Imagens do Estado Novo 1937-45
País: Brasil
Ano:
2017
Gênero: Documentário
Duração: 217
min
Direção: Eduardo
Escorel
Elenco: -
Sinopse: recorrendo a vasto material de arquivo, entre
cine-jornais, fotografias, cartas, filmes familiares e de ficção, trechos de
diário e canções populares, o documentário reavalia a herança do período
ditatorial de Getúlio Vargas (1937-1945). Através da comparação e análise
desses registros heterogêneos, produzidos para fins diversos, da propaganda
política à celebração familiar, o filme explora as diversas camadas da trama
política do regime do Estado Novo, expondo suas fontes de inspiração externas,
sua forma de funcionamento e contradições.
Crítica: “Estado Novo: 1937-1945" é uma excelente
aula de história, que conta com inúmeras imagens de arquivo (grande parte delas
não mostrada no cinema ainda), muitas informações, revelações contidas no
diário de Getúlio Vargas e uma narração histórica (bem pausada explicando as
imagens) que situa bem o espectador na história.
Getúlio Vargas foi
presidente do Brasil em dois períodos. O primeiro foi de 15 anos ininterruptos,
de 1930 até 1945, e dividiu-se em 3 fases: de 1930 a 1934, como chefe do
"Governo Provisório"; de 1934 até 1937 como presidente da república
do Governo Constitucional, tendo sido eleito presidente da república pela
Assembleia Nacional Constituinte de 1934; e, de 1937 a 1945, como presidente-ditador,
durante o Estado Novo implantado após um golpe de estado.
A pesquisa aprofundada do
diretor nos mostra imagens criadas como propaganda do regime totalitário de
Getúlio Vargas, algumas cenas em trabalho e na intimidade de Getúlio (com a
presença de sua filha, por exemplo), as alianças políticas (José Antônio Flores
da Cunha, por exemplo, atuou ativamente na revolução de 1930, que levou Getúlio
Vargas à presidência do Brasil), a presença do exército, a aclamação do povo
(devido à legislação trabalhista e políticas sociais), o exílio em sua cidade
São Borja-RS (depois de ser deposto por um golpe militar), e também cenas do
Brasil daquela época.
Vemos, ainda, os
adversários políticos, os golpes bem-sucedidos, a ameaça integralista
capitaneada por Plínio Salgado (perigosa aproximação com o nazismo), a violenta
repressão (Vargas habilmente conseguiu se dissociar dessa violência), a criação
do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), a insistência na neutralidade
durante a Segunda Guerra Mundial (ainda que demonstrasse simpatia pelas ideias
de Hitler), a aproximação dos EUA de Roosevelt e o Massacre do Caldeirão (fato
desconhecido pela grande maioria dos brasileiros). No dia 10 de maio de 1937
aproximadamente 700 seguidores do beato José Lourenço foram massacrados pela
Polícia Militar e pelo Exército na comunidade rural de Pau da Colher, na Bahia.
Conhecida como Caldeirão, essa comunidade reunia romeiros do Ceará, Piauí, Rio
Grande do Norte, Pernambuco e Bahia que buscavam um pedaço de terra para
plantar e viver. A área escolhida foi na realidade uma doação de Padre Cícero. A aglomeração de pessoas
provocou inquietação no governo, que temia que se repetissem as ações populares
de Canudos (1887/1897) e Contestado (1912-1916).
Enfim, o longa é um
aprendizado sobre o nosso passado e a nossa formação política.
Avaliação:
****
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