sábado, 27 de setembro de 2003

Um Beijo na Bochecha

Título original: Kannathil Muthamuttal
País: Índia
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 130 min
Direção: Mani Ratnan
Elenco: R. Madhavan, Simran Bagga, J.D. Chakravarthy, Nandita Das, P. S. Keerthana e Prakash Raj.

Sinopse: narra a história da pequena Amudha, uma menina adotada pelo casal Thiru e Indira, e criada com dois irmãos pequenos. Ela é uma criança feliz e não sabe a verdade sobre sua origem, até que o casal decide contar sobre a sua adoção no dia de seu aniversário de nove anos. Ela convencerá seus pais adotivos a ajudarem-na a encontrar sua mãe biológica.

Crítica: através do olhar de Amudha, o diretor apresenta um sensível retrato da ilha de Sri Lanka na época da Guerra Civil e as culturas de diferentes etnias.
Mas a história declina um pouco com o excesso de musicais e com o melodrama em excesso.
Na medida certa, com um enredo mais enxuto e objetivo, o resultado teria sido melhor.

Avaliação: **

Read more...

sábado, 20 de setembro de 2003

Ser e Ter

Título original: Être et avoir
País: França
Ano: 2002
Gênero: Documentário
Duração: 104 min
Direção: Nicholas Philibert
Elenco: George Lopez

Sinopse: o documentário acompanha os estudantes de uma escola rural da França, do jardim da infância até o último ano do primário, dos quatro aos 11 anos. O período mostra as crianças em pleno processo de formação do conhecimento e da identidade pessoal, acompanhando-as em sua transição do universo familiar para um ambiente no qual é levado em conta sua individualidade sem pressupostos.

Crítica: o filme se passa em uma daquelas escolas que ainda existem na França, de uma única turma, na qual todas as crianças de uma mesma localidade, desde o infantil até ao final da escola primária, se concentram em torno de apenas um mestre. Ele as acompanha desde o jardim da infância até o último ano do primário, transpondo-as do universo familiar para um ambiente onde o que é levado em conta é sua individualidade, sem generalizações. Enfim, a construção da personalidade.
O elemento central da história é o professor Georges Lopez, um extraordinário exemplo de dedicação total à sua atividade de mentor e professor. Através de sua participação, o filme mostra a influência positiva do educador na formação do caráter de seres humanos desde a mais tenra idade.
Cada criança constrói seu próprio conhecimento frente às atividades curriculares que extrapolam os limites da sala de aula. São registrados, ainda, momentos dos alunos junto à família.
O documentário foi rodado numa dessas escolas, mostrando a vida de uma pequena turma da aldeia ao longo de todo um ano.

Curiosidade: antes de se decidir por essa escola, Philibert pesquisou mais de 300 estabelecimentos em toda a França, optando pela instituição na pequena comunidade de Aubergne.
O longa foi um dos selecionados oficiais do Festival de Cannes 2004 e, de lá para cá, tem sido mostrado não apenas no circuito, mas em inúmeras escolas e universidades, sempre com sessões seguidas de debates.
O trabalho é de uma simplicidade encantadora. Os rostos das crianças, seus gestos genuínos e inocentes, seus olhares significativos e também a sensibilidade criativa de Phillibert, que deu um toque de magia a mais na realidade, que por si só, já era magnífica.
Um dos aspectos mais cativantes da obra é que ele mostra a vida com autenticidade, com inteligência, apresentando o mundo da criança com sua espontaneidade, sua admiração perante o que aprenderam e a sua confiança desarmada nas pessoas.
Além disso, mostra as dificuldades da pré-adolescência, tudo sob a condução de um mestre que é também um hábil condutor da melhor forma de interagir com as crianças.
Um fato interessante é que as crianças absorveram com naturalidade a presença das câmeras do diretor, tanto nas cenas nas salas de aula, no ônibus, nos carros, bem como dentro de suas casas.
Georges Lopez, por sua vez, possui dotes pedagógicos excepcionais, fazendo de ‘Ser e Ter’ um filme fundamental para professores, psicólogos, orientadores e por todos aqueles que, de alguma forma, trabalham com a missão de educar e desenvolver. Espontaneidade, graça, tragédias do cotidiano, sofrimentos comuns, diversões, amor e muita confiança mútua desfilam aos olhos do espectador de uma forma mágica e lúdica.
O professor tem a noção clara de que não estará ao lado destas crianças para sempre. Por isso, procura criar e desenvolver a autonomia de cada um dos alunos, propondo-lhes trabalhos onde tinham de tomar decisões e revelar iniciativa. Estimula-os a irem ao quadro-negro para vencerem o medo de serem criticados pelos colegas. E claro, conversa com cada um, ouvindo-os com tempo e com interesse, dando-lhes os conselhos que julga apropriados.
No final o professor é entrevistado. São perguntas simplórias com respostas ainda mais simplórias, sobre a vida, a sua profissão, o ensino, pois o professor e os alunos são os atores. Não há personagens, o que há são as próprias pessoas, humanas e com todo um potencial para crescer, construir e progredir.
O final também é admirável, carregado de sentimentos expostos com extrema sensibilidade.
‘Ser e Ter’ mostra que a educação depende em alta dose também dos educadores, que vai além da tarefa de lecionar, e que a criatividade deve ser o instrumento de toda a vivência escolar.

Avaliação: ****

Read more...

sexta-feira, 4 de julho de 2003

Do Outro Lado da Lei

Título original: El Bonaerense
País: Argentina
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 105 min
Direção: Pablo Trapero
Elenco: Jorge Román, Mimí Ardú, Darío Levy, Víctor Hugo Carrizo, Hugo Anganuzzi, Graciana Chironi, Luis Viscat, Roberto Posse, Aníbal Barengo, Lucas Olivera, Gastón Polo e Jorge Luis Giménez.

Sinopse: uma cidadezinha remota na área rural da Argentina. Zapa (Jorge Román), um chaveiro de 30 anos de idade, leva uma vida calma e monótona, até que um "serviço" para seu patrão sai errado. Tendo que cumprir pena na prisão, ele é forçado a trocar o lugar onde nasceu pelas violentas favelas de Buenos Aires. Zapa não tem escolha senão entrar para a "Bonaerense", a perversa polícia de Buenos Aires. Ele descobre um mundo podre de favorecimento, injustiça e corrupção. E rapidamente percebe como pode se beneficiar com o sistema. Esta é a história de um homem solitário, perdido em um mundo hostil e desconhecido, que toma consciência do homem que era e do homem que se tornou.
Crítica: o filme retrata o anti-herói, vivido por Jorge Román. O cenário é uma cidade desestruturada, mostrada com uma fotografia granulada e de cores saturadas, que ressalta a crueza do lugar. Ruas imundas e mendigos eram os sinais menos agressivos; manifestações violentas nas ruas e em repartições dão o melhor retrato do caos.
É esse ambiente que espera Zapa (Jorge Román), um chaveiro largado de 30 anos que não pede muito da vida de uma província rural. Certo dia, quando aceita abrir um cofre encomendado por seu chefe, acaba preso. O chefe foge. Mas como tem um tio influente, Zapa é solto e mandado para Buenos Aires, para trabalhar em La Bonaerense, a orgulhosa polícia local.
A inépcia do caipira fica logo evidente, segurando uma arma ou tentando decorar a hierarquia das patentes. Todavia, mais evidente é a ruína da divisão. Viaturas não funcionam, pagamentos atrasam, pistolas precisam ser compradas em contrabando e o preço debitado do salário de cada policial. Com o seu corpo mole, o seu raciocínio lerdo, as suas poucas palavras, Zapa não tem o menor jogo de cintura para lidar com a situação. Mas não tem dificuldades em seguir ordens – e encontra no comissário Gallo (Darío Levy) um padrinho polpudo.
Aos poucos, ele entra no esquema paralelo de remuneração. Na sua província natal, a família fica contente com suas promoções. Ele continua apático, sem caricaturas, mérito da boa atuação de Román, porém aprende rápido a driblar eventuais remorsos. Ficamos constrangidos com as cenas em que ele cobra propina. Temos uma sincera piedade da sua condição. Isso acontece por Zapa não ser a causa, mas a consequência da situação. Ele simplesmente aceita a opção que lhe é imposta. Naquele ambiente, recusar a corrupção seria negar a sobrevivência.
‘Do Outro Lado Da Lei’ conta essa história particular, dentro de um universo muito específico de rotinas e atribuições. Não julga, não faz o elogio do campo, nem demoniza a cidade. Mas esse pequeno relato alcança a transcendência ao revelar como o colapso do poder que rege os demais não demora a contaminar todas as camadas institucionais, inclusive a que deveria zelas por todas, a policial.
Apesar de lento em algumas partes, a mensagem do filme é válida e forte.
Avaliação: ***

Read more...

quarta-feira, 2 de julho de 2003

Estrada para Perdição

Título original: Road to Perdition
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 119 min
Direção: Sam Mendes
Elenco: Tom Hanks, Paul Newman, Jude Law, Jennifer Jason Leigh, Stanley Tucci, Daniel Craig, Tyler Hoechlin, Liam Aiken, Ciarán Hinds e David Darlow.

Sinopse: durante a Depressão, mais exatamente no inverno de 1931, Michael Sullivan (Tom Hanks) é um zeloso pai de família, que ama muito sua esposa, Annie Sullivan (Jennifer Jason Leigh), e seus filhos, Michael Sullivan Jr. (Tyler Hoechlin) e Peter Sullivan (Liam Aiken). Porém, ele vive moralmente em conflito, pois trabalha como assassino profissional para um irlandês, John Rooney (Paul Newman), um idoso chefe de quadrilha que criou Sullivan como se fosse seu filho. Michael Jr., o filho mais velho, fica curioso sobre a profissão misteriosa do seu pai, então se esconde no automóvel dele e acaba testemunhando a execução de Finn McGovern (Ciarán Hinds), que foi morto por Connor Rooney (Daniel Craig), o filho biológico de John. Michael vê seu pai e outros capangas ajudarem a terminar o "serviço", ficando tão apavorado que tenta fugir. Rapidamente seu pai entende que o filho viu tudo, mas Sullivan tentou acalmar Connor, dizendo que seu filho não diria nada. Aparentemente ele teve sucesso, contudo Connor é na verdade bem paranóico e instável. Connor acredita que só terá segurança quando Sullivan e toda a sua família estiverem mortos. Sendo assim, ele mesmo mata a mulher de Sullivan e Peter, o caçula. Porém Sullivan, que seria morto em outro local, consegue escapar e rapidamente pega Michael para uma fuga. Enfurecido com estas traições, Sullivan decide se vingar, mas antes pretende deixar o filho com parentes em Perdição, uma cidade rural. Quando o perigo eminente passa, ele acaba expondo para Michael os aspectos mais sangrentos de sua profissão, e logo Harlen Maguire (Jude Law), um assassino profissional, passa a caçá-lo. Sullivan tenta então atingir os mafiosos, roubando altas quantias que eles têm em bancos, a fim de forçar as quadrilhas a oferecerem Connor em sacrifício para ele; em troca, ele encerraria os roubos.
Crítica: direção e produção exemplares. Enredo bem trabalhado e atuação sublime dos atores (principalmente Tom Hanks, Paul Newman e Jude Law). Fotografia, locações e figurino perfeitamente ambientados nos anos 30.
Mesmo com uma narrativa linear e história tradicional sobre a máfia, o desenvolvimento e o desfecho do filme são ótimos. Vale a pena conferir.
Curiosidade: conquistou o Oscar de Melhor Fotografia em 2003.
Avaliação: ***

Read more...

quinta-feira, 19 de junho de 2003

Balzac e a Costureirinha

Título original: Xiao Cai Feng
País: China/França
Ano: 2002
Gênero: Biografia, drama
Duração: 110 min
Direção: Dai Sijie
Elenco: Xun Zhou, Kun Chen, Ye Liu, Shuangbao Wang, Xiong Xiao, Zhijun Cong, Hong Wei Wang, Wei Chen, Tianlu Chen e Zuohui Tang.

Sinopse: filmado num vale montanhoso prestes a ser alagado pela represa das Três Gargantas. Durante a revolução cultural, um grupo de jovens acusados de reacionários é levado para uma comunidade agrícola nas montanhas, para serem reeducados. Lá, os dois amigos Luo e Ma conhecem uma camponesa, neta de um famoso costureiro da região. Os três começam a andar juntos e debater idéias e modos de vida diversificados, até que encontram uma coleção de livros proibidos, entre eles os romances de Honoré de Balzac.
Crítica: a trama se passa na China, na época da revolução levada a cabo por Mao Tsé-Tung. Obras estrangeiras, como de Balzac e Dostoiévski, por exemplo, eram considerados subversivos, desafiadores de um regime que negava liberdade aos indivíduos.
O longa retrata, exatamente, a história de jovens que não querem se submeter à ignorância, pois vêem nos livros uma forma de redenção e de sobrevivência. É uma verdadeira ode à literatura.
Poético e sensível, fala do amor, da transformação do ser e da amplitude cultural proporcionada pelas letras.
Roteiro bem desenvolvido, direção e elenco eficientes, além de uma belíssima fotografia.
Assista. É um filme marcante!
Avaliação: ****

Read more...

segunda-feira, 16 de junho de 2003

Adaptação

Título original: Adaptation
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Comédia
Duração: 114 min
Direção: Spike Jonze
Elenco: Nicolas Cage, Meryl Streep, Tilda Swinton, Chris Cooper, Jay Tavare, Roger Willie, Jim Beaver, Maggie Gyllenhaal, Doug Jones, Ron Livingston, John Cusack e John Malkovich.

Sinopse: Charlie Kaufman (o roteirista do filme na vida real) é o protagonista da história, um escritor que deve adaptar um impossível livro de ser adaptado sobre orquídeas. Devido à falta de inspiração, ele decide escrever um roteiro sobre 'o livro que não pode ser adaptado', que é justamente a história de Adaptação de verdade.
Crítica: sem dúvida, o diretor tem criatividade. Nessa comédia, ele mistura personagens e situações fictícias com as vidas de pessoas reais: o obsessivo caçador de orquídeas John Laroche (Cooper), uma jornalista de Nova York - Susan Orlean (Streep), o roteirista de Hollywood Charlie Kaufman (Cage) e seu irmão gêmeo Donald (Cage também). À medida que Charlie se esforça para adaptar o livro best-seller da autora Orlean intitulado "O ladrão de orquídeas", acaba incluindo-se no roteiro de seu próprio filme. As diversas histórias acabam chocando-se, criando uma história bem imaginativa.
Adaptação é um drama hilário. Às vezes, cansativo em algumas cenas. Nicolas Cage está surpreendente nos dois papéis que interpreta.
Curiosidade: vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante (Chris Cooper).
Avaliação: ***

Read more...

terça-feira, 10 de junho de 2003

Valentin

Título original: Valentin
País: Argentina
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 86 min
Direção: Alejandro Agresti
Elenco: Rodrigo Noya, Julieta Cardinali, Carmen Maura, Jean Pierre Noher e Mex Urtizberea.

Sinopse: 1960, Buenos Aires. Valentin (Rodrigo Noya) é um menino de 9 anos que vive com sua avó (Carmen Maura), já que seu pai vive ocupado trabalhando e sua mãe está desaparecida desde a separação de seu pai. Solitário, Valentin divide seu tempo sonhando se tornar um astronauta e ouvindo as histórias contadas por sua avó. Seu grande sonho é que seu pai o leve para conhecer sua mãe, mas ele se irrita só de ouvir a simples menção do nome dela. Valentin passa a acreditar que possa ter enfim uma mãe quando conhece Leticia (Julieta Cardinali), a mais nova namorada de seu pai.
Crítica: filme de uma inteligência e sensibilidade ímpares. Uma história simples, que comove do início ao fim. O protagonista interpretado pelo menino Rodrigo Noya dá um show de interpretação.
A narrativa se desenvolve a partir da sua história e de suas impressões sobre os acontecimentos e pessoas com quem convive. A maturidade exibida por Valentin, ao fazer suas reflexões e emitir opiniões, é encantadora. Impossível ficar indiferente. É uma criança observando o que muitos de nós, às vezes, não percebemos. Valentin alcança o que poucos obras da sétima arte conseguem: atingir o coração. Uma obra-prima.
Avaliação: ****

Read more...

domingo, 8 de junho de 2003

O Buquê

Título original: Cest le Bouquet
País: França
Ano: 2002
Gênero: Arte
Duração: 95 min
Direção: Jeanne Labrune
Elenco: Dominique Blanc, Jean-Claude Brialy, Jean-Pierre Darroussin, Mathieu Amalric, Maurice Bénichou e Sandrine Kiberlain.

Sinopse: sete horas da manhã. Um simples telefonema transforma a vida de Catherine e Raphael num verdadeiro turbilhão de valores e oportunidades.
Um buquê enviado por Kirsch, a pessoa que telefonou, é a ligação para que todas as surpresas, descobertas e principalmente, fraquezas da vida, apareçam e amadureçam relacionamentos e amizades.

Crítica: o filme tenta levantar discussões sobre medos, valores, tabus, preconceitos e comportamentos. Mas os diálogos feitos para tal propósito não são felizes.
Com cara de extra-alternativo não agradará a grande parte da plateia. Ao acabar, fica a sensação de não ter visto quase nada.

Avaliação: **

Read more...

segunda-feira, 26 de maio de 2003

Chicago

Título original: Chicago
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Musical
Duração: 113 min
Direção: Rob Marshall
Elenco: Renée Zellweger, Catherine Zeta-Jones, Richard Gere, Queen Latifah, John C. Reilly, Christine Baranski, Mya, Taye Diggs, Lucy Liu e Colm Feore.

Sinopse: Velma Kelly (Catherine Zeta-Jones) é uma famosa dançarina que é também a principal atração da boate onde trabalha. Após matar seu marido, Velma entra em uma seleta lista de assassinas de Chicago, a qual é controlada por Billy Flynn (Richard Gere), um advogado que busca sempre se aproveitar ao máximo da situação. Ao contrário do se esperava, o assassinato faz com que a fama de Velma cresça ainda mais, tornando-a uma verdadeira celebridade do showbizz. Enquanto isso a aspirante a cantora Roxie Hart (Renée Zellweger) sonha com um mundo de glamour e fama, até que mata seu namorado após uma briga. Billy fica sabendo do crime e decide adiar ao máximo o julgamento de Velma, de forma a poder explorar os dois assassinatos ao máximo nos jornais. Assim como ocorreu com Velma, Roxie também se torna uma estrela por causa de seu crime cometido, iniciando uma disputa entre as duas pelo posto de maior celebridade do meio artístico.
Crítica: energia, beleza e música de boa qualidade não faltam ao musical do diretor estreante. Quase todos os números são excepcionais. Da parte musical até a parte artística, proporciona vislumbre e divertimento aos mais exigentes. A escolha dos números, das melodias, das letras e do elenco foi adequadíssima. O filme também serve como uma homenagem explícita a alguns clássicos do gênero.
Destacam-se o show inicial, que é todo de Catherine Zeta-Jones, apresentando letra e ritmo incrivelmente bons; um com a dupla Zeta-Jones e Renée Zellweger, de coreografia e cenário; e um show com o personagem de Richard Gere manipulando a personagem de Zellweger em seu colo como uma marionete.
Deixando agora a parte dos musicais um pouco de lado, pode-se dizer que, em termos de história, Chicago é um filme apenas regular. O foco principal da história é a personagem de Roxie, presa por ter matado o amante. Na prisão, convive com seu maior ídolo, a arrogante Velma (Zeta-Jones, que também é acusada de homicídio), mas logo vê o verdadeiro temperamento dela e as duas tornam-se adversárias. Enquanto isso, o advogado Billy – o mais famoso de Chicago, que nunca perdeu um caso – é contratado para livrar Roxie do enforcamento. Billy possui métodos que exploram a imagem de suas clientes ao máximo, fazendo delas pop-stars diante do público, que logo esquece que estão vendo uma assassina. Roxie também almeja o estrelato, e usa o gancho dos métodos de Billy para se promover a uma cantora e dançarina de sucesso, tal como Velma.
A história é suficiente para possibilitar aos roteiristas a criação dos grandes números musicais presentes, porém se a analisarmos independentemente desses números, concluímos que a estrutura é frágil e sem nenhuma profundidade. Mesmo assim, a história de Chicago é competente o suficiente para fazer com que fiquemos interessados durante os show musicais.
Quanto às interpretações, Chicago está muito bem. Praticamente todo o elenco principal, com exceção de Richard Gere, recebeu indicações ao Oscar.
Para os amantes do gênero, o filme é contagiante.
Curiosidade: agraciado com 6 Oscars em 2003, entre eles o de Melhor Filme e Melhor Atriz Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones).
Avaliação: ***

Read more...

quarta-feira, 21 de maio de 2003

Frida

Título original: Frida
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 123 min
Direção: Julie Taymor
Elenco: Salma Hayek, Geoffrey Rush, Alfred Molina, Antonio Banderas, Ashley Judd, Jorge Valdés, Valeria Golino, Mía Maestro, Margarita Sanz, Roger Rees, Patricia Reyes Spíndola, Saffron Burrows e Edward Norton.

Sinopse: o filme retrata a vida da pintora mexicana Frida Kahlo, desde a sua adolescência até a morte. Frida (Salma Hayek) foi um dos principais nomes da história artística do México. Conceituada e aclamada como pintora, ele teve também um casamento aberto com Diego Rivera (Alfred Molina), seu companheiro também nas artes, e ainda um controverso caso com o político Leon Trostky (Geoffrey Rush) e com algumas mulheres.
Crítica: com roteiro baseado no livro de Hayden Herrera, o filme é extraordinário. Relata a vida e a trajetória artística de Frida, que além dos sérios problemas de saúde, teve que enfrentar a infidelidade do seu marido, o muralista Diego Rivera. Mas nada impediu o surgimento e o reconhecimento do seu talento. No filme, são exibidas várias de suas obras – fortes, marcantes e belas. Salma Hayek encarna com maestria seu personagem, uma mulher que pensava e agia à frente do seu tempo. Um filme imperdível!
Curiosidade: em 2003, venceu nas categorias do Oscar de Melhor Maquiagem e Melhor Trilha Sonora. Salma Hayek foi indicada na categoria de Melhor Atriz.
Avaliação: ****

Read more...

sábado, 17 de maio de 2003

O Pianista

Título original: Le Pianiste
País: França
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 148 min
Direção: Roman Polanski
Elenco: Adrien Brody, Emilia Fox, Michal Zebrowski e Ed Stoppard.

Sinopse: o pianista polonês Wladyslaw Szpilman (Adrien Brody) interpretava peças clássicas em uma rádio de Varsóvia quando as primeiras bombas caíram sobre a cidade, em 1939. Com a invasão alemã e o início da 2ª Guerra Mundial, começaram também restrições aos judeus poloneses pelos nazistas. Inspirado nas memórias do pianista, o filme mostra o surgimento do Gueto de Varsóvia, quando os alemães construíram muros para encerrar os judeus em algumas áreas, e acompanha a perseguição que levou à captura e envio da família de Szpilman para os campos de concentração. Wladyslaw é o único que consegue fugir e é obrigado a se refugiar em prédios abandonados espalhados pela cidade, até que o pesadelo da guerra acabe.
Crítica: trata-se do drama vivido pelos judeus desde o início da sua perseguição até ao fim da guerra. Mostra a humilhação e o desespero dessas pessoas num momento doloroso da história.
Quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu em 1º/09/1939, Varsóvia foi um dos primeiros alvos nazistas. Após a ocupação, os alemães utilizaram as Famosas SS e a Gestapo para lançar uma política brutal contra a população judia, submetendo-a a tratamentos degradantes, confiscando seus bens e construindo muros para encarcerar os judeus em algumas áreas, surgindo, então, o Gueto de Varsóvia.
Sem entrar nos campos de concentração, este filme baseado no livro de memórias de Wladyslaw Szpilman, focaliza os horrores da perseguição judaica. Wladyslaw Szpilman é um polonês cuja carreira de pianista está em plena ascensão e vê a sua vida mudar-se quando ser judeu vira sinônimo de ser nada. O pianista tenta continuar o seu dia-a-dia, mas a situação agrava-se quando a pressão sobre os judeus aumenta, através de decisões macabras que os obriga a distinguirem-se dos outros cidadãos através da discriminativa faixa com a estrela de David. Eles veem seus salários reduzidos, produtos alimentícios sendo racionados e são obrigados a ficar confinados no Gueto de Varsóvia. Vivem uma insuportável pressão física e psicológica.
A história tem uma reviravolta e Szpilman é separado de sua família, mas livra-se de seguir com os demais judeus para os campos de concentração, sem saber o que os espera. Ele pensa em uma oportunidade mais tarde reencontrar todos. Porém, o seu destino é imprevisível. Contando apenas com a presença de outros homens, passam a recolher armas secretamente para uma futura revolta.
Szpilman consegue o apoio de um casal não-judeu amigo, para refugiar-se na Varsóvia não-judia. Contudo, a partir dai a sua jornada é cada vez mais norteada pelo medo. Descoberto duas vezes, Szpilman encontrou-se em determinado momento sozinho, numa Varsóvia totalmente destruída pela guerra, sem qualquer rastro humano que não o seu e o de soldados que farejam inimigos moribundos.
Daí até ao final nos é transmitida uma lição de força de vontade de viver, quando tudo em volta é destruição e morte. Presença marcante em todas as cenas do longa, o ator Adrien Brody interpreta de forma notável a saga verídica do pianista judeu Wladyslaw Szpilman, um sobreviente do holocausto. Um filme enternecedor!!!
Curiosidade: em 2003, vencedor de 3 Oscars: Melhor Diretor, Melhor Ator (Adrien Brodyy) e Melhor Roteiro Adaptado. Também vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes.
Avaliação: *****

Read more...

sábado, 10 de maio de 2003

Albergue Espanhol

Título original: L’auberge espagnole
País: Espanha/França
Ano: 2002
Gênero: Comédia, romance
Duração: 124 min
Direção: Cédric Klapisch
Elenco: Romain Duris, Judith Godrèche, Audrey Tautou, Cécile De France, Kelly Reilly, Cristina Brondo e Federico D'Anna.

Sinopse: Xavier (Romain Duris) tem 25 anos e está terminando o curso de Economia. Um amigo de seu pai lhe oferece um emprego no Ministério da Fazenda, mas para assumir o posto o rapaz precisa saber a língua espanhola. Ele decide acabar seus estudos em Barcelona, para aprender a língua. Para isso vai ter que deixar Martine (Audrey Tatou), sua namorada há quatro anos. Ao chegar em Barcelona Xavier procura um apartamento no centro da cidade e acha um em que deve morar com sete estudantes, todos estrangeiros. Com eles Xavier vai descobrir a autonomia e a sexualidade e iniciar a vida adulta.

Crítica: uma experiência sem amarras que abre novas perspectivas e proporciona vivências inesquecíveis. É o que acompanhamos neste filme, que retrata a convivência de Xavier, em Barcelona, com sete estudantes estrangeiros.
Um dos grandes méritos do filme é a sua simplicidade, o seu não-panfletarismo político. Finlândia, Itália, Espanha, Alemanha, Inglaterra e França convivem com razoável e aceitável nível de paz. Com algumas pequenas batalhas, é verdade, mas nada que não permita que todos se unam quando alguma ameaça maior surge no horizonte.
‘Albergue Espanhol’ foge da emoção simplória e do lugar comum até na hora de mostrar a bela Barcelona: a câmera opta por ângulos mais reais e menos turísticos, dando à capital catalã um novo tratamento cinematográfico. Mais "feio", talvez, porém seguramente bem mais humano.
Um filme leve, divertido e que faz você pensar em fazer o mesmo, ao sair da sala de cinema: morar fora, aprender uma nova língua. Por quê não?

Avaliação: ****

Read more...

sábado, 3 de maio de 2003

Tiros em Columbine

Título original: Bowling for Columbine
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Documentário
Duração: 120 min
Direção: Michael Moore
Elenco: Michael Moore, Denise Ames, Charlton Heston, Marilyn Manson, Matt Stone, Barry Galsser e John Nichols.

Sinopse: documentário que investiga a fascinação dos americanos pelas armas de fogo. Michael Moore, diretor e narrador do filme, questiona a origem dessa cultura bélica e busca respostas visitando pequenas cidades dos Estados Unidos, onde a maior parte dos moradores guarda uma arma em casa. Entre essas cidades está Littleton, no Colorado, onde fica o colégio Columbine. Lá os adolescentes Dylan Klebold e Eric Harris pegaram as armas dos pais e mataram 14 estudantes e um professor no refeitório. Michael Moore também faz uma visita ao ator Charlton Heston, presidente da Associação Americana do Rifle.
Crítica: provocador, bem produzido e argumentado, o documentário prende a atenção do espectador do início ao fim. Dentre os inúmeros tópicos abordados, merecem destaque: os massacres com armas de fogo realizados por jovens nos Estados Unidos em diversas universidades e instituições de ensino; e a facilidade com que as pessoas compram armas e como a sociedade norte-americana integra-as em seu dia-a-dia. Além disso, o onze de Setembro e a participação da mídia na construção de uma sociedade violenta entram na dura crítica. Recursos, como animações e imagens são utilizadas para satirizar as situações expostas. Todos os presidentes dos Estados Unidos são criticados no documentário, que lembra ainda como a maior nação do mundo ajudou o Iraque e o Afeganistão, enviando armas. Não faltam constestações. Para ser ver, rever e não esquecer.
Avaliação: *****

Read more...

quarta-feira, 30 de abril de 2003

Confissões de uma Mente Perigosa

Título original: Confessions of a Dangerous Mind
País: EUA/Canadá/Alemanha
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 113 min
Direção: George Clooney
Elenco: Dick Clark, Sam Rockwell, Michelle Sweeney, Drew Barrymore, Chelsea Ceci, Michael Cera, Aimee Rose Ambroziak, Isabelle Blais, Melissa Carter, Jennifer Hall, Ilona Elkin, Sean Tucker, Jaye P. Morgan, Maggie Gyllenhaal e David Hirsh.

Sinopse: história baseada nas memórias de Chuck Barris (Sam Rockwell), conhecido empresário americano que fez fortuna na indústria da televisão, com seus programas populares, ao mesmo temo em que manteve secretamente a função de espião da CIA.

Crítica: é uma boa estreia de Clooney como diretor, mas diante de tanto conteúdo, a história poderia ter sido melhor explorada. Mais detalhes e com menos pressa, a trama teria envolvido mais o espectador. Muitas informações são simplesmente jogadas na tela e, com os flashbacks frequentes, fica ainda mais complicado.
Por exemplo, a versão de que Chuck também tenha sido um agente da CIA é colocada em dúvida durante o filme, sugerindo que tudo não passe de uma criação doentia da sua complexa personalidade. Porém, como isso é feito sem ênfase para não estragar o suspense das enrascadas (reais ou não) em que ele se envolve, não fica muito claro para o espectador.
A película começa com um Chuck arrasado, destruído, depressivo e, daí, a trama segue indo e voltando, apontando sua ascensão e derrocada, seus acertos e erros, sua vida profissional e amorosa. Sem dúvida, uma figura ambiciosa, mas que não foi bem interpretada por Sam Rockwell. Infelizmente, em muitos momentos, não convenceu. Parecia fazer um grande esforço para ser natural.
Em compensação, as imagens são interessantes, os cenários são em feitos e os diálogos, irônicos e inteligentes. E, apesar de ser um drama, há algumas partes engraçadas.
Vale a pena assistir para conhecer um pouco da trajetória do famoso produtor de televisão, que soube inovar com os programas ‘The Newlywed Game’ e ‘The Gong Show’, que ele mesmo apresentava.

Curiosidade: o apresentador brasileiro Sílvio Santos adaptou esses programas em várias versões dominicais, tais como o Namoro na TV e Show de Calouros. Nos anos 80 chegou a exibir tapes de alguns fragmentos do "Show do Gongo" com o próprio Chuck Barris.
Avaliação: ***

Read more...

sábado, 26 de abril de 2003

As Confissões de Schmidt

Título original: About Schmidt
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 125 min
Direção: Alexander Payne
Elenco: Jack Nicholson, June Squibb, Hope Davis, Dermot Mulroney, Kathy Bates, Phil Reeves e Howard Hesseman.

Sinopse: Warren Schmidt (Jack Nicholson) é uma pessoa comum. Aos 66 anos, ele acaba de se aposentar de uma firma de seguros e ainda está se adaptando ao seu novo estilo de vida quando sua mulher, Helen, morre. Schmidt então percebe a solidão de sua vida, sente falta da filha, que mora em uma cidade distante e está prestes a se casar com um fracassado, e começa a se perguntar: E agora? Em busca de um sentido para tudo isso ele parte em viagem por alguns dos lugares onde viveu, a bordo de seu trailer, conhecendo novas pessoas e tentando encontrar seu lugar. A viagem termina na véspera do casamento da filha, na casa de Roberta, a mãe do noivo. A depressão de Schmidt se torna ainda maior ao perceber que, além de achar o genro um fracassado, sua família está bem abaixo das expectativas dele como pai.
Crítica: a solidão e o distanciamento entre pais e fihos são os enfoques da trama.
A visão depressiva da vida de Schmidt é uma das melhores análises da sociedade americana e das relações familiares cada vez mais frágeis. O diretor optou por um maior aprofundamento na vida de um único personagem e de suas relações com as outras pessoas. A fórmula deu certo.
Impossível sair do filme sem refletir sobre a importância dada ao nosso sucesso individual. Que diferença, afinal, fazemos nesse mundo?
Schmidt parte na busca de uma resposta, depois de se aposentar e ficar viúvo, comprovando que nunca é tarde para consertar erros do passado. Jack Nicholson domina seu personagem com desenvoltura, convence e comove. O final é uma cena imperdível.
A boa trilha sonora, quase toda em piano, preenche muito bem os silêncios durante o filme. Com tantos elogios, a dica é assistir.
Avaliação: ***

Read more...

segunda-feira, 21 de abril de 2003

A Face Oculta da Lei

Título original: Dark Blue
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Policial
Duração: 118 min
Direção: Ron Shelton
Elenco: Kurt Russell, Scott Speedman, Michael Michele, Brendan Gleeson, Ving Rhames, Kurupt, Dash Mihok, Jonathan Banks, Lolita Davidovich, Khandi Alexander, Dana Lee, Chapman Russell Way, Marin Hinkle, Jim Cody Williams e Eloy Casados.

Sinopse: em meio aos violentos conflitos raciais que marcaram Los Angeles no início dos anos 90, o policial veterano Eldon Perry (Kurt Russell) e seu parceiro, o novato Bobby Keough (Scott Speedman), tentam solucionar o assassinato de cinco pessoas num supermercado. Conforme avançam as investigações, a dupla se depara com uma rede de intrigas e corrupção que atinge até o alto escalão da polícia local.
Crítica: um excelente filme policial e explosivo como deve ser, repleto de cenas de ação e violência.
Estamos em Los Angeles, alguns dias antes da absolvição dos polícias acusados do assassinato brutal do motorista negro Rodney King. Enquanto as ruas da cidade dos anjos fervem, o veterano policial Hilton Perry e seu companheiro Bobby Keough começam a investigar um homicídio. Além de terem que enfrentar um dia-a-dia perigoso, eles sofrem enorme pressão dos chefes do departamento de polícia. Nesse ambiente nada saudável, Eldon e Bobby lutam para sobreviver.
A trama funciona como uma crítica direta e sólida à sociedade americana.
Avaliação: ***

Read more...

sábado, 19 de abril de 2003

Kamchatka

Título original: Kamchatka
País: Argentina
Ano: 2002
Gênero: Policial
Duração: 105 min
Direção: Marcelo Piñeyro
Elenco: Ricardo Darín, Cecilia Roth, Héctor Alterio, Fernanda Mistral, Tomás Fonzi, Mónica Scapparone, Milton De La Canal, Matías Del Pozo, Leticia Brédice e Nicolás Cantafio.

Sinopse: Harry (Matías Del Pozo) tem 10 anos e tem uma vida normal para qualquer criança de sua idade na década de 70. Porém, quando seus pais começam a ser perseguidos pela ditadura argentina ele e sua família são obrigados a largar todos os seus bens e fugir para uma fazenda.
Crítica: a
história é narrada sob a ótica do menino Harry. Para ele a ditadura é um jogo, onde alienígenas, militares, invadem sua casa e sua família tem que fugir. Escondem-se em uma fazenda e lá ele descobre seu ídolo Harry Houdini, um escapista muito famoso.
Para fazer as noites passarem mais rápido e serem menos entediantes é parceiro de seu pai, Ricardo Darín, em longas e intermináveis partidas do jogo T. A .G, uma espécie de ‘War’. Esse jogo, que entra como um complemento e explicação da história apresenta a questão da resistência nessa época tão difícil.
Com um elenco eficiente e um trabalhado enredo, é mais um sucesso do cinema argentino.
Sem cenas explícitas, retrata com sensibilidade e de maneira emocionante os horrores e as feridas irreversíveis causadas pelo regime ditatorial a inúmeras famílias inocentes.
Com certeza, um filme para ser visto.
Avaliação: ***

Read more...

quinta-feira, 17 de abril de 2003

Fale com Ela

Título original: Hable com Ella
País: Espanha
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 116 min
Direção: Pedro Almodóvar
Elenco: Javier Cámara, Darío Grandinetti, Rosario Flores, Leonor Watling, Geraldine Chaplin, Mariola Fuentes, Fele Martínez, Paz Vega, Chus Lampreave, Elena Anaya, Caetano Veloso, Marisa Paredes e Cecilia Roth.

Sinopse: Na platéia de um espetáculo de Pina Bausch, dois espectadores sentam-se casualmente lado a lado. Um deles é Benigno (Javier Cámara), um jovem enfermeiro; o outro é Marco (Darío Grandinetti), um escritor de 40 e poucos anos. Durante a peça The Fairy Queen, de Henry Purcell, Marco se emociona e começa a chorar. Benigno observa as lágrimas do homem que senta ao seu lado e sente certa compaixão do estranho. Chega a sentir vontade de dizer-lhe que também está emocionado, mas não chega a fazê-lo. Meses depois, os dois se encontram novamente na clínica "El Bosque", na qual Benigno trabalha. Dessa vez, o que os une é a tragédia. A noiva de Marco, Lydia (Rosario Flores), uma toureira profissional, está internada, em coma. O enfermeiro cuida de Alicia (Leonor Watling), uma jovem bailarina, que está no mesmo estado. Depois desse segundo encontro, tem início uma grande amizade entre os dois homens, tão estável e linear como uma montanha-russa. Enquanto estão na clínica, os quatro personagens têm suas vidas repassadas, culminando em um destino inesperado para o quarteto.
Crítica: a história é forte, trata de assuntos como estupro, desejo e morte, mas com muito sutileza. As imagens, a fotografia, a trilha sonora e, claro, a exemplar atuação dos atores tornam o filme muito emocionante. Almodóvar abusa dos flashbacks, mantém nossa atenção com as inúmeras reviravoltas na trama e surpreende com o inesperado. Inova e ousa, incluindo um filme mudo em preto-e-branco (fictício, é bom dizer) de sete minutos dentro do filme principal, que altera, positivamente, o ritmo do filme, fazendo-nos esquecer um pouco o drama dos personagens principais. Os diálogos, com algum humor, também ajudam a abrandar a situação que poderia ser tratada com tragicidade. Tudo funciona muito bem, num roteiro maduro e consistente.
Avaliação: ****

Read more...

terça-feira, 15 de abril de 2003

As Horas

Título original: The Hours
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 114 min
Direção: Stephen Daldry
Elenco: Meryl Streep, Julianne Moore, Nicole Kidman, Toni Collette, Eileen Atkins, Linda Bassett, Christian Coulson, Claire Danes, Stephen Dillane, Ed Harris, Allison Janney, Charley Ramm, John C. Reilly e Miranda Richardson.

Sinopse: em três períodos diferentes vivem três mulheres ligadas ao livro "Mrs. Dalloway". Em 1923 vive Virginia Woolf (Nicole Kidman), autora do livro, que enfrenta uma crise de depressão e idéias de suicídio. Em 1949 vive Laura Brown (Julianne Moore), uma dona de casa grávida que mora em Los Angeles, planeja uma festa de aniversário para o marido e não consegue parar de ler o livro. Nos dias atuais vive Clarissa Vaughn (Meryl Streep), uma editora de livros que vive em Nova York e dá uma festa para Richard (Ed Harris), escritor que fora seu amante no passado e hoje está com Aids e morrendo.
Crítica: o filme é um convite à reflexão sobre o que somos e qual nosso papel na sociedade. O enredo psicológico é forte e bem interpretado pelas três atrizes, que transportam ao público a dor, a frustração e a infelicidade que sentem.
É intenso porque toca em feridas escondidas e em segredos e sentimentos bem guardados, questiona tabus impostos pela sociedade e mostra que há possibilidade para diversos tipos de relacionamento.
O filme baseia-se no livro de Michael Cunningham, que, por sua vez, se inspirou em “Mrs Dalloway” de Virginia Woolf (a “proust” inglesa).
Daí, podemos também analisar o filme como uma mini-biografia de Virginia Woolf. A escritora apresentava crises depressivas. Em 1941, deixou um bilhete para seu marido e para a irmã. Neste bilhete, ela se despede das pessoas que mais amara na vida e se suicida.
A narrativa, em certos momentos, é lenta e arrastada. Talvez, melhor do que escrever com base na obra de Woolf, fosse apresentada sua bela biografia, uma das mais importantes escritoras britânicas.
Curiosidade: vencedor do Oscar de Melhor Atriz (Nicole Kidman, em 2003.
Avaliação: ***

Read more...

sexta-feira, 11 de abril de 2003

Simone

Título original: Simone
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Comédia
Duração: 117 min
Direção: Andrew Niccol
Elenco: Al Pacino, Catherine Keener, Pruitt Taylor Vince, Jay Mohr e Rachel Roberts.

Sinopse: Al Pacino é Victor Taransky, um diretor de cinema que há muito tempo não emplaca um grande sucesso. Em processo de produção de seu próximo filme, Victor entra na lista de dimensões do estúdio quando a estrela da produção decide rescindir o contrato e abandonar os sets de filmagem. Deseperado, ele lança mão de um avançado programa simulador e, secretamente, cria a atriz de seus sonhos: Simone. O problema é que Simone faz um sucesso muito maior que o esperado, tornando-se um verdadeiro fenômeno do show business. Os fãs choram por ela, a idolatram. A imprensa segue seus passos no intuito de desvendar o mistério da nova estrela. E tudo isso provoca um tremenda reviravoltana na vida do diretor, causando-lhe uma série de problemas para manter o grande segredo. Agora, o criador quer livrar-se da criatura, mas descobriu que deu vida a uma mulher tão perfeita que não pode simplesmente destruí-la.
Crítica: a princípio, a história de uma mulher perfeita criada por um programa de computador pode não ser muito atraente. Mas isso é apenas o gancho para a crítica do filme que é fervorosa contra as estrelas hollywoodianas e suas excentricidades e megalomanias. Mostra os bastidores dos estúdios e um mundo repleto de pessoas irracionais, a ponto de questionar-se se a ideia da substituição de atores humanos por ‘atores cibernéticos’. A trama é profunda, interessante e desenvolve-se bem, ainda mais com Al Pacino no elenco. Vale a pena ver.
Avaliação: ***

Read more...

quarta-feira, 9 de abril de 2003

O Senhor dos Anéis – As Duas Torres

Título original: The Lord of the Rings: The Two Towers
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Aventura
Duração: 179 min
Direção: Peter Jackson
Elenco: Elijah Wood, Ian McKellen, Liv Tyler, Viggo Mortensen, Sean Astin, Cate Blanchett, John Rhys-Davies, Billy Boyd, Dominic Monaghan, Orlando Bloom, Sean Been, Christopher Lee e Hugo Weaving.

Sinopse: após a captura de Merry (Dominic Monaghan) e Pippy (Billy Boyd) pelos orcs, a Sociedade do Anel é dissolvida. Enquanto que Frodo (Elijah Wood) e Sam (Sean Astin) seguem sua jornada rumo à Montanha da Perdição para destruir o Um Anel, Aragorn (Viggo Mortensen), Legolas (Orlando Bloom) e Gimli (John Rhys-Davies) partem para resgatar os hobbits sequestrados.
Crítica: “As Duas Torres” é, primeiramente, bem diferente do original. O clima fantástico é deixado um pouco de lado por um clima mais realista. A ação toma conta do filme, e os personagens-chave são diferentes. Agora, os hobbits aparecem menos tempo na tela, e são os homens os principais protagonistas. Porém, a sensação de grandeza épica não só continua, como é aumentada neste novo filme. É tudo maior, melhor, e mais atraente para o espectador. Temos uma das melhores cenas de ação já criadas para o cinema: a esperada batalha entre humanos e as forças de Saruman combatendo no Abismo de Helm.
Todos os personagens são interpretados magistralmente. Essa segunda parte da trilogia também registra a entrada da poesia de Tolkien (escritor dos 3 volumes da história), praticamente ignorada no primeiro filme. Sam, em seu monólogo final, recitando um belíssimo trecho do livro, comove com sua mensagem de coragem, que dá forças a Frodo para continuar em sua jornada para a destruição do Anel.
Tecnicamente falando, os efeitos especiais continuam acrescentando à história e são ainda mais numerosos do que na parte I. Além disso, o figurino, a maquiagem, as locações, a trilha sonora, tudo é perfeito no longa.
O grande trunfo, de maneira geral, é conseguir transportar para uma época distante, porém de fácil reconhecimento pelo tom de realismo dado à história e, durante quase três horas, poder acompanhar intensamente a vida de todo um mundo passar por várias mudanças, com seus personagens carregando ódio, amor, esperança, desespero, alegria, tristeza, devoção, incredulidade e angústia.
O espectador só ganha com isso: uma obra com grandes momentos, que divertem e emocionam.
E, ainda, falta a versão final da trilogia. É esperar para ver.
Curiosidade: em 2003, conquistou o Oscar nas categorias de: Melhor Edição de Som e Melhor Efeitos Especiais.
Avaliação: ****

Read more...

quinta-feira, 3 de abril de 2003

Cidade de Deus

Título original: Cidade de Deus
País: Brasil
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 135 min
Direção: Fernando Meirelles
Elenco: Matheus Nachtergaele, Seu Jorge, Alexandre Rodrigues, Leandro Firmino da Hora, Roberta Rodrigues, Phellipe Haagensen, Jonathan Haagensen, Alice Braga, Maurício Marques, Gero Camilo, Graziella Moretto, Micael Borges, Douglas Silva, Jefechander Suplino, Emerson Gomes, Édson Oliveira e Luis Otávio.

Sinopse: o filme começa na década de 1960, quando os protagonistas Zé Pequeno, então apelidado "Dadinho", e Bené são pequenos deliqüentes na recém-fundada comunidade de Cidade de Deus, construída pelo governo do Estado da Guanabara, como parte da política de remoção de favelas.
Na década de 1970, os antigos amigos assumem o comando do tráfico de drogas na comunidade, que agora está ainda mais empobrecida e violenta. Os dois estabelecem prioridades bastante diferentes em suas vidas. O conflito entre o bando de Zé Pequeno contra o único foco de resistência ao seu controle total da Cidade de Deus, a área controlada pelo bando de Sandro "Cenoura", acirra-se quando morre Bené, que protegia "Cenoura" devido à antiga amizade entre os dois, e deixa o caminho livre para que Zé Pequeno desencadeie uma verdadeira guerra pela hegemonia do comando do crime no local.
Todo o drama é contado a partir do ponto de vista de Buscapé, um garoto pobre da comunidade que sonha em ser repórter fotográfico e resiste à tentação de entregar-se ao, aparentemente, mais fácil caminho da criminalidade.
Crítica: adaptado do livro homônimo do escritor Paulo Lins, Cidade de Deus é, sem dúvida, o melhor filme brasileiro, provando que se pode fazer um cinema de qualidade no Brasil.
Por tratar do assunto violência, a história poder até ter sido mais uma entre tantas já retratadas. Porém, a forma como é conduzida surpreende até os mais resistentes. Mostra a violência de dentro para fora. Mesmo sem contextualizar os problemas sociais ou sugerir soluções, expõe como a falta de perspectivas e a ausência do poder público formam verdadeiros exércitos de jovens e crianças que manipulam armamentos pesados e matam com uma frieza desconcertante, sempre em prol do comércio de drogas.
O cenário bem montado, o elenco em harmonia e a fotografia espetacular demonstram a competência do cineasta. Os atores surpreendem, pois muitos são amadores. Grande parte vive mesmo nas favelas e comunidades do Rio de Janeiro. Para um melhor resultado, a produção do filme passou cerca de quatro meses em laboratório com eles. A ideia foi criar uma integração, como se eles realmente se conhecessem há muito tempo, tivessem crescido juntos e criado rivalidades.
Introdução, desenvolvimento e final do longa são impressionantes. Comove, informa e acrescenta. Recomendadíssimo!
Curiosidade: em 2009, o filme foi escolhido como um dos 100 melhores de todos os tempos pela revista ‘Time’.
Avaliação: *****

Read more...

segunda-feira, 17 de março de 2003

A Viagem de Chihiro

Título original: Sen to Chihiro no kamikakushi
País: Japão
Ano: 2001
Gênero: Fantasia
Duração: 125 min
Direção: Hayao Miyazaki
Elenco: Rumi Hiiragi, Miyu Irino, Mari Natsuki, Bunta Sugawara e Yumi Tamai.

Sinopse: história de uma garota, Chiriro, que vai com os pais a um estranho lugar. Lá eles são enfeitiçados e transformados em porcos, e Chiriro precisa trabalhar para a bruxa, que comanda o local, enquanto encontra uma maneira de salvar os pais e voltar ao seu próprio mundo. O lugar é uma casa de banhos para deuses (sim, é isso mesmo), e lá Chiriro conhece Haku, um garoto aprendiz da bruxa, e que ajuda a menina a se acostumar com sua estranha nova realidade.
Crítica: leve, capaz de emocionar adultos e crianças. O ritmo do filme é diferente dos ocidentais que estamos acostumados a ver, assim como os personagens que são muito bem detalhados, no melhor estilo japonês.
A história é bela e agradável, com uma narrativa densa, inúmeros personagens cativantes e situações elaboradas, fundadas em mitos e tradições japonesas – ainda que a arte seja, de um modo geral, saída da imaginação do autor.
Outro destaque é a qualidade visual. Os cenários são maravilhosos e as paisagens, realmente lindas.
O longa demonstra que a animação tradicional pode ainda surpreender e que a simplicidade aliada ao talento continua a ser um grande trunfo. Não se abdica do emprego de imagens geradas por computador (CGI), porém sua utilização é bem comedida (até mais do que o esperado) e apropriada aos momentos que seriam muito complicados de animar à mão, como, por exemplo, travellings, como aquele em que Sen atravessa um corredor de flores, ou a água que transborda de um tanque usado por um deus “sem-face” (kaonashi).
Curiosidade: venceu o Oscar de Melhor Animação em 2003.
Hayao é um diretor e animador, além de desenhar mangas (lê-se mangás, quadrinhos japoneses), de muito prestígio no Japão. Lá seu último desenho, “Mononoke-hime”, bateu recordes de bilheteria e recebeu o “Oscar” japonês de melhor filme. Mas pouco da produção japonesa chega às telas brasileiras e foi graças à participação da Walt Disney na produção do filme que este chegou à Academia Americana, e depois ao público sul-americano, que nunca teria tido chance de vê-lo na telona se não fosse por sua premiação no Oscar.
Avaliação: ***

Read more...

sexta-feira, 7 de março de 2003

Dirigindo no Escuro

Título original: Hollywood Ending
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Comédia
Duração: 112 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Erica Leerhsen, Téa Leoni, Debra Messing, Mark Rydell, Tiffani-Amber Thiessen, Mark Webber, Treat Williams e Scott Wolf.

Sinopse: Val Waxman (Woody Allen) é um diretor que fez muito sucesso nos anos 70 e 80, mas que agora só é chamado para dirigir comerciais de TV. Isso tudo tende a mudar quando, finalmente, um grande estúdio o convida para filmar um candidato a blockbuster. Porém, como desgraça pouca é bobagem, Waxman é subitamente acometido por uma cegueira misteriosa. Como não pode perder essa chance de voltar a ser famoso, o cineasta passa a tentar esconder de todos que não consegue ver absolutamente nada.

Crítica: uma história simples, direta e divertida, apesar de não ser a obra-prima do cineasta. Ele está ótimo no papel dessa cômica e surrealista trama.
Como de costume nos longas de Woody Allen, não faltam muitos diálogos ágeis, sarcásticos e ferinos e citações cults.
Um filme que diverte e agrada.

Avaliação: ***

Read more...

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003

A Identidade Bourne – Renascido em Perigo

Título original: The Bourne Identity
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Ação
Duração: 118 min
Direção: Doug Liman
Elenco: Matt Damon, Franka Potente, Julia Stiles, Chris Cooper, Brian Cox e Clive Owen.

Sinopse: Jason Bourne (Matt Damon) é um homem sem memória que é encontrado em uma praia no Mar Mediterrêano, com o corpo crivado de balas. À beira da morte, Bourne é tratado por um médico aposentado que mora no local e consegue se recuperar. Ele passa então a tentar descobrir quem é ele, sabendo apenas seu nome e que um microfilme foi implantado cirurgicamente em sua perna sem que ele saiba o porquê. Bourne também possui diversas habilidades em autodefesa e luta e sabe falar várias línguas. Desconfia que passou por uma plástica no rosto. Nessa busca para desvendar seu passado, Bourne passa a ser perseguido por estranhos que desejam vê-lo morto.
Crítica: muita ação e suspense numa direção competente de Doug Liman. O enredo é bastante inteligente.
Filmado inteiramente na Europa, tem cenários maravilhosos. A perseguição nas ruas de Paris é uma das melhores já filmadas.
Muitos detalhes, números, nomes. É preciso estar atento para não ser perder no mundo de Bourne. Matt Damon está perfeito no papel, é o auge da sua carreira.
Esse filme faz parte de uma trilogia, sendo os outros dois títulos: A Supremacia Bourne e o Ultimato Bourne.
Avaliação: ****

Read more...

domingo, 23 de fevereiro de 2003

Sinais

Título original: Signs
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Suspense
Duração: 107 min
Direção: M. Night Shyamalan
Elenco: Mel Gibson, Joaquin Phoenix, Rory Culkin, Abigail Breslin, Cherry Jones, M. Night Shyamalan, Patricia Kalember, Ted Sutton, Merritt Wever, Lanny Flaherty e Marion McCorry.

Sinopse: no condado de Bucks, Pensilvânia, vive Graham Hess (Mel Gibson), um viúvo com seus dois filhos, Morgan (Rory Culkin) e Bo (Abigail Breslin). Também mora com eles Merrill (Joaquin Phoenix), o irmão de Graham. Ele reside em uma fazenda e era o pastor da região, mas não aceita ser chamado de padre, pois questionou sua fé desde quando sua mulher, Colleen (Patricia Kalember), foi morta ao ser atropelada por Ray Reddy (M. Night Shyamalan), um morador da região que dormiu enquanto dirigia. Repentinamente os Hess ficam bastante intrigados com o surgimento de misteriosos e gigantescos círculos, que surgem inesperadamente em sua plantação sem que haja o menor vestígio de quem os fez ou por qual motivo teriam sido feitos.
Crítica: o esperado filme, pelo tema que aborda, decepcionou. Do início até o meio, o suspense é garantido, mas depois despenca totalmente.
Um roteiro fraco e mal elaborado que, mesmo com a boa interpretação de Mel Gibson e Joaquin Phoenix, não se sustenta.
O enredo não flui e o final é ridículo. Num certo momento do filme, perguntamo-nos por que estamos assistindo. Nada acontece e a trama chega a ser claustrofóbica, repetitiva e fechada entre as quatro paredes da casa de Graham.
Uma pena!
Avaliação: **

Read more...

terça-feira, 28 de janeiro de 2003

Prenda-me Se For Capaz

Título original: Catch Me If You Can
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Comédia
Duração: 141 min
Direção: Steven Spielberg
Elenco: Leonardo DiCaprio, Tom Hanks, Christopher Walken, Martin Sheen, James Brolin, Nathalie Baye e Jennifer Garner.

Sinopse: baseado em fatos reais, o filme conta a história de Carl Hanratty (Tom Hanks) e de Frank Abagnale Jr. (Leonardo DiCaprio). Hanratty é um agente do FBI que passou anos atrás de um famoso falsário que aplicava golpes em companhias aéreas, bancos, hospitais e enganava qualquer um quando bem entendesse. Frank Jr. chegou a descontar 2,5 milhões de dólares em cheques falsos, magistralmente bem feitos.
Crítica: uma direção de Spielberg acertada mais uma vez. Rápida, inteligente e bem elaborada. E o elenco de peso completa a eficiência do longa, com diálogos sarcásticos, olhares e expressões que marcam seus personagens.
A história, que é real, melhora ainda mais o roteiro, que mescla malandragem, comédia e drama. A montagem bem situada incorpora a epóca e as constantes passagens de tempo. O final é maravilhoso.
As sequências e os cortes são muito bem feitos, os figurinos são fantásticos e a ótima atuação de Christopher Walken rendeu-lhe uma indicação ao Oscar como Melhor Ator Coadjuvante.
A trilha sonora completa o ritmo frenético e envolvente da trama. Um belo trabalho!
Avaliação: ****

Read more...

sábado, 4 de janeiro de 2003

Segunda-Feira ao Sol

Título original: Los Lunes al Sol
País: Espanha/França
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 113 min
Direção: Fernando León de Aranoa
Elenco: Javier Bardem, Luis Tosar, Jose Angel Egido e Nieve De Medina.

Sinopse: numa pequena cidade industrial ao norte da Espanha, na região da Galicia, um grupo de amigos, ex-operários metalúrgicos da indústria naval (Santa, José, Lino e Amador), se reúnem no bar Naval, pequeno bar de outro ex-operário (Rico), onde conversam e compartilham frustrações e esperanças.

Crítica: um dos principais personagens é Santa, interpretado por Javier Barden, homem solitário, apesar de sociável e de espírito solidário. É ex-liderança sindical de base, de personalidade marcante, organizador nato, “intelectual orgânico” de um coletivo de trabalho desestruturado pela reestruturação produtiva. O estaleiro naval em que trabalhavam – estaleiro Aurora – foi adquirido (e desativado) por investidores coreanos, que pretendem construir, no local, um hotel turístico de alto luxo.
A direção expõe com lirismo, humor e angústia a tragédia social e pessoal do desemprego. Desesperos, alegrias e ansiedades vem à tona por meio dos personagens com impressionante desenvoltura, atingindo em cheio o espectador.
A narrativa é simples, porém complexa, forte e repleta de significados. Envolve com sua suave trilha sonora e comove com uma produção e direção seguras e a memorável performance de Javier Bardem.

Curiosidade: vencedor de diversas premiações internacionais, incluindo 5 Prêmios Goya, 4 Kikitos no Festival de Gramado e 4 Prêmios no Festival de San Sebastian.
Avaliação: ***

Read more...

Bilheterias Brasil - TOP 10

Seguidores

  © Blogger templates Newspaper III by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP