O Tradutor (Un Traductor)
País: Cuba/Canadá
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 107
min
Direção: Rodrigo
Barriuso e Sebastián Barriuso
Elenco: Rodrigo
Santoro, Maricel Álvarez, Genadijs Dolganovs e Eslinda Nuñez.
Sinopse: na Universidade de Havana, o
professor de literatura russa, Malin (Rodrigo Santoro), é obrigado a trabalhar
como tradutor para crianças vítimas do desastre nuclear de Chernobyl quando
elas são enviadas até Cuba para tratamento médico.
Crítica: a história do filme (não retratada no cinema
ainda) é bem interessante, com conteúdo de sobra.
Rodrigo Santoro (que
interpreta o professor de literatura russa) se desdobra falando espanhol e
russo. O conhecimento dessa língua faz com que o governo o indique para
trabalhar em um hospital (tendo que largar a universidade, sem qualquer aviso
prévio) ajudando na comunicação entre pais e médicos que cuidam das crianças
expostas à radiação no acidente nuclear que ocorreu em 26 de abril de 1986 na
central elétrica da Usina Nuclear de Chernobyl.
Com o programa de saúde renomado
de Cuba, as crianças são enviadas para o país para tratamento. Um acordo que
gera, certamente, favores de Cuba à Rússia. Inclusive, as imagens iniciais do
longa são o Mikhail Gorbachev, presidente da Rússia à época, sendo recebido por
Fidel Castro em Havana (capital de Cuba).
O filme é feliz em retratar
o envolvimento cada vez maior de Malin (a princípio, contrariado) com as
crianças. Passa a contar histórias para elas, promove atividades para que
escrevam, pintem, desenhem, enfim, expressem o que têm vontade.
Ele conta com a ajuda da
enfermeira argentina Gladys (Maricel Álvarez, em ótima atuação).
Nesse envolvimento, ele
acaba por deixar sua família de lado: sua esposa grávida pela segunda vez e seu
filho.
Seus mundos se afastam. Malin
é mais idealista, socialista e acredita que faz um trabalho honroso. Sua esposa
trabalha com arte e desconhece o verdadeiro papel de Malin no hospital e no
tratamento das crianças. A falta de diálogo os distancia.
Interessante ver as liberdades
individuais serem cortadas em Cuba. Faltam alimentos, falta gasolina, faltam
empregos. O retrato dessa Cuba é importante para situar o espectador e entender
as motivações de seus personagens.
Com exceção de algumas
cenas novelescas ou “melosas”, o filme tem seu mérito ao mostrar crianças
inocentes que perderam suas vidas por negligência humana.
Há um momento em que falta
luz no hospital e o desespero de todos para salvar as crianças é comovente.
Os diretores Rodrigo
Barriuso e Sebastián Barriuso são filhos do próprio personagem Malin na vida
real. Por isso, é inevitável seu tom extremamente pessoal e emocionante.
Avaliação: **
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