A Guerra de Anna (Voina Anny)
País: Rússia
Ano: 2018
Gênero: Drama
Duração: 74
min
Direção: Aleksey
Fedorchenko
Elenco: Maria
Koslova
Sinopse: Anna (Marta Kozlova) é uma menina de seis anos
que tem toda a família assassinada em uma execução em massa de judeus. Por um
milagre ela sobrevive e passa as próximas centenas de dias escondida na chaminé
em desuso de um comandante nazista. Relembrando sua vida que a guerra tomou,
com os fundamentos culturais ensinados por seus pais,
Anna precisa sobreviver e manter sua humanidade nas condições mais inumanas
possíveis.
Crítica: o cinema já nos brindou com bons filmes em que
um único personagem nos conta sua história. No longa-metragem russo, o mais
surpreendente é que a protagonista e praticamente única personagem, Anna, é uma
criança de apenas seis anos. Fora alguns personagens iniciais e outros figurantes,
que estão ali apenas para nos situar no tempo e na circunstância, é ela que nos
revela como é sobreviver sozinha na guerra.
A cena inicial nos revela vários
corpos. Apenas uma menina sobrevive, surgindo da terra escura e debaixo de um
corpo, provavelmente o da sua mãe. Anna perdeu todos seus familiares, mortos pelos nazistas. Encontrada
por uma família muito humilde, que não pode ficar com ela, é entregue para soldados
russos. É o início da Segunda Guerra. Anna não confia em ninguém. Ela consegue
se esconder na base militar, sem ninguém notar sua existência. Sem diálogos
(fora alguns comentários de adultos que entram e saem da base), o roteiro se centraliza
nas ações da menina que luta para sobreviver.
Bebe urina e água suja,
rouba comida quando dá, de madrugada pega gelo na soleira da janela (é inverno)
e consegue aquecê-la (improvisando o fogo) para derretê-la e se lavar um pouco,
consegue trapos para se esquentar e usar como sapatos.
Cada ação nos impressiona.
O filme nunca é tedioso. Dirigir uma criança não é tarefa fácil. E a atriz
mirim, Maria Koslova, é competente em sua atuação.
Um filme belo, doloroso,
que mostra que a Guerra é sempre injusta e que o instinto de sobrevivência é que
nos guia.
Uma cena muito especial se
dá quando ela está com um gatinho – seu único companheiro na solidão da guerra.
Avaliação: ***
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