

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A Livraria (The Bookshop)


País: Alemanha/Espanha/Reino Unido
Ano: 2017
Gênero: Drama
Duração: 113 min
Direção: Isabel Coixet
Elenco: Emily Mortimer, Bill Nighy e Patricia Clarkson.

Sinopse: no final da década de 50, uma mulher recém-chegada em uma pacata cidade do litoral da Inglaterra decide abrir uma livraria. Contudo, sua iniciativa é vista com maus olhos pela conservadora comunidade local, que passa a se opor tanto a ela quanto ao seu negócio, obrigando-a lutar por seu estabelecimento.

Crítica: The Bookshop faz uma correta adaptação da obra literária da inglesa Penelope Fitzgerald, quase que uma mera leitura.
A história retrata Florence Green (Emily Mortimer, sempre com a mesma atuação de sofredora), que deseja colocar em prática seu amor à leitura abrindo uma livraria em uma cidade inglesa pitoresca, e todos os obstáculos que encontrará.
Como toda fábula, há os personagens caricatos e, claro, não poderia faltar a vilã, Violet Gamart (Patricia Clarkson). A mesquinhez dos cidadãos da cidadezinha será a barreira que a corajosa e determinada Florence terá que driblar.
Mas para agradar o público cinéfilo seria preciso um trabalho mais primoroso. Os enquadramentos são simples, sem muitas ousadias; a fotografia é singela; a previsibilidade domina toda a trama; e os diálogos (ainda que sejam o que há de mais produtivo no longa) seguem uma narrativa comum. O melhor são as conversas entre o recluso, mas também devorador de livros, Sr. Brundich (Bill Nighy) e Florence.
No final, tem-se a sensação de ter visto um filme de sessão da tarde. Incapaz de causar qualquer envolvimento maior com o espectador.

Avaliação: **

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