quarta-feira, 21 de março de 2018

Imagens do Estado Novo 1937-45


País: Brasil
Ano: 2017
Gênero: Documentário
Duração: 217 min
Direção: Eduardo Escorel
Elenco: -

Sinopse: recorrendo a vasto material de arquivo, entre cine-jornais, fotografias, cartas, filmes familiares e de ficção, trechos de diário e canções populares, o documentário reavalia a herança do período ditatorial de Getúlio Vargas (1937-1945). Através da comparação e análise desses registros heterogêneos, produzidos para fins diversos, da propaganda política à celebração familiar, o filme explora as diversas camadas da trama política do regime do Estado Novo, expondo suas fontes de inspiração externas, sua forma de funcionamento e contradições.

Crítica: “Estado Novo: 1937-1945" é uma excelente aula de história, que conta com inúmeras imagens de arquivo (grande parte delas não mostrada no cinema ainda), muitas informações, revelações contidas no diário de Getúlio Vargas e uma narração histórica (bem pausada explicando as imagens) que situa bem o espectador na história.
Getúlio Vargas foi presidente do Brasil em dois períodos. O primeiro foi de 15 anos ininterruptos, de 1930 até 1945, e dividiu-se em 3 fases: de 1930 a 1934, como chefe do "Governo Provisório"; de 1934 até 1937 como presidente da república do Governo Constitucional, tendo sido eleito presidente da república pela Assembleia Nacional Constituinte de 1934; e, de 1937 a 1945, como presidente-ditador, durante o Estado Novo implantado após um golpe de estado.
A pesquisa aprofundada do diretor nos mostra imagens criadas como propaganda do regime totalitário de Getúlio Vargas, algumas cenas em trabalho e na intimidade de Getúlio (com a presença de sua filha, por exemplo), as alianças políticas (José Antônio Flores da Cunha, por exemplo, atuou ativamente na revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas à presidência do Brasil), a presença do exército, a aclamação do povo (devido à legislação trabalhista e políticas sociais), o exílio em sua cidade São Borja-RS (depois de ser deposto por um golpe militar), e também cenas do Brasil daquela época.
Vemos, ainda, os adversários políticos, os golpes bem-sucedidos, a ameaça integralista capitaneada por Plínio Salgado (perigosa aproximação com o nazismo), a violenta repressão (Vargas habilmente conseguiu se dissociar dessa violência), a criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), a insistência na neutralidade durante a Segunda Guerra Mundial (ainda que demonstrasse simpatia pelas ideias de Hitler), a aproximação dos EUA de Roosevelt e o Massacre do Caldeirão (fato desconhecido pela grande maioria dos brasileiros). No dia 10 de maio de 1937 aproximadamente 700 seguidores do beato José Lourenço foram massacrados pela Polícia Militar e pelo Exército na comunidade rural de Pau da Colher, na Bahia. Conhecida como Caldeirão, essa comunidade reunia romeiros do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia que buscavam um pedaço de terra para plantar e viver. A área escolhida foi na realidade uma doação de Padre Cícero. A aglomeração de pessoas provocou inquietação no governo, que temia que se repetissem as ações populares de Canudos (1887/1897) e Contestado (1912-1916).
Enfim, o longa é um aprendizado sobre o nosso passado e a nossa formação política.

Avaliação: ****

0 comentários:

Bilheterias Brasil - TOP 10

Seguidores

  © Blogger templates Newspaper III by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP