Stella
Título original: Stella
País: França
Ano: 2008
Gênero: Drama
Duração: 103 min
Direção: Sylvie Verheyde
Elenco: Léora Barbara, Melissa Rodriguès, Karole Rocher, Benjamin Biolay, Laëtitia Guerard, Guillaume Depardieu, Johan Libéreau, Jeannick Gravelines e Thierry Neuvic.
Sinopse: Stella é uma garota argentina de 11 anos de idade que acaba de iniciar um novo curso numa escola de Paris. Mas sua vida, mesmo, transcorre dentro de um bar cujos pais exilados são donos. Um refugio para a classe trabalhadora, que cai na bebida, faz apostas, fala de futebol e outras amenidades até o dia amanhecer. Para Stella, a escola é complicada. Mais do que os estudos, o que ela não suporta são as humilhações dos professores e amigos por causa de sua origem. É assim que começam a despertar na garota instintos mais violentos. Mas graças a sua única amiga, também filha de intelectuais argentinos exilados, Stella vai vislumbrar um mundo que não conhece: desde o primeiro amor até os perigos que cercam uma menina prestes a se tornar mulher.
Crítica: as imagens são mostradas brutas ao espectador, sem julgar. Desde a construção do ambiente degradante em que cresce a garotinha, cujos pais são donos de um deplorável bar, e não ligam a mínima para sua formação, a diretora procura não colocar a moral – ou a falta dela – dos integrantes deste pequeno grupo social em primeiro plano, embora obviamente saiba o que o espectador pensa a respeito.
"Não é lugar para se criar uma criança", você pode dizer, mas o fato é que, aos 11 anos, Stella já se habituou a ser diferente – aliás, desde o início da película, quando olha para os amigos da escola nova, ela nos diz, em uma narração em off, que não é uma criança como as outras. Ainda assim, há o processo de sempre: os baques da vida familiar, as dificuldades estudantis e as descobertas da puberdade que aguardam Stella.
Como uma criança típica, Stella vê tudo. A câmera pega os detalhes do bar e os movimentos dos adultos. O relato em primeira pessoa da menina adiciona verbalmente comentários, ora sarcásticos ora encantados, sobre aquilo a que estamos assistindo. Nada é desperdiçado nas cenas para situar o espectador na sua vida.
Acompanhamos, portanto, o choque de valores a partir da sua visão, que, mesmo com o sarcasmo esperto das observações feitas por meio da narração em off, é regida pela inocência e as inúmeras dúvidas que naturalmente surgem durante esses ritos de passagem (no caso, entre infância e adolescência). Assim, quando vemos Stella falar de suas diferenças, nos deparamos com colocações puras, que mesmo soando engraçadas ou irônicas não possuem duplo sentido, apenas refletem seu autoconhecimento ou seus questionamentos a respeito dos temas propostos.
Leóra Bárbara está perfeita no papel, demonstrando ao mesmo tempo esperteza e inocência.
Um filme equilibrado, sensível e belo, sem preconceitos ou opiniões formadas. Um excelente trabalho, que deve agradar a todos! Confira.
Curiosidade: autobiográfico, Stella é o terceiro longa-metragem da atriz e cineasta Sylvie Verheyde, que escreveu o roteiro com base no que viveu em 1977, quando entrou no primeiro ano da escola secundária, o equivalente no Brasil a 5ª série. O longa foi o vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Flanders, além de levar dois prêmios especiais no Festival de Veneza. O filme tem a participação de Guillaume Depardieu, filho de Gerard Depardieu, que faleceu precocemente em 2008.
Avaliação: ****
País: França
Ano: 2008
Gênero: Drama
Duração: 103 min
Direção: Sylvie Verheyde
Elenco: Léora Barbara, Melissa Rodriguès, Karole Rocher, Benjamin Biolay, Laëtitia Guerard, Guillaume Depardieu, Johan Libéreau, Jeannick Gravelines e Thierry Neuvic.
Sinopse: Stella é uma garota argentina de 11 anos de idade que acaba de iniciar um novo curso numa escola de Paris. Mas sua vida, mesmo, transcorre dentro de um bar cujos pais exilados são donos. Um refugio para a classe trabalhadora, que cai na bebida, faz apostas, fala de futebol e outras amenidades até o dia amanhecer. Para Stella, a escola é complicada. Mais do que os estudos, o que ela não suporta são as humilhações dos professores e amigos por causa de sua origem. É assim que começam a despertar na garota instintos mais violentos. Mas graças a sua única amiga, também filha de intelectuais argentinos exilados, Stella vai vislumbrar um mundo que não conhece: desde o primeiro amor até os perigos que cercam uma menina prestes a se tornar mulher.
Crítica: as imagens são mostradas brutas ao espectador, sem julgar. Desde a construção do ambiente degradante em que cresce a garotinha, cujos pais são donos de um deplorável bar, e não ligam a mínima para sua formação, a diretora procura não colocar a moral – ou a falta dela – dos integrantes deste pequeno grupo social em primeiro plano, embora obviamente saiba o que o espectador pensa a respeito.
"Não é lugar para se criar uma criança", você pode dizer, mas o fato é que, aos 11 anos, Stella já se habituou a ser diferente – aliás, desde o início da película, quando olha para os amigos da escola nova, ela nos diz, em uma narração em off, que não é uma criança como as outras. Ainda assim, há o processo de sempre: os baques da vida familiar, as dificuldades estudantis e as descobertas da puberdade que aguardam Stella.
Como uma criança típica, Stella vê tudo. A câmera pega os detalhes do bar e os movimentos dos adultos. O relato em primeira pessoa da menina adiciona verbalmente comentários, ora sarcásticos ora encantados, sobre aquilo a que estamos assistindo. Nada é desperdiçado nas cenas para situar o espectador na sua vida.
Acompanhamos, portanto, o choque de valores a partir da sua visão, que, mesmo com o sarcasmo esperto das observações feitas por meio da narração em off, é regida pela inocência e as inúmeras dúvidas que naturalmente surgem durante esses ritos de passagem (no caso, entre infância e adolescência). Assim, quando vemos Stella falar de suas diferenças, nos deparamos com colocações puras, que mesmo soando engraçadas ou irônicas não possuem duplo sentido, apenas refletem seu autoconhecimento ou seus questionamentos a respeito dos temas propostos.
Leóra Bárbara está perfeita no papel, demonstrando ao mesmo tempo esperteza e inocência.
Um filme equilibrado, sensível e belo, sem preconceitos ou opiniões formadas. Um excelente trabalho, que deve agradar a todos! Confira.
Curiosidade: autobiográfico, Stella é o terceiro longa-metragem da atriz e cineasta Sylvie Verheyde, que escreveu o roteiro com base no que viveu em 1977, quando entrou no primeiro ano da escola secundária, o equivalente no Brasil a 5ª série. O longa foi o vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Flanders, além de levar dois prêmios especiais no Festival de Veneza. O filme tem a participação de Guillaume Depardieu, filho de Gerard Depardieu, que faleceu precocemente em 2008.
Avaliação: ****
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