Um Dia Perfeito (A Perfect Day)
País: Espanha
Ano:
2015
Gênero: Drama
Duração: 106
min
Direção: Fernando
León de Aranoa
Elenco: Benicio
Del Toro, Tim Robbin, Mélanie Thierry e Olga Kurylenko.
Sinopse: um grupo de ajuda humanitária mora há muito
tempo numa região indefinida dos Bálcãs, em pleno período de guerra. Eles
auxiliam o povo em suas tarefas cotidianas, enquanto funcionam de contato
intermediário com as Nações Unidas. Um dia, o principal problema dos
experientes Mambrú (Benicio Del Toro) e B (Tim Robbins) e da novata Sophie
(Mélanie Thierry) é retirar com rapidez o cadáver jogado no único poço da
cidade, para impedir que toda a água fique contaminada. Mas a situação é mais
complexa do que aparenta: aos poucos, eles percebem que a retirada do corpo
pode contrariar os interesses de muitas pessoas.
Crítica: um cadáver humano boiando dentro de um poço. É
a primeira cena do filme “Um Dia Perfeito” que se passa na região dos Balcãs. O corpo é
obeso, a corda à disposição é frágil, e não se sabe como retirá-lo antes que
toda a água seja contaminada. De um lado, estão os nativos falando bósnio e, do
outro lado, uma equipe de ajuda humanitária internacional tentando auxiliar os
habitantes em tempo de guerra. O líder do grupo é Mambrú (Benicio Del Toro,
perfeito no papel).
Com humor negro, sarcasmo,
inteligência e muitos diálogos, o longa retrata as principais consequências
humanas e políticas de um conflito armado, sem filmar uma única gota de sangue.
As imagens são feitas perto das zonas afetadas, algumas horas depois de um
ataque ou tragédia. A escolha é excelente por fazer trabalhar a imaginação do
espectador: os cadáveres são mostrados apenas em parte, as minas não explodem,
as armas não disparam. Mas o perigo é iminente. E, claro, o descaso das
autoridades é evidente. É incrível a capacidade do diretor de extrair grandes
significados ao mostrar uma casa abandonada e ao desejo de um menino de ter uma
bola.
O que interessa ao diretor
e roteirista são os diálogos cotidianos, as brigas entre patrões e empregados
de organizações humanitárias, os mal-entendidos, a ironia decorrente de
situações absurdas – um cadáver de vaca no meio da estrada, uma loja de cordas
que não vende cordas.
Outro mérito do roteiro é
desenvolver muito bem seus seis personagens principais. Além de Del Toro, Tim
Robins (como B) surpreende também. Tal desenvolvimento ocorre em meio às
conversas e discussões durante o processo de tentar resolver a questão do poço
com o corpo.
Avaliação:
***
0 comentários:
Postar um comentário