domingo, 7 de agosto de 2016

Um Dia Perfeito (A Perfect Day)

País: Espanha
Ano: 2015
Gênero: Drama
Duração: 106 min
Direção: Fernando León de Aranoa
Elenco: Benicio Del Toro, Tim Robbin, Mélanie Thierry e Olga Kurylenko.

Sinopse: um grupo de ajuda humanitária mora há muito tempo numa região indefinida dos Bálcãs, em pleno período de guerra. Eles auxiliam o povo em suas tarefas cotidianas, enquanto funcionam de contato intermediário com as Nações Unidas. Um dia, o principal problema dos experientes Mambrú (Benicio Del Toro) e B (Tim Robbins) e da novata Sophie (Mélanie Thierry) é retirar com rapidez o cadáver jogado no único poço da cidade, para impedir que toda a água fique contaminada. Mas a situação é mais complexa do que aparenta: aos poucos, eles percebem que a retirada do corpo pode contrariar os interesses de muitas pessoas.

Crítica: um cadáver humano boiando dentro de um poço. É a primeira cena do filme “Um Dia Perfeito” que se passa na região dos Balcãs. O corpo é obeso, a corda à disposição é frágil, e não se sabe como retirá-lo antes que toda a água seja contaminada. De um lado, estão os nativos falando bósnio e, do outro lado, uma equipe de ajuda humanitária internacional tentando auxiliar os habitantes em tempo de guerra. O líder do grupo é Mambrú (Benicio Del Toro, perfeito no papel).
Com humor negro, sarcasmo, inteligência e muitos diálogos, o longa retrata as principais consequências humanas e políticas de um conflito armado, sem filmar uma única gota de sangue. As imagens são feitas perto das zonas afetadas, algumas horas depois de um ataque ou tragédia. A escolha é excelente por fazer trabalhar a imaginação do espectador: os cadáveres são mostrados apenas em parte, as minas não explodem, as armas não disparam. Mas o perigo é iminente. E, claro, o descaso das autoridades é evidente. É incrível a capacidade do diretor de extrair grandes significados ao mostrar uma casa abandonada e ao desejo de um menino de ter uma bola.
O que interessa ao diretor e roteirista são os diálogos cotidianos, as brigas entre patrões e empregados de organizações humanitárias, os mal-entendidos, a ironia decorrente de situações absurdas – um cadáver de vaca no meio da estrada, uma loja de cordas que não vende cordas.
Outro mérito do roteiro é desenvolver muito bem seus seis personagens principais. Além de Del Toro, Tim Robins (como B) surpreende também. Tal desenvolvimento ocorre em meio às conversas e discussões durante o processo de tentar resolver a questão do poço com o corpo.

Avaliação: ***

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