País: EUA
Ano:
2013
Gênero: Ficção
Científica
Duração: 117
min
Direção: José
Padilha
Elenco: Joel Kinnaman, Gary Oldman,
Michael Keaton, Samuel L Jackson, Abbie Cornish, Jennifer Ehle, Marianne
Jean-Baptiste e Aimee Garcia.
Sinopse: 2028. Já há vários anos os drones têm sido
usados para fins militares mundo afora e agora a empresa OmniCorp deseja que
eles sejam usados também para o combate ao crime nas grandes cidades.
Entretanto, esta iniciativa tem recebido forte resistência nos Estados Unidos.
Na intenção de conquistar o povo americano, Raymond Sellars tem a ideia de criar
um robô que tenha consciência humana, de forma a aproximá-lo à população. A
oportunidade surge quando o policial Alex Murphy sofre um atentado, que o
coloca entre a vida e a morte.
Crítica: remake do sucesso de Paul Verhoeven, de 1987,
o longa cumpre a missão de levar para uma superprodução questões políticas, sem
deixar de lado a ação e o ritmo frenético de um videogame.
Enquanto no primeiro longa
a trama tratava com ironia o rearmamento norte-americano da era Reagan, nesta
versão, dirigida por José Padilha, o discurso bate de frente com a militarização
e a atuação dos EUA no exterior, com o uso de drones e outros aparatos
tecnológicos letais. Estamos no ano 2028 e a superpoderosa organização OmniCorp
mantém sua influência nas mais diferentes esferas, sobretudo na segurança,
criando diversas soluções para a polícia de Chicago.
A mais polêmica delas é o
uso de robôs para fazer o policiamento ostensivo nas ruas da cidade. Enquanto a
maioria dos americanos aprova o uso dessas máquinas em países do Oriente Médio,
no âmbito doméstico a situação é oposta. Para isso, os cientistas e
marqueteiros, liderados pelo CEO sem escrúpulos, Raymond Sellers (Michael
Keaton) resolvem entregar ao público uma máquina que é parte-homem, parte-robô.
O sujeito encontrado para encarnar esse papel foi Alex Murphy, detetive que foi
vítima de um atentado e perdeu quase todo seu corpo. Com o hardware mais
avançado de todos e um software que acessa o banco de dados da polícia e
câmeras de segurança, Robocop parece ser o policial perfeito. O problema é que
sua mente humana ainda ativa interfere nesse sistema.
Aqui temos o ponto de maior
diferenciação entre os dois filmes: uma maior consciência do protagonista e
mais espaço para discussões sobre temas como política e ética no uso de robôs.
E é por essa razão que Murphy tentará sozinho resolver o crime que quase o
matou. São os momentos de questionamentos do personagem, a trama sobre a
corrupção policial e a relação com sua família que dão ao roteiro um tom
humanista e o impedem de ser mais um produto industrializado sem charme.
A direção tenta mesclar os
momentos de ação e adrenalina com a discussão sobre militarismo, corrupção e
ética.
O protagonista vivido por Joel
Kinnaman (Alex Murphy) convence. Aqui, menos robótico que o original, ele demonstra
a difícil aceitação a existir apenas como máquina. Mas Abbie Cornish, no papel
de sua esposa (Clara Murphy), quase não tem espaço para mostrar seu personagem.
O maior destaque no longa é
Samuel L. Jackson, que serve como fio condutor da narrativa, ao interpretar um
apresentador de TV de extrema-direita e defensor do controle do crime
mecanizado. Ele está impecável. Merece elogios também a performance do Dr.
Dennett Norton (Gary Oldman) que ajuda a criar o Robocop. As cenas e os
diálogos envolvendo os dois são muito bons.
Na equipe do filme, há
outros brasileiros: Lula Carvalho (Budapeste, Tropa de Elite), que assina a
fotografia, Pedro Bromfman (dos dois Tropa de Elite), na trilha sonora e Daniel
Rezende, montador conhecido por Cidade de Deus e A Árvore da Vida.
É muito mais do que um
remake; trata-se de um robô mais humano, se isso é possível.
A produção é de primeira e
o entretenimento, garantido.
Avaliação: ***
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