domingo, 7 de agosto de 2016

Os Cavaleiros Brancos (Les Chevaliers Blancs)

País: França/Bélgica
Ano: 2016
Gênero: Drama
Duração: 112 min
Direção: Joachim Lafosse
Elenco: Vincent Lindon, Louise Bourgoin e Valérie Donzelli.

Sinopse: Jacques Arnault (Vincent Lindon) é presidente de uma ONG que auxilia crianças em dificuldade. Sua próxima e ambiciosa ação consiste em resgatar 300 órfãos, vítimas da guerra civil em um país africano. A ideia é trazer um avião fretado da França, receber as crianças e levá-las ao país europeu, onde pais adotivos aguardam-nas. Jacques conta com a ajuda de sua esposa, de uma jornalista e de uma equipe de assistentes da ONG. Na hora de executar o plano, no entanto, nada se passa como previsto e a tensão começa a aumentar.

Crítica: é legítimo sequestrar crianças órfãs para dar-lhes uma vida melhor? A mentira quanto aos planos de uma organização não invalida o ato? Um europeu pode decidir o que é melhor para uma criança desconhecida, e simplesmente tomá-la para si? São as discussões levantadas pelo longa-metragem que aborda as questões éticas e morais inerentes ao trabalho humanitário e ao papel invasivo da Europa na África. Fala-se muito em “salvar” o continente, reproduzindo uma das retóricas imperialistas mais comuns para justificar a intrusão na cultura e na política alheia.
A direção opta por uma posição bastante neutra para contar uma história sobre a relação histórica com a África, e as maneiras de ajudar o continente nos dias de hoje. Os protagonistas são membros de uma ONG que busca realizar um ato heroico: resgatar 300 crianças órfãs e entregá-las a famílias francesas, sem passar pelo trâmite burocrático habitual. A ação é secreta e ilegal, por isso o grupo chega ao continente disfarçado de outra ONG, fictícia, com o suposto objetivo de vacinar as crianças locais.
O problema do filme está na narrativa em que pouco acontece. De forma morna, vamos acompanhando a vã tentativa de Jacques (Vincent Lindon) e de sua equipe em retirar crianças órfãs de até 5 anos do país africano. O impasse e a espera não criam o suspense esperado, e sim acabam por diminuir o impacto do filme.
No entanto, os valores éticos em questão são válidos: presenciamos a moral dúbia dos europeus (que mentem para atingir seus objetivos) e dos africanos (que mentem para explorar financeiramente o suposto ajudante).

Avaliação: **

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