domingo, 5 de julho de 2009

A Partida

Título original: Okuribito
País: Japão
Ano: 2008
Gênero: Drama
Duração: 130 min
Direção: Yojiro Takita
Elenco: Masahiro Motoki, Tsutomu Yamazaki, Ryoko Hirosue, Kazuko Yoshiyuki, Kimiko Yo e Takashi Sasano.

Sinopse: Daigo Kobayashi (Masahiro Motoki) tem o sonho de tocar violoncelo profissionalmente. Para tanto se endivida e compra um instrumento, conseguindo emprego em uma orquestra. Contudo, o pequeno público que comparece às apresentações não é suficiente para mantê-la. Sem ter como pagar, ele devolve o instrumento e decide morar, com sua esposa Mika (Ryoko Yoshiyuki), em sua cidade natal. Em busca de emprego, ele se candidata a uma vaga bem remunerada sem saber qual será sua função. Após ser contratado, descobre que será um “nokanshi”, uma espécie de assistente de agente funerário, mestre em lavar e vestir cadáveres. Essa função advém de uma antiga tradição japonesa: deixar o morto limpo, belo e bem tratado para seu último momento, função antes exercida pelas famílias dos mortos, porém já meio esquecida e agora feita por profissionais. De início, Daigo tem vergonha da situação e esconde o novo trabalho da esposa, mas o aceita devido ao dinheiro. Aos poucos ele passa a compreender melhor sua tarefa e a dignidade nela contida.
Crítica: ‘A Partida’ é um drama bem realizado, que consegue levantar pontos e questões interessantes e sensíveis de forma diferenciada, além de mostrar um panorama interessante sobre um ato cultural japonês, cheio de beleza e poesia, e consistir em uma análise sobre a morte, mas também sobre a vida e o passado.
Afinal, a mudança na vida do protagonista engloba vários aspectos. É uma volta para a cidade natal, e ao relacionamento mal resolvido com o pai. Um retorno às origens, já que num país moderno como o Japão, ele passa a lidar com uma antiga tradição nipônica. Mas é também uma época de novidades, de refletir sobre sua vida, de se adaptar ao novo trabalho e descobrir a importância da profissão, que “limpa” o morto e dá-lhe a beleza que era sua em vida, que deixa-o da melhor forma possível para que sua partida seja digna, para seu último adeus à família. Essas cenas são dirigidas com bastante sensibilidade. Assim, o filme analisa a morte como algo plenamente corporal e o trabalho de “nokanshi” como um mero cuidado final com o corpo. Contudo, as pessoas de fora veem essa profissão como um ofício vergonhoso e indigno, o que acarreta uma visão negativa por parte destes em relação ao contato entre mortos e vivos, assim como uma negação de uma antiga tradição cultural.
Tudo isso é conduzido pelo diretor de forma cuidadosa, sensata e firme. A direção aposta em um ritmo lento, porém nunca arrastado ou irreal. Algumas partes são carregadas de melodrama, mas em geral o resultado é equilibrado. O diretor coordena bem seu elenco. A fotografia, em tons pastéis, e a iluminação farta funcionam bem dentro da proposta da história.
Avaliação: ***

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