Em Trânsito (Transit)
País: Alemanha/França
Ano: 2018
Gênero: Drama
Duração: 101
min
Direção: Christian
Petzold
Elenco: Franz
Rogowski, Paula Beer e Godehard Giese.
Sinopse: quando Georg (Franz Rogowski) tenta fugir da
França após a invasão nazista, ele rouba os manuscritos de um autor falecido e
assume sua identidade. Preso em Marseille, acaba conhecendo Marie (Paula Beer),
que está desesperada para encontrar seu marido desaparecido - o mesmo que ele
está fingindo ser. Para complicar ainda mais, ele começa a se apaixonar por
ela.
Crítica: após dirigir os excelentes dramas Barbara
(2012) e Phoenix (2014), o diretor Christian Petzold aposta numa ficção ousada.
Ele nos apresenta uma França nos dias atuais, em pleno século XXI, mas ocupada
pela Alemanha nazista, ou seja, a Segunda Guerra Mundial estaria ocorrendo hoje.
O alemão Georg (Franz
Rogowski), morando na França, tenta escapar do país antes de ser pego pela
polícia. Há uma guerra, e os personagens (perseguidos por homens com
metralhadoras) precisam fugir. Não há uma relação direta com os fatos de 1939 a
1945 e não é, de forma alguma, uma continuação da guerra anterior.
Os carros são modernos, há
pichações nas paredes, as placas de ruas são atuais, os cortes de cabelos e a maneira
de falar são contemporâneos. É como se houvesse uma transposição da história
aos tempos atuais – de exaltação da direita, de intolerância com os imigrantes
e estrangeiros, de retorno ao preconceito. O cotidiano é invadido pelo
patrulhamento.
A analogia entre os
acontecimentos passados e os de hoje ressaltam algo importante: os erros do
passado são repetidos. Antes, caça aos judeus e, agora, perseguição aos
imigrantes ilegais. Os delatores e acusadores continuam existindo na história.
Os dramas são bem colocados
na trama, havendo espaço, inclusive, para uma história de amor, envolvendo 3 pessoas:
Georg (Franz Rogowski), a francesa Marie (Paula Beer) e o médico Richard
(Godehard Giese).
Atuações convincentes, diálogos
com um inteligente discurso político e, ao final, o diretor arrisca deixar uma
dúvida no ar: se as imagens vistas no último instante são reais ou apenas frutos
da imaginação de Georg.
Avaliação: ***
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