sexta-feira, 15 de julho de 2011

Gainsbourg – O Homem que Amava as Mulheres

Título original: Gainsbourg (Vie héroïque)
País: França
Ano: 2010
Gênero: Biografia, drama
Duração: 130 min
Direção: Joann Sfar
Elenco: Anna Mouglalis, Doug Jones, Eric Elmosnino, Laetitia Casta e Lucy Gordon.

Sinopse: anos 60. Serge Gainsbourg (Eric Elmosnino) é um jovem poeta judeu que vaga pelas ruas de Paris, tentando deixar para trás suas pinturas e entreter as plateias de clubes noturnos. As imagens que surgem em sua cabeça ganham forma nas telas que pinta, da mesma forma que seus casos amorosos logo se tornam escândalos.

Crítica
bom avisar, logo de início, que o filme não é propriamente uma biografia. Escrito e dirigido pelo desenhista Joann Sfar, baseia-se numa história em quadrinhos de sua autoria, o que acaba se transformando num defeito. O personagem central é tão chapado quanto um desenho no papel. Raramente a história encontra a complexidade humana de Gainsbourg, cujo nome de batismo era Lucien Ginzbourg e que nasceu em Paris em 1928. Mesmo com boas resoluções no filme, envolvendo animação, a trama não convence como deveria.
Talvez só quem viveu na França de 1969 seja capaz de entender o furor e o escândalo que causaram os gemidos de Jane Birkin na famosa canção “Je t’aime… moi non plus”, que ela gravou com Serge Gainsbourg – com quem se casou e teve uma filha.
O filme até tenta, mas não consegue dar a dimensão exata do que representou essa música, que ao longo das décadas se tornou uma espécie de hino do erotismo. Nem dá conta da real extensão do carisma de seu autor.
Filho de judeus russos, seu pai (Razvan Vasilescu) era pianista, apaixonado por música clássica, e tocava nos clubes da cidade. Ainda pequeno, sua vida foi muito afetada pela ocupação nazista na França. Ser judeu tornou-se um fantasma que o perseguiu por toda a sua vida. Ao menos, assim é que mostra o longa, quando seus demônios pessoais literalmente ganham vida e o atormentam.
Falta ao longa, no entanto, ir além do mero delírio visual. Não se esperava, claro, uma biografia comportada – especialmente em se tratando de Gainsbourg. No entanto, o resultado é bastante irregular, especialmente por conta da interpretação um tanto caricata do ator Eric Elmosnino (“Horas de Verão”).
Elmosnino lembra bastante Gainsbourg fisicamente, com seu nariz avantajado e tudo o mais. Porém, como o filme em si, ele transforma o artista num mito desde suas primeiras cenas. Assim, faz parecer que o verdadeiro Gainsbourg já nasceu daquele jeito, conquistador, falastrão e sempre disposto a envolver-se numa polêmica.
Na película, o diretor tece uma colcha de retalhos de momentos famosos da vida do cantor e compositor – como seu romance com Brigitte Bardot, que era casada com o alemão Gunther Sachs, e uma viagem à Jamaica.
Infelizmente, o enredo deixa de lado algumas questões mais controversas da vida de seu personagem: sua suposta misoginia, problemas familiares, o polêmico longa que dirigiu com Jane, “Paixão Selvagem” (1976), e a relação muito próxima com a filha Charlotte, com quem chegou a gravar uma canção chamada “Lemon Incest”, quando ela tinha 14 anos, em 1985, com quem também fez um filme chamado “Charlotte Forever”.
Enfim, a proposta do diretor talvez pode não agradar até mesmo os fãs do astro francês.

Avaliação
: ***

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