Ilha dos Cachorros (Isle of Dogs)
País: Alemanha/EUA
Ano:
2018
Gênero: Animação
Duração: 102
min
Direção: Wes
Anderson
Elenco: Bryan
Cranston, Frances McDormand, Edward Norton, Liev Schreiber, Greta Gerwig,
Scarlett Johansson, Jeff Goldblum e F. Murray Abraham.
Sinopse: Atari Kobayashi é um garoto japonês de 12 anos
de idade. Ele mora na cidade de Megasaki, sob tutela do corrupto prefeito
Kobayashi. O político aprova uma nova lei que proíbe os cachorros de morarem no
local, fazendo com que todos os animais sejam enviados a uma ilha vizinha repleta
de lixo. Mas o pequeno Atari não aceita se separar do cachorro Spots. Ele
convoca os amigos, rouba um jato em miniatura em parte em busca de seu fiel
amigo. A aventura vai transformar completamente a vida da cidade.
Crítica: de grande apelo visual, com cenários imensos,
diálogos mordazes e personagens cativantes, o diretor expõe uma crítica aos
governos autoritários, tiranos e nazifascistas (infelizmente, existentes ainda
hoje), por meio da animação, de forma muito criativa.
Um governante autoritário
se volta contra uma parcela da população. Com árdua campanha de marketing,
convence a maioria do povo que aquela minoria é perigosa e ameaçadora, impura,
precisando ser excluída e, em segundo tempo, exterminada. A ciência comprova
que não existe ameaça nenhuma, mas a lavagem cerebral supera qualquer
constatação dos fatos: o ódio é maior que a razão. Esta poderia ser uma
descrição do nazismo e, de fato, também é. Mas, na trama, a população
perseguida é a dos cachorros.
E ainda há espaço para abordar,
ainda que levemente, a situação dos imigrantes e refugiados de hoje.
O incrível no filme é que,
apesar do uso do recurso da animação, nunca se perde a referência à realidade.
É comovente ver os animais lutando
para sobreviver no espaço onde são jogados para extermínio e a luta do menino
Atari para salvar seu cão. As expressões dos atores que dão vida aos cachorros
são incrivelmente convincentes. O olhar comunica e transmite a emoção.
Com exceção de algumas
falhas, como a existência de personagens cachorros demais (que confunde um
pouco o espectador para identificá-los) e uma linguagem subliminar de que os gatos
seriam vilões por serem amigos dos que estão por trás do plano de exterminar os
cães, a trama merece aplausos.
Depois dos dois últimos
trabalhos de Wes Anderson, Moonrise Kingdom (2012) e O Grande Hotel Budapeste
(2013), “Isle of Dogs” é muito bem-vindo e, certamente, agradará o público.
Avaliação:
****
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