sexta-feira, 24 de maio de 2019

Tirza


País: Holanda
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 107 min
Direção: Rudolf van den Berg
Elenco: Gijs Scholten van Aschat, Sylvia Hoeks, Johanna ter Steege, Nasrdin Dchar
Keitumetse Matlabo, Dani Stauder, Abbey Hoes e Titia Hoogendoorn.

Sinopse: o mundo de Jörgen (Gijs Scholten van Aschat) está desmoronando. Forçado a uma aposentadoria precoce e perturbado pela separação de sua esposa, a única coisa em sua vida que parece fazer sentido - a amada filha Tirza (Sylvia Hoeks) - se acaba quando a garota desaparece misteriosamente num final de semana na Namíbia. Após semanas de incertezas, Jörgen decide ele mesmo sair em busca da filha. Mas o forte calor, suas bebedeiras e as tristes memórias só ajudam a enlouquecê-lo de vez. Sua única salvação aparece na pele de uma menina prostituta chamada Kaisa. Juntos, eles embarcam numa jornada na imensidão africana para descobrir qual foi de fato o destino de Tirza.

Crítica: livros serem adaptados para o cinema são comuns. Em geral, o livro é sempre melhor. No caso específico de Tirza, a adaptação ficou muitíssimo prejudicada.
A direção do filme perde-se completamente. O que era para ser atrativo torna-se chato e repulsivo.
A ideia seria retratar o cotidiano de alguém, aqui do personagem Jörgen (Gijs Scholten van Aschat), para abordar situações bem mais complexas e ligadas à comunidade como um todo.
Os problemas que Jörgen enfrenta são universais. A caótica vida de Kaisa (Keitumetse Matlabo) que o ajudará a encontrar a filha desaparecida é comum, infelizmente, a tantas outras meninas de 9 anos no mundo.
Mas é difícil acreditar nessa ligação entre os dois. Para expor mazelas, criticar a hipocrisia da sociedade, escancarar a verdade, o filme exagera. Na literatura, pode ser mais palpável e sensível, contudo ver tudo isso na tela beira ao desagradável.
O objetivo é evidenciar o fracasso e a solidão depois de uma vida de aparências de classe média. Para mostrar esse mundo desmoronando, o diretor não precisava apelar. No filme há apelações em todos os sentidos – nos diálogos e nas cenas. Esse exagero prejudica por demais a narrativa, parecendo que o que é revelado não é verdade. Falta sutileza ao roteiro.
Um quarentão que perde seu emprego, é abandonado pelas filhas (e ainda uma desaparece) e é humilhado e ridicularizado pela ex-mulher é triste, mas convenhamos: há muito mais tragédias no planeta. O excesso de coisas negativas no filme dá a entender que tudo dá errado na vida dele, e o resultado da trama é um fiasco.
O que deveria ser relevante na história é o questionamento da vida que ele teve até agora, o que de bom e ruim ele fez, por que sua relação com a filha mais nova acabou por afastá-la, por que ele está nesse momento de privação moral.
Só que há tantos acontecimentos penosos que a proposta do filme vai por água abaixo.

Avaliação: **

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