domingo, 17 de fevereiro de 2013

O Voo (Flight)


País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 138 min
Direção: Robert Zemeckis
Elenco: Denzel Washington, James Badge Dale, Don Cheadle, John Goodman, Kelly Reilly, Bruce Greenwood, Melissa Leo, Nadine Velazquez, Tamara Tunie, Garcelle Beauvais, Rhoda Griffis, Brian Geraghty e Adam Tomei.

Sinopse: Whip Whitaker (Denzel Washington) é um experiente piloto de avião, que por milagre aterrissa sua aeronave depois de uma catástrofe em pleno ar, salvando quase todos os passageiros a bordo. Depois do acidente, Whip é considerado um herói, porém, na medida em que mais fatos se tornam conhecidos, mais perguntas do que respostas surgem sobre quem ou o quê realmente estava errado e o que, na verdade, aconteceu naquele avião.

Crítica: logo na primeira cena, Whip Whitaker acorda de ressaca ao lado de uma mulher, pega uma cerveja e cheira uma carreira de cocaína. Em seguida, vai para o trabalho – ele é piloto comercial e deve voltar à Atlanta. Após intensa turbulência, aproveita os céus claros para beber mais três garrafinhas de vodca com suco de laranja, ao mesmo tempo em que fala algumas palavras reconfortantes aos 102 passageiros a bordo.
Tudo tranquilo, com direito a tempo para uma soneca, até que o avião apresenta problemas hidráulicos e começa cair. A cena a seguir é, com certeza, a melhor do longa, dirigida com precisão por Zemeckis (mesmo de ‘Náufrago’). O piloto, acelerado pelas drogas, faz uma manobra ousada para salvar vidas, chegando a deixar o avião de ponta cabeça. Depois de muita luta, a aeronave pousa em relativa segurança em um campo há alguns quilômetros do aeroporto. Apenas 6 morrem (sendo 2 da tripulação) e assim nasce um herói, pelo menos até sair o exame toxicológico da tripulação.
É quando tem início um drama moralista sobre alcoolismo, abuso de drogas e mentiras. Denzel interpreta de forma inspirada um homem atormentado, com relações cortadas com sua ex-mulher e filho, que entra em depressão depois de perder a namorada no acidente. Ele decide, então, parar de beber, mas tudo desmorona quando descobre ser alvo de uma investigação que pode colocá-lo na prisão pelo resto da vida.
Diante dessas provações, Whip se entrega ao vício. O personagem alterna momentos de fragilidade, com postura desleixada e olhar distante, com situações de confiança e arrogância, típicos de alguém sob efeito de cocaína. Washington faz uma boa interpretação e convence como pessoa instável, decadente e orgulhosa.
O roteiro é bem direto e consegue criar suspense máximo até nas sequências mais simples. Em uma delas, um simples minibar nunca foi tão assustador. Cada situação é criada para captar a angústia de um homem prisioneiro de seus próprios vícios e as consequências para aqueles à sua volta.
O grande mérito são seus personagens. É difícil encontrar indivíduos tão profundos em filmes para o grande público. Como Nicole (Kelly Reilly), viciada em heroína que passa a viver com o piloto e, embora pareça estar em pior estado que ele, pelo menos tenta a recuperação. Ou o traficante Harling Mays (John Goodman), alívio cômico do filme, que tem uma relação parasítica com Whip. Ou, ainda, o convincente Don Cheadle em sua segura performance de advogado de defesa.
Embora os minutos iniciais de O Voo sejam impactantes, falar que o longa é algo além de um bom drama é exagero. O filme é redondo, cumpre seu papel, mas falta atravessar essa fronteira e ir além do esperado.

Avaliação: ***

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