sexta-feira, 30 de novembro de 2001

Uma Mente Brilhante

Título original: A Beautiful Mind
País: EUA
Ano: 2001
Gênero: Drama
Duração: 132 min
Direção: Ron Howard
Elenco: Russell Crowe, Ed Harris, Jennifer Connelly, Paul Bettany, Adam Goldberg, Josh Lucas e Christopher Plummer.

Sinopse: o filme apresenta a história de John Nash (em atuação brilhante de Russell Crowe), um matemático de pensamento não convencional, que consegue sucesso em várias áreas da matemática e uma carreira acadêmica respeitável. Já aos 21 anos, formula um teorema que prova sua genialidade. Porém, após ser chamado a fazer um trabalho de criptografia para o governo americano, Nash passa a ser atormentado por delírios e alucinações. Diagnosticado como esquizofrênico, e após várias internações, ele precisará usar de toda a sua racionalidade para distinguir o real do imaginário e voltar a ter uma vida normal, até ser premiado com o Nobel.
Crítica: o filme tem um roteiro excelente. Não só relata, coerentemente, a vida do gênio matemático tentando superar suas limitações, como apresenta o clima aterrorizante da época (entre as décadas de 1950 e 1970) que tomou conta dos Estados Unidos e do mundo devido à Guerra Fria. Além disso, as atuações convicentes de Russel Crowe, Jennifer Connelly e Ed Harris (como Parcher, o contato de Nash com as autoridades americanas no trabalho de decodificar as mensagens russas) tornam o filme uma obra-prima.
Curiosidade: venceu nas categorias de melhor filme, melhor roteiro adaptado, diretor e melhor atriz coadjuvante (Jennifer Connelly).
Avaliação: *****

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sexta-feira, 14 de setembro de 2001

Teia de Chocolate

Título original: Merci pour le chocolat
País: França/Suíça
Ano: 2000
Gênero: Drama
Duração: 99 min
Direção: Claude Chabrol
Elenco: Isabelle Huppert, Jacques Dutronc, Brigitte Catillon, Anna Mouglalis e Rodolphe Pauly.

Sinopse: pianista iniciante acredita ter sido trocada por ilho de diretora de fábrica de chocolate.

Crítica: uma combinação de maldade, brincadeira e paixão, oculta sob a superfície calma e rica da burguesia suíça. Mas faltou veracidade à fita, em parte pela fraca atuação dos atores.
O resultado foi uma trama teatral e bastante superficial.

Avaliação: ***

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segunda-feira, 3 de setembro de 2001

Garotos Incríveis

Título original: Wonder Boys
País: EUA
Ano: 2000
Gênero: Drama
Duração: 111 min
Direção: Curtis Hanson
Elenco: Michael Douglas, Tobey Maguire, Robert Downey Jr., Frances McDormand e Katie Holmes.

Sinopse: Grady Tripp (Michael Douglas) é um professor universitário que vive cheio de problemas. Ele decobre que sua amante, Sara Gaskell (Frances McDormand), está grávida de um filho dele e, além de lidar com esse problema, tem de conviver com Hannah (Katie Holmes), uma aluna apaixonada por ele. E muitos outros inconvenientes vão perturbar sua pacata vida até então.
Crítica: o filme é mais centrado no desenvolvimento das personagens e não na história em si, tratando também da crise de meia-idade de seu protagonista principal, neste caso, interpretado por Michael Douglas, um gênio literário. No passado escreveu uma obra-prima que lhe garantiu um lugar de destaque na comunidade acadêmica americana. Infelizmente, com seu sucesso veio também o comodismo em excesso. Passou cinco anos de sua vida estagnado, vivendo apenas para lecionar e sendo reverenciado por seus alunos; transando com a mulher do chefe; e fumando MUITA maconha. Michael Douglas, marcado por fazer papéis sempre muito similares, destaca-se aqui como um grande humorista e consegue a melhor interpretação de sua carreira. Aliás, todo o elenco atua brilhantemente. Não perca!
Avaliação: ***

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sábado, 18 de agosto de 2001

Vatel – Um Banquete para o Rei

Título original: Vatel
País: França
Ano: 2000
Gênero: Drama
Duração: 119 min
Direção: Roland Joffé
Elenco: Gérard Depardieu, Julian Sands, Julian Glover, Tim Roth, Uma Thurman, Timothy Spall, Jérôme Pradon, Marine Delterme, Nathalie Cerda, Nick Robinson e Arielle Dombasle.

Sinopse: o ano é 1671 e o rei Luís XIV (Julian Sands) vive em Versailles. No norte da França, o Príncipe de Condé (Julian Glover), enterrado em dívidas, planeja uma solução para fazer com que não só ele mas toda a província fique livre das dívidas: decide convidar o rei para passar um final de semana recheado de iguarias e entretenimento. Se o Príncipe conseguir cair nas graças do rei, toda a região será salva do desastre econônico. Porém, apenas um homem poderá preparar um banquete suntuoso e ainda cuidar da diversão real: François Vatel (Gérard Depardieu), o mordomo do Príncipe. Mas em meio a todo o trabalho resultante da preparação para a visita real, Vatel se apaixona pela bela Anne de Montausier (Uma Thurman), o que atrapalha os planos do Príncipe de Condé.

Crítica: com uma produção e direção meticulosa, o filme só poderia ter um resultado excelente.
Cenário, fotografia, enredo, atuações (sobretudo a de Gérard Depardieu e de Tim Roth) e, principalmente, as críticas à época implícitas no contexto fazem de “Vatel” uma obra-prima.
Com muita maestria, conta-se uma história baseada em fatos reais, concisamente e que ainda deixa marcas para refletirmos depois.

Avaliação: ****

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quinta-feira, 26 de julho de 2001

Quase Famosos

Título original: Almost Famous
País: EUA
Ano: 2000
Gênero: Aventura, comédia
Duração: 122 min
Direção: Cameron Crowe
Elenco: Billy Crudup, Frances McDormand, Kate Hudson, Patrick Fugit, Jason Lee, John Fedevich e Mark Kozeleck.

Sinopse: a irmã de William, um garoto de 15 anos, resolve sair de casa para fugir do protecionismo de sua mãe e deixa sua coleção de discos para ele, fazendo com que todas as suas atenções voltem-se para a música. Escrevendo, então, matérias sobre música para um jornal de bairro, William resolve enviar um de seus artigos para o editor da revista Cream, Lester Bangs (Phillip Seymour Hoffman), que acaba se tornando seu amigo. Ao receber um convite inesperado da revista Rolling Stone e tendo Lester como seu mentor, ele parte em uma missão para cobrir a turnê da banda Stillwater e descobre todos os segredos dos bastidores. William acaba se apaixonando por "Penny Lane" (Kate Hudson), uma das fãs e namorada do líder da banda, Russell Hammond (Billy Crudup). Apesar das dificuldades e de ser visto como "o inimigo", a viagem mostrará o valor das amizades e uma lição de vida.
Crítica: o longa-metragem traz um retrato claro e íntimo das pessoas que fazem e admiram a música. Trata a relação ídolo x fãs com maturidade, discutindo a importância mútua dos dois lados no alcance do sucesso. Os bastidores, as festas regadas a muita bebida e drogas são o pano de fundo dos conflitos destes jovens apaixonados pelo rock. De Bowie a Led Zeppelin, o universo musical dos anos 70 é revelado com o olhar apaixonado de um jovem observador que, acima de tudo, é um ardoroso fã. “Quase Famosos” é nitidamente inspirado na vida do próprio criador do filme, o diretor Cameron Crowe. Assim como seu personagem, Crowe começou a carreira como jornalista de rock aos 15 anos de idade. Em 1973, quando completava 16 anos, tornou-se integrante da equipe da revista Rolling Stone, onde posteriormente tornou-se editor associado. Em sua adolescência, o jovem jornalista escreveu sobre os grandes artistas da época de ouro do rock, o que mostra um efeito fundamental sobre Crowe, que, após passar do jornalismo para o cinema, resolveu migrar a alma de sua história para as telas. Um filme memorável!
Curiosidade: o jovem ator Patrick Fugit, que interpreta foi descoberto pela diretora de elenco que lançou uma campanha nacional na busca de um adolescente para o papel. Patrick, que não tinha experiência alguma em uma grande produção, encarna perfeitamente a alma do personagem: observador, curisoso e deslumbrado, pronto para vivenciar todas as coisas novas que estão aos seus pés.
Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original, em 2001.
Avaliação: ***

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O Círculo

Título original: Dayereh
País: Irã/Itália
Ano: 2000
Gênero: Drama
Duração: 90 min
Direção: Jafar Panahi
Elenco: Fereshteh Sadr Orafai, Fatemeh Naghavi, Nargess Mamizadeh, Maryiam Parvin Almani e Elham Saboktakin.

Sinopse: três mulheres acabam de receber indultos para deixar a prisão. As perspectivas, porém, são piores. Mesmo em liberdade, elas se sentem em uma grande prisão, com os direitos reduzidos e cercados pelos homens.

Crítica: longe dos padrões hollywoodianos e comprometido com o comportamento humano social e individual, o longa discute a condição da mulher no Irã.
A narrativa segue 3 mulheres, com as histórias mostradas sequencialmente, onde todas compõem um ciclo que se fecha no final. Tentando adequar a narrativa ao espírito de cada uma delas, o resultado técnico não foi muito satisfatório. Às vezes, o ritmo é lento e o diálogo, ausente. As interpretações também deixam um pouco a desejar.
Mas o filme é válido pela abordagem de temas que são verdadeiros tabus na república islâmica – aborto, prostituição, abandono de crianças. Tudo isso inserido no cotidiano cruel e patriarcal reservado às mulheres, que não podem viajar sozinhas, fumar na rua ou andar de carro na companhia de estranhos.
A trama tentar alertar o mundo sobre o mundo femininino no Irã, tão privado de tudo.

Curiosidade: ‘O Círculo’ foi o grande vencedor do Leão de Ouro em Veneza, na 57ª edição do Festival.
Panahi teve problemas com a censura iraniana para concluir seu trabalho e a película foi proibida de ser vista em seu país.

Avaliação: ***

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sexta-feira, 20 de julho de 2001

Pollock

Título original: Pollock
País: EUA
Ano: 2000
Gênero: Drama
Duração: 117 min
Direção: Ed Harris
Elenco: Ed Harris, Marcia Gay Harden, Amy Madigan, Jennifer Connelly, Jeffrey Tambor, Bud Cort, John Heard e Val Kilmer.

Sinopse: conta a história de um dos maiores pintores dos EUA do século 20, que nasceu em 1912 e faleceu em 1956 em uma acidente de carro, mostrando a trajetória da fama à decadência do pintor ao longo da vida. Foi um artista do movimento expressionismo abstrato “action painting”, técnica que o consagrou. Suas telas possuíam furiosos borrões e pingos de tintas – ao jugo imposto pela mulher também artista plástica Lee Krasner (Marcia Gay Harden), que se dedica a promover os trabalhos do marido. Mas o alcoolismo acaba com a carreira promissora do Pollock, no qual seus quadros transmitiam uma realidade torturadora. Ele acaba se envolvendo com outras mulheres, afetando desta maneira o seu casamento.
Crítica: "Pollock" é um projeto pessoal do competente ator Ed Harris, que vinha tentando há muito tempo levar a trágica história do pintor expressionista Jackson Pollock às telas. O esforço valeu à pena, já que Ed dá uma das melhores performances de sua carreira. A fita foi lançada no Brasil sem muito alarde no início de 2001, o que é uma pena, já que Pollock é um dos melhores dramas biográficos feitos por Hollywood. O longa narra a ascensão e a queda de seu protagonista, um homem tão genial quanto problemático, mostrando seu tumultuado relacionamento com a mulher e também pintora Lee Krasner (Márcia Gay Harden), a decadência advinda do alcoolismo e o seu tempestuoso caso de amor com uma amante bela e jovem (Jennifer Connelly). Ed faz um ótimo trabalho na direção e o seu carinho e dedicação pelo filme pode ser percebido ao longo de seus 120 minutos, que passam rapidamente devido a um bom ritmo, a uma bem escolhida trilha sonora e ao competente elenco. É um retrato honesto e, por vezes, doloroso de um homem a frente de seu tempo que só foi compreendido após a morte. "Pollock" deve ser visto pelos amantes de um bom drama e por aqueles que querem saber um pouco mais sobre a vida e a carreira de um dos maiores nomes do expressionismo mundial: Jackson Pollock.
Curiosidade: este filme é projeto de Ed Harris que atua como protagonista e diretor.
Vencedor do Oscar de Atriz Coadjuvante em 2001, para Marcia Gay Harden.
Avaliação: ***

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quarta-feira, 4 de julho de 2001

Dançando no Escuro

Título original: Dancer In The Dark
País: Dinamarca/Alemanha/Holanda/EUA/França
Ano: 2000
Gênero: Drama, musical
Duração: 140 min
Direção: Lars Von Trier
Elenco: Björk, Catherine Deneuve, David Morse, Peter Stormare, Udo Kier, Joel Grey, Vincent Paterson, Cara Seymour, Jean-Marc Barr e Vladan Kostic.

Sinopse: Selma (Björk) é uma operária que trabalha dois turnos e faz serviços extras no horário de folga, mesmo sofrendo de uma grave doença nos olhos que a cegará. O trabalho excessivo tem um motivo nobre: juntar dinheiro para a operação de seu filho, Gene, que tem o mesmo problema visual, já que é uma doença genética.
Nessa escuridão, Selma conta com a ajuda de sua amiga Kathy (Catherine Deneuve), e com o casal de amigos que alugam o trailer onde Selma vive com o filho. Também no núcleo de amigos da protagonista está Jeff (Peter Stormare), que alimenta um amor platônico por ela. Porém, um fato trágico irá mudar a vida de todos.

Crítica: no longa, as canções vão direto ao encontro da fantasia. Selma suaviza a realidade compondo-a como se fosse um musical, ela é fã de musicais hollywoodianos.
A história se passa nos anos 60, guerra fria em alta, e de modo muito sutil isso é colocado, em uma belíssima cena.
O enredo gira em torno do amor incondicional de Selma pelo filho, que vale todo e qualquer sacrifício. Ela abre mão até da verdade que poderia libertá-la.
Um acontecimento completamente inesperado muda os planos de Selma de maneira trágica. A trama é sofrível e emocionante do início ao fim. A dor é constante e tão real que o espectador sofre totalmente com a protagonista vivida por Björk, extraordinária no papel.
Lars Von Trier dirige uma verdadeira obra-prima, salientando a luta da mãe, da mulher.
O longa tem, ainda, uma trilha sonora impecável, diálogos certeiros e todo um elenco de tirar o fôlego (Catherine Deneuve, David Morse, Peter Stormare estão perfeitos, isso só para citar alguns).
Imperdível!!!

Curiosidade: Dançando no Escuro completa a trilogia de filmes de von Trier, que inclui Breaking the Waves (Ondas do destino) e Idioterne (Os idiotas). A trilha sonora do filme, lançada no álbum 'Selmasongs', foi toda criada pela cantora islandesa Björk, que vive a protagonista.
Avaliação: ****

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sábado, 30 de junho de 2001

Antes do Anoitecer

Título original: Before Night Falls
País: EUA
Ano: 2000
Gênero: Drama
Duração: 125 min
Direção: Julian Schnabel
Elenco: Javier Bardem, Olivier Martinez, Andrea Di Stefano, Johnny Depp, Sean Penn, Michael Wincott, Najwa Nimri, Hector Babenco e Diego Luna.

Sinopse: baseado no romance autobiográfico do escritor cubano Reinaldo Arenas, contando sua infância pobre numa área rural, a descoberta do dom para as letras, as dificuldades ante a censura do regime de Fidel Castro. Além da perseguição por ser dissidente político, Arenas chegou a ser preso por ser homossexual.

Crítica: uma excelente abordagem da Cuba Castrista, da cultura de seu povo e dos preconceitos vividos por quem ia contra o regime, por quem, segundo o governo, vivia na marginalidade, incluindo-se aí os homossexuais.
Forte, denso, doloroso e crítico, o longa deve grande parte do seu sucesso à interpretação sublime de Javier Bardem. Johnny Depp, apesar da curta aparição e vivendo dois personagens, cumpre muito bem seus papéis.
A adaptação do livro foi feita de forma exemplar, talvez faltando um pouco mais de objetividade somente.
O roteiro garante um bom início, um desenvolvimento envolvente, um final marcante e uma mensagem humana, muito humana.

Curiosidade: recebeu o Grande Prêmio do Júri e o prêmio de Melhor Ator (Javier Bradem) no Festival de Veneza de 2000.

Avaliação: ****

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quarta-feira, 20 de junho de 2001

Amores Brutos

Título original: Amores Perros
País: México
Ano: 2000
Gênero: Drama
Duração: 153 min
Direção: Alejandro González Iñárritu
Elenco: Gael García Bernal, Emilio Echevarría, Goya Toledo, Álvaro Guerrero, Vanessa Bauche, Jorge Salinas e Adriana Barraza.

Sinopse: na Cidade do México, três diferentes histórias se interconectam através de uma tragédia: um acidente de carro que acaba modificando a vida de várias pessoas.
Crítica: “Amores Brutos” é cru e forte. Tem um roteiro louvável e interpretações muito realistas.
A história de seus diferentes personagens, que se encaixam perfeitamente durante a trama, se passa em um ambiente totalmente hostil. Como reféns desse mundo, são obrigados a dançar conforme a música. É uma questão de sobrevivência. A cidade é quase uma selva, há perigos e maldade por todo lado.
Os nervos estão sempre à flor da pele. As cenas, às vezes escurecidas, nos transferem a angústia sentida pelos protagonistas.
Um filme tocante ao extremo! Recomendo.
Curiosidade: é o mesmo diretor dos filmes ’21 Gramas’ e ‘Babel’.
Avaliação: ****

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Mundo Cão


Título original: Ghost World
País: EUA/Reino Unido/Alemanha
Ano: 2001
Gênero: Drama
Duração: 119 min
Direção: Terry Zwigoff
Elenco: Thora Birch, Scarlett Johansson, Steve Buscemi, Brad Renfro, Illeana Douglas, Bob Balaban, Stacey Travis, Charles C. Stevenson Jr., Dave Sheridan, Tom McGowan, Debra Azar, Brian George, Pat Healy e Rini Bell.

Sinopse: Enid (Thora Birch) e Rebecca (Scarlett Johansson) são duas adolescentes recém-saídas do segundo grau que começam a enfrentar as incertezas da existência. Planejam um futuro, cheio de possibilidades, em que serão sempre amigas, mas logo percebem que a realidade da vida adulta é bem diferente do que imaginavam. Rebecca trabalha em um café, recebendo um salário baixo que ela espera que um dia vá ajudá-la a pagar o aluguel de um sonhado apartamento. Enid por sua vez frustra-se em seu curso de artes, no qual é esnobada por uma professora arrogante e por colegas pretensiosos. Mas é nesse ambiente que conhece Josh (Brad Renfro), um rapaz diferente que ela considera "a única pessoa decente no mundo".

Crítica
: aborda, com inteligência e leveza, a dificuldade de escolher, as dúvidas e as incertezas, na fase jovem da vida. Momento cheio de ideais e sonhos que, nem sempre, é como esperamos. A angústia de não saber o que queremos, ou de provar para todos a que viemos e para que servimos, é muito bem retratada pelas protagonistas Enid e Rebecca. Thora Birch que interpreta Enid está excepcional, assim como Brad Renfro, em um papel nunca visto antes.
O desenrolar dos acontecimentos envolvem o espectador de tal forma que passamos a torcer para que as duas encontrem o melhor caminho. O final deixa uma página em aberto. Não poderia ser de outra forma, afinal não temos como prever o futuro.

Avaliação
: **** 

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sexta-feira, 8 de junho de 2001

Meninos não choram

Título original: Boys don’t cry
Ano: 1999
País: EUA
Gênero: Drama
Duração: 114 min
Direção: Kimberly Peirce
Elenco: Hillary Swank, Chloë Sevigny, Peter Sarsgaard, Brendan Sexton III, Alison Folland, Alicia Goranson e Matt McGrath.

Sinopse: baseado em fatos reais, este drama é uma adaptação da vida de Brandon Teena (Teena Brandon quando nasceu), uma mulher que escolheu viver como homem e sofreu trágicas consequências por causa disso. Em 1993, Brandon (Hilary Swank) mudou-se de Lincoln, Nebraska, para a comunidade de Falls City, onde apresenta-se como homem. Quando Brandon conhece a adolescente Lana (Chloe Sevigny), ambos imediatamente se envolvem emocionalmente. Entretanto, quando a identidade sexual de Brandon vem a público, a revelação ativa uma onda crescente de violencia na cidade.
Crítica: a trama atém-se aos fatos e é envolvente, graças ao trabalho de pesquisa e de investigação da diretora que ouviu pessoas envolvidas no caso, infelizmente iniciado com amor e finalizado com uma morte injusta. O filme deixa uma reflexão fantástica sobre a compreensão de um amor que, embora diferente, continua sendo amor. Não há exagero em nenhuma cena. Existe sim uma sensibilidade nas cenas amorosas e intensidade nas cenas mais violentas que, apesar de chocantes, não estão ali para causar sensacionalismo. Impossível não destacar a performance brilhante de Hillary Swank.
Curiosidade: Hillary Swank foi a ganhadora do Oscar 2000 de melhor atriz, pela atuação nesse filme.
Avaliação: ****

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domingo, 3 de junho de 2001

Senhorita


Título original: Mademoiselle
País: França
Ano: 2001
Gênero: Comédia, romance
Duração: 76 min
Direção: Philippe Lioret
Elenco: Sandrine Bonaire, Jacques Gamblin, Isabelle Candelier e Zinedine Soualem.

Sinopse: Claire (Sandrine Bonaire) é uma moça pacata e conservadora. Certo dia encontra Pierre, ator itinerante. Logo após conhecer Pierre (Jacques Gamblin), Claire perde o trem de volta para casa e é convidada pela troupe a viajar de carro. Durante o trajeto, Claire parece descobrir uma nova vida ao lado de Karim e Alice (Zinedine Soualem e Isabelle Candelier), e acaba envolvendo-se com Pierre. Após o breve encontro dos amantes, a tímida Claire já não é mais a mesma.

Crítica
: a mescla de romance e comédia é bastante equilibrada no filme. A trama dirigida por Phillippe Lioret é inteligente, criativa e com cenas extremamente naturais.
Sandrine Bonaire é uma excelente atriz, mas todo o elenco está afinado e cada um destaca-se fazendo sua parte.
Um acontecimento faz Claire lembrar-se de um dia importante e significativo, no qual ela fez mais do que em muitos anos da sua vida. Nesse flashback, é retratado como tudo aconteceu.
Leve, mas também reflexivo, uma história para pensar.

Avaliação
: *** 

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quarta-feira, 23 de maio de 2001

E aí, meu irmão, cadê você?

Título original: O Brother, Where Art Thou?
País: EUA/França/Reino Unido
Ano: 2000
Gênero: Aventura, comédia
Duração: 106 min
Direção: Ethan Coen e Joel Coen
Elenco: John Turturro, George Clooney, John Goodman, Holly Hunter, Charles Durning, Tim Blake Nelson, Chris Thomas King e Michael Badalucco.

Sinopse: desmotivado e cansado da dura rotina de quebrar pedras numa prisão, Everett Ulysses McGill (George Clooney) foge juntamente com seus dois companheiros, Pete (John Turturro) e Delmar (Tim Blake Nelson). Depois disso, os três embarcam numa grande aventura em busca de um tesouro, onde enfrentarão diversas situações e conhecerão várias pessoas estranhas, como um profeta cego e um vendedor com apenas um olho.

Crítica: humor negro com elegância. É o que há de sobra nesse longa dos irmãos Cohen.
Um roteiro inteligente, interpretações sublimes (George Clooney arrasa como McGill), uma fotografia belíssima e uma trilha sonora de arrepiar.
A trama começa com a fuga dos três prisioneiros, cuja única função que tinham era quebrar pedras (aquelas clássicas cenas de prisioneiros americanos quebrando pedras com camisetas parecidas com as dos Irmãos Metralha). No calor escaldante, semi-infernal do meio-oeste americano, eles fogem sem ter nada a perder (salvo a vida). O objetivo da fuga não é só a busca pela liberdade, mas um imenso tesouro que Everett supostamente escondeu. As surpresas que virão no caminho é o grande trunfo do filme.
Engraçado e envolvente. Assista!

Avaliação: ****

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terça-feira, 15 de maio de 2001

À Espera de um Milagre

Título original: The Green Mile
País: EUA
Ano: 1999
Gênero: Drama
Duração: 188 min
Direção: Frank Darabont
Elenco: Tom Hanks, James Cromwell, Michael Clarke Duncan, Bonnie Hunt e Gary Sinise.

Sinopse: ambientado em 1935, no corredor da morte de uma prisão sulista, é a história entre o chefe de guarda da prisão (Tom Hanks) com um de seus prisioneiros (Michael Clarke Duncan). Aos poucos, desenvolve-se entre eles uma relação incomum, baseada na descoberta de que o prisioneiro possui um dom mágico que é, ao mesmo tempo, misterioso e milagroso.
Crítica: toda a história se passa em um presídio e os personagens principais ou são condenados à morte esperando pela execução ou são carcereiros angustiados com a profissão ingrata de conduzir um ser humano até a cadeira elétrica. Além disso, o filme é baseado em uma extensa obra do escritor Stephen King, conhecido por suas pesadíssimas histórias de terror sobrenatural e psicológico. Ou seja, é um filme doloroso de ver, sendo impossível assistir as cenas e ficar indiferente ao drama dos personagens. Não há como não se comover com um filme que mostra que a morte é um excelente pretexto para se contemplar a vida e a importância do aprendizado. A história, mesmo extensa, não cansa em momento algum. Emociona e envolve o espectador. As atuações são excelentes. Um filme para ser visto e revisto.
Avaliação: *****

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sábado, 12 de maio de 2001

Nove Rainhas

Título original: Nueve Reinas
País: Argentina
Ano: 2000
Gênero: Suspense
Duração: 115 min
Direção: Fabián Bielinsky
Elenco: Ricardo Darín, Gastón Pauls, Leticia Brédice, Ignasi Abadal, Alejandro Awada, Elsa Berenguer, Leo Dyzen, Ricardo Díaz Mourelle, Carlos Falcone e Tomás Fonzi.

Sinopse: Marcos (Ricardo Darín) e Juan (Gastón Pauls) são dois picaretas que estão prestes a dar o golpe de suas vidas. Os dois se conhecem numa madrugada, após Juan tentar dar um golpe em um balconista, e resolvem se unir para participar de uma negociação milionária, envolvendo uma série de selos falsificados conhecidos como "Nove Rainhas". Um milionário espanhol está interessado em comprar a série, mas como deixará a cidade ao amanhecer o negócio precisa ser realizado imediatamente. Com isso, o veterano Marcos ensina a Juan os segredos do ofício e a cada passo que dão encontram novos ladrões e farsantes, sendo que não poderão confiar em ninguém, nem mesmo um no outro.
Crítica: um roteiro inovador e um elenco afiadíssimo fazem de ‘Nove Rainhas” uma obra-prima. Uma história muito bem contada e envolvente, com situações ora engraçadas, ora tensas, onde tentamos adivinhar que rumo vai tomar. E nos surpreende, completamente, com o seu final. A primeira cena ambientada no hotel, com os três personagens (Marcos, Juan e Valeria), já é um bom convite para ver o longa.
Avaliação: ****

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terça-feira, 8 de maio de 2001

O Gladiador

Título original: Gladiator
País: EUA
Ano: 2000
Gênero: Ação, aventura
Duração: 154 min
Direção: Ridley Scott
Elenco: Russell Crowe, Joaquin Phoenix, Connie Nielsen, Djimon Hounsou, Oliver Reed e Richard Harris.

Sinopse: o general Maximus (Crowe) é indicado pelo imperador Marcus Aurelius (Harris) para assumir o poder de Roma e repassá-lo ao povo. Com inveja por ter sido preterido, Commodus (Phoenix), o herdeiro do trono, manda assassinar o general e sua família. Maximus consegue escapar da morte e se transforma em um gladiador de arena e no maior herói de Roma. Com o apoio do povo, ele parte para seu maior confronto: vingar-se de Commodus, agora o novo imperador.
Crítica: Gladiador é um grande espetáculo, com suas marcantes cenas de combate e uma trilha sonora digna de um filme épico. Divertido por brincar com a história, não agradando alguns, mas teve uma das maiores bilheterias do cinema. Mesmo com umas falhas na computação gráfica que prejudicaram a fotografia do filme, é imperdível. Russel Crowe tem uma forte presença na tela como o general Maximus. Com cinco estatuetas das doze pelo qual foi indicado, prepare-se para assisti-lo.
Curiosidade: em 2001, conquistou 5 Oscars: Melhor Filme, Ator (Russel Crowe), Figurino, Som e Efeitos Visuais.
Avaliação: *****

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sábado, 5 de maio de 2001

Tudo sobre Minha Mãe

Título original: Todo Sobre Mi Madre
País: Espanha
Ano: 1999
Gênero: Drama
Duração: 188 min
Direção: Pedro Almodóvar
Elenco: Cecilia Roth, Marisa Paredes, Candela Peña, Antonia San Juan, Rosa María Sardá, Fernando Fernán Goméz, Toni Cantó, Eloy Azorín e Penélope Cruz.

Sinopse: no dia de seu aniversário, Esteban (Eloy Azorín) ganha de presente da mãe, Manuela (Cecilia Roth), uma ida para ver a nova montagem da peça "Um bonde chamado desejo", estrelada por Huma Rojo (Marisa Paredes). Após a peça, ao tentar pegar um autográfo de Huma, Esteban é atropelado e termina por falecer. Manuela resolve então ir de encontro ao pai, que vive em Barcelona, para dar-lhe a notícia, quando encontra no caminho o travesti Agrado (Antonia San Juan), a freira Rosa (Penélope Cruz) e a própria Huma Rojo.
Crítica: dramático, profundo e longe dos padrões hollywoodianos. A direção de Pedro Almodóvar, que sempre aborda situações polêmicas, é fantástica, dando muito realismo à história. As atuações são exemplares. O filme é diferente, não tem clichês e ressalta a garra e a força da mulher. Expõe, de forma nua e crua, os preconceitos da sociedade espanhola e mesmo mundial, com o homossexualismo, a Aids, a prostituição, etc. De difícil digestão, porém sensível ao mostrar como uma mãe é capaz de tudo por seu filho, até das atitudes mais extremadas para compensar os erros do passado.
Avaliação: ***

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quarta-feira, 2 de maio de 2001

Riqueza Perdida

Título original: The Claim
País: Canadá/França/Reino Unido
Ano: 2000
Gênero: Drama, faroeste, romance
Duração: 120 min
Direção: Michael Winterbottom
Elenco: Peter Mullan, Milla Jovovich, Wes Bentley, Nastassja Kinski, Sarah Polley, Shirley Henderson, Julian Richings, Sean McGinley, Randy Birch e Tom McCamus.             

Sinopse: uma história épica que se passa nas geladas montanhas de Sierra Nevada nos primeiros anos da Califórnia. Dillo (Peter Mullan), um pioneiro, desafia as dificuldades da caça ao ouro. Depois de enriquecer, ele dá inicio a uma pequena e bem sucedida vila de exploração, chamada Kingdom Come. Cego pela ambição e avareza, Dillon é pego de surpresa pelo destino quando três forasteiros chegam a Kingdom Come. Um deles é um avaliador, a serviço da ferrovia, para decidir onde será construída a continuação da estrada, que pode mudar o futuro da vila; e duas mulheres do seu passado que guardam um segredo que pode destrui-lo.

Crítica
: uma feliz adaptação do livro de Thomas Hardy, "The Mayor of Casterbridge".  O filme gira em torno da redenção de Dillon como pai e líder. A chegada de Elena (Nastassja Kinski) e Hope (Sarah Polley) o força a repensar sua vida.
Peter Mullan, Sarah Polley e Wes Bentley (Dalglish) apresentam um bom trabalho de interpretação. Mas é Nastassja Kinski quem rouba todas as cenas.
O cenário de uma cidade engastada nas montanhas geladas, aliado a uma fotografia primorosa, criou um impactante estilo visual ao longa. A trilha sonora foi muito bem escolhida.

Avaliação
: *** 

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domingo, 29 de abril de 2001

Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento

Título original: Erin Brockovich
País: EUA
Ano: 2000
Gênero: Drama
Duração: 130 min
Direção: Steven Soderbergh
Elenco: Julia Roberts, Albert Finney, Aaron Eckhart, Marg Helgenberger, Cherry Jones, Veanne Cox, Peter Coyote, Conchata Ferrel, Gemmenne de la Peña e Scotty Leavenworth.

Sinopse: o filme gira em torno de uma jovem e bela mulher, Erin Brockovich (Julia Roberts), que, depois de perder um processo na justiça contra um médico que bateu em seu carro, começa a trabalhar para Ed Masry (Finney), o advogado que a representou. Já em seu novo emprego, ela acaba encontrando fichas médicas arquivadas na pasta referente a um litígio imobiliário e, curiosa, convence Masry a deixá-la investigar o caso – o que a leva a descobrir uma surpreendente conspiração, comandada por uma poderosa companhia, para ocultar a contaminação de um lençol d'água que abastecia uma pequena comunidade americana.
Crítica: o filme é perturbador porque conta uma história verídica, a história de Erin Brockovich. Uma mulher simples, com 3 filhos para sustentar. Num golpe de sorte, consegue um emprego numa firma de advogados. Sem ter os conhecimentos de uma verdadeira advogada, Erin começa a investigar um caso que confronta uma poderosíssima empresa, a PGE – Gás e Electricidade do Pacífico, com elevados crimes ambientais, dos quais resultam inúmeros casos de mortes, doenças e mal formações nos habitantes de uma pequena localidade da Califórnia.
Julia Roberts convence como Erin (é o seu melhor desempenho como atriz), apaixonada por aquilo que está fazendo, envolvendo-se de tal maneira que sabe todos os nomes, todos os contatos e pode enumerar o problema de saúde de cada uma das pessoas prejudicadas. São vários meses de dedicação exclusiva, ausentando-se como mãe e amante.
O roteiro é excelente, os cenários são eficientes e a química entre Erin e o advogado vivido por Albert Finney (sempre soberbo) é perfeita, formando uma dupla imbatível. Há algumas falhas, como por exemplo, um telefonema anônimo que ela recebe e é completamente esquecido na trama. Um fato sem propósito algum, mas que não compromete a história, que flui com muita dinâmica, prendendo o espectador do início ao fim. Um filme comovente!
Curiosidade: Julia Roberts recebeu o Oscar de Melhor Atriz em 2001.
Avaliação: ****

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domingo, 22 de abril de 2001

Traffic

Título original: Traffic
País: EUA
Ano: 2000
Gênero: Drama, policial
Duração: 147 min
Direção: Steven Soderbergh
Elenco: Jacob Vargas, Benicio Del Toro, Miguel Ferrer, James Brolin, Topher Grace, Michael Douglas, Catherine Zeta-Jones, Benjamin Bratt, Amy Irving, Steven Bauer, Dennis Quaid, Erika Christensen, Albert Finney, Clifton Collins Jr. e Don Cheadle.

Sinopse: o submundo das drogas é retratado em três histórias conectadas: empenhado em acabar com as drogas no país, o juiz da Suprema Corte, Robert Wakefield, descobre que sua filha é viciada em cocaína. Enquanto os agentes Montel Gordon e Ruy Castro interrogam a esposa de um traficante preso, Helena Ayala. No México, um policial honesto descobre que seu chefe não é tão contra as drogas quanto parecia.
Crítica: um retrato da guerra ao narcotráfico nos Estados Unidos e no México no final dos anos 90. O filme mostra o trabalho da polícia dos dois lados da fronteira, de forma realista e imparcial, além de retratar a posição dos políticos, traficantes, e até mesmo dos viciados, sendo mesmo o enfoque maior dado à ação da polícia e da justiça americana e mexicana.
Grandes atuações são o destaque. E palmas para Benicio Del Toro, que está perfeito no papel do policial mexicano, tentando fazer justiça no meio de uma polícia corrupta e violenta.
A história é, na verdade, um conjunto de histórias independentes de diversos personagens que de alguma forma estão relacionados ao mundo do narcotráfico,o que funciona perfeitamente. Michael Douglas faz um juiz do Supremo Tribunal que é nomeado para liderar os esforços norte americanos no combate ao tráfico de drogas. Ele divide seu tempo entre reuniões e brigas com a mulher e a filha, que aos poucos cede ao vício à cocaína. Benicio Del Toro é um policial mexicano, e deve tomar cuidado para que suas investigações não lhe custem a vida em um país controlado pelos traficantes. Catherine Zeta-Jones faz o papel de uma mulher que de repente perde tudo e se vê cercada de inimigos, quando descobre que seu marido era um grande traficante. Esses e outros personagens se encontram pelo filme através de ganchos na trama que são muito bem elaborados.
Uma característica interessante é o uso de diferentes tipos de fotografia para os lados da fronteira. No mundo dos norte-americanos, tudo é de um azul triste; do lado mexicano, o filme adquire um tom amarelado, como uma produção antiga. Enquanto os policiais americanos utilizam avançadas técnicas de vigilância para capturar traficantes, os policiais mexicanos trabalham na base do pegar, bater e torturar. O efeito desses contrastes, em especial a cor, cria uma interessante nuance não só entre os ambientes, como também entre os personagens envolvidos em cada face da história.
Enfim, “Traffic” é sério, profundo, reflexivo, e um excelente filme.
Avaliação: ****

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sábado, 14 de abril de 2001

O Tigre e o Dragão

Título original: Wo hu zang long
País: Taiwan
Ano: 2000
Gênero: Ação
Duração: 119 min
Direção: Ang Lee
Elenco: Yun-Fat Chow, Michelle Yeoh, Ziyi Zhang, Chen Chang, Sihung Lung e Pei-pei Cheng.

Sinopse: a história de duas mulheres, ambas exímias lutadoras, cujos destinos se encontram em meio à Dinastia Ching. Uma tenta se ver livre do constrangimento imposto pela sociedade local, mesmo que isso a obrigue a deixar uma vida aristocrática por outra de crimes e paixão. A outra, em sua cruzada de honra e justiça, apenas descobre as consequências do amor tarde demais. Os destinos de ambas as conduzirão a uma violenta e surpreendente jornada, que irá forçá-las a fazer uma escolha que poderá mudar suas vidas.
Crítica: depois de sucessos voltados para o mercado ocidental (Razão e Sensibilidade, Comer, Beber e Viver, Banquete de Casamento, Tempestade de Gelo), Ang Lee retorna às origens chinesas com esse filme.
Ambientada na China antiga, a história fala de Li Mu Bai (Chow Yun-Fat, de Ana e o Rei), um guerreiro cansado de matanças, de guerras e de sangue. À beira da aposentadoria, ele sabiamente deixa sua valiosa e centenária espada sob a guarda de um velho amigo. Na mesma noite, porém, a espada é roubada, o que inicia uma sucessão de conflitos e desperta antigas paixões sufocadas.
Este simples parágrafo, que tenta resumir a história, é pouco para explicar o filme. "O Tigre e o Dragão" chega às telas carregado de uma tradição oriental de se fazer cinema que soa ao mesmo tempo estranha e fascinante. Os diálogos de amor melodramáticos e as coreografias mágicas que fazem os guerreiros levantar vôos impossíveis se chocam com nossa percepção americanizada e viciada da arte do cinema. Por isso, para apreciar a beleza do roteiro e da produção é preciso estarmos de mente e olhos bem abertos para compreender as cenas embaladas por poesia e simbolismo.
A película dá margem a uma série de leituras e subleituras. Engrandece a liberdade de viver, valoriza a honra, a lealdade e a dignidade, ao mesmo tempo em que conta duas belas histórias de amor que se cruzam e, ainda, dá um show de artes marciais nunca visto nas telas, pelo menos, nas ocidentais.
Curiosidade: venceu, em 2001, o Oscar nas categorias de Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte e Melhor Trilha Sonora.
O filme é totalmente falado em mandarim; Ang Lee chegou a pensar em filmar os diálogos em inglês, mas desistiu por considerar que a história não ficaria verossímil se fosse falada em outra língua que não a local.
As locações aconteceram na província de Anhui, na China.
Avaliação: ***

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quarta-feira, 4 de abril de 2001

Snatch – Porcos e Diamantes

Título original: Snatch
País: EUA
Ano: 2000
Gênero: Policial
Duração: 102 min
Direção: Guy Ritchie
Elenco: Brad Pitt, Benicio Del Toro, Alan Ford, Dennis Farina, Vinnie Jines, Rade Sherbedgia, Jason Statham e Jason Flemyng.

Sinopse: quando o ladrão de jóias Franky Quatro dedos (Benicio Del Toro) faz uma rápida parada em Londres, antes de entregar um enorme diamante roubado para o seu chefe em Nova York, ele não tinha a menor idéia da avalanche de sinistros e cômicos acontecimentos que abalariam os mundos do boxe, dos ciganos irlandeses, das lojas de penhores, das fazendas de porcos e de um cão vira-latas. Depois do aclamado Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes, o diretor Guy Richie traz, mais uma vez à tona, o submundo dos pequenos gangsteres de Londres. Aqui, Benicio del Toro é um ladrão viciado em jogos; Alan Ford, o chefão do submundo local; Denis Farina, um chefão americano totalmente alucinado; Vinnie Jines, um lendário criminoso; Rade Sherbedgia, um russo psicótico e traidor; e Brad Pitt, em uma hilariante atuação como um boxeador cigano que ninguém entende o que fala.
Crítica: cortes rápidos e secos, velocidade, constantes mudanças no desenvolvimento do enredo e personagens extremamente caricatos são características do consagrado cineasta Ritchie, segundo ele, herança da sua experiência como diretor de videoclipes.
Além disso, cores levemente saturadas e histórias que se entrelaçam são algumas das suas armas para entreter o espectador, em um ritmo alucinante e empolgante. Nesse caso, o cenário são as encrencas do submundo londrino. Brad Pitt está perfeito na pele de Mickey O'Neil, um esperto cigano com o corpo coberto por tatuagens e dono de um soco matador. As cenas em que ele fala, com um sotaque irlândes incompreensível, são hilárias.
Guy Ritchie fez quase um continuação de “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes”. Usou vários atores desconhecidos e nos mostrou o lado cômico do crime. Mais uma vez a fórmula funcionou. O filme é entretenimento na certa.
Avaliação: ****

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quinta-feira, 29 de março de 2001

Redemoinho

Título original: Maelström
País: Canadá
Ano: 2000
Gênero: Drama, comédia
Duração: 88 min
Direção: Denis Villeneuve
Elenco: Marie-Josée Croze, Jean-Nicolas Verreault, Stephanie Morgenstern, Pierre Lebeau, Klimbo, John Dunn-Hill e Marc Gélinas.

Sinopse: nesta fábula surrealista, o narrador é um peixe (!) que dá às pessoas uma segunda chance na vida, arranjando encontros que abrem diferentes possibilidades de mudança. Como aconteceu com a bela e bem-sucedida Bibiane Champagne (Marie-Josée Croze). Aos 25 anos, ela é uma jovem empresária que passa suas noitadas fora de casa, mantendo relacionamentos fugazes. Em uma dessas noites, a moça provoca um terrível acidente e mata um velho pescador. Tempos depois, por "ironia do destino", ela encontra Evian (Jean-Nicolas Verreault), filho do homem atropelado. Esta é a segunda chance que Bibiane recebe. Juntos, ela e o rapaz, lutarão para superar o trauma da morte, esquecer os erros do passado e renascer para a vida.

Crítica: as primeiras cenas já alertam o espectador para o tom de fábula, quase surreal, que permeará toda a trama, um misto de drama e comédia.
Toda a história é narrada por um peixe mortalmente ameaçado pelo facão de um peixeiro. Logo em seguida, o antigo sucesso “Good Morning Starshine” embala alegremente uma pesada cena de aborto.
A partir daí, ‘Redemoinho’ se equilibra entre o trágico, o mórbido e o cínico, sem poupar sarcasmo. O longa navega por caminhos tortos, mas tenta transmitir uma mensagem otimista. Uma história de erros que pode desaguar num acerto final, sem justificativas ou explicações, apenas deixando tudo fluir.
Vale a pena conferir.

Curiosidade: o filme ganhou cinco prêmios Genie, o Oscar canadense (em 2000), nas categorias Filme, Direção, Roteiro, Fotografia e Atriz (Marie-Joseé Croze). Também levou o Prêmio da Crítica em Berlim.

Avaliação: ***

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