quarta-feira, 17 de agosto de 2016

A Conexão Francesa (La French)

País: França/Bélgica
Ano: 2014
Gênero: Policial, Suspense
Duração: 135 min
Direção: Cédric Jimenez
Elenco: Jean Dujardin, Gilles Lellouche, Benoît Magimel, Guillaume Goix, Céline Sallette, Bruno Todeschini, Mélanie Doutey e Féodor Atkine.

Sinopse: transferido para Marselha, o magistrado Pierre Michel (Jean Dujardin) logo descobre que seu maior desafio será desmembrar uma articulada quadrilha de traficantes de heroína que domina a cidade. Acabar com a French Connection torna-se sua obsessão e Michel dedica anos de sua vida – e um bocado de sua sanidade – à missão, acompanhando de perto os passos de Gaëtan Zampa (Gilles Lellouche), inalcançável chefe do bando.

Crítica: “A Conexão Francesa” traz a versão de uma história real que até hoje não foi totalmente esclarecida e que foi apresentada no cinema, com no filme Operação França (William Friedkin, 1971).
Abordando a guerra contra o tráfico de drogas na cidade de Marselha, França, na década de 1970, é fácil conectá-lo à série Narcos, que mostra o tráfico não só em seu meio de produção e venda, mas também no mundo que ele é capaz de criar, chegando ao ponto de fazer o Estado e algumas de suas forças trabalharem para manter, esconder ou inocentar essas atividades. Aliás, a corrupção institucionalizada é um dos temas centrais do filme. São tantas negociações criminosas envolvendo bandidos e a organização jurídico-policial, que é preciso estar atendo a cada minuto do filme para acompanhar sua narrativa intensa e dinâmica, mas muito bem direcionada.
Primeiramente, vem a “declaração de guerra” do prefeito de Marselha contra os chefões do tráfico; depois, o seu correspondente [insanamente] mais comprometido com esse combate, o Presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan. A conexão, que saía da costa da França, atravessava o Atlântico e despejava heroína nos EUA, prova o quão grande e poderoso pode ser o crime organizado. E que ele pode ter representante em todas as esferas da sociedade, tanto do lado dos bandidos quanto do lado dos que supostamente deveriam combatê-los.
Jean Dujardin vive com competência o juiz Pierre Michel, que assume o caso (e que se torna uma obsessão para ele) e tem a função de encontrar os tentáculos da conexão e cortá-los, uma tarefa difícil do começo ao fim. Do outro lado, temos Gilles Lellouche, que interpreta Gaetan ‘Tany’ Zampa, vivendo um tipo de “homem de negócios mortal”, com motivações opostas ao do juiz, mas nem por isso totalmente insensível ou sanguinário.
O roteiro e a edição são bastante eficientes para contar uma história longa. Não deve ter sido fácil para o cineasta ter que decidir por qual parte eliminar. O cenário é bem recriado e a trilha sonora é eletrizante. Porém, as grandes atuações e a escolha de também focar no lado emotivo e familiar para não ser mais uma obra de mocinho versus bandido são os grandes méritos da película.
Ao final, nos é mostrado o que já sabemos: o quão desprezível é a corrupção nas esferas públicas.
Um excelente filme!

Avaliação: ****

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