Os Cavaleiros Brancos (Les Chevaliers Blancs)
País: França/Bélgica
Ano:
2016
Gênero: Drama
Duração: 112
min
Direção: Joachim
Lafosse
Elenco: Vincent
Lindon, Louise Bourgoin e Valérie Donzelli.
Sinopse: Jacques Arnault (Vincent Lindon) é presidente
de uma ONG que auxilia crianças em dificuldade. Sua próxima e ambiciosa ação
consiste em resgatar 300 órfãos, vítimas da guerra civil em um país africano. A
ideia é trazer um avião fretado da França, receber as crianças e levá-las ao
país europeu, onde pais adotivos aguardam-nas. Jacques conta com a ajuda de sua
esposa, de uma jornalista e de uma equipe de assistentes da ONG. Na hora de
executar o plano, no entanto, nada se passa como previsto e a tensão começa a
aumentar.
Crítica: é legítimo sequestrar crianças órfãs para
dar-lhes uma vida melhor? A mentira quanto aos planos de uma organização não
invalida o ato? Um europeu pode decidir o que é melhor para uma criança
desconhecida, e simplesmente tomá-la para si? São as discussões levantadas pelo
longa-metragem que aborda as questões éticas e morais inerentes ao trabalho
humanitário e ao papel invasivo da Europa na África. Fala-se muito em “salvar”
o continente, reproduzindo uma das retóricas imperialistas mais comuns para
justificar a intrusão na cultura e na política alheia.
A direção opta por uma
posição bastante neutra para contar uma história sobre a relação histórica com
a África, e as maneiras de ajudar o continente nos dias de hoje. Os
protagonistas são membros de uma ONG que busca realizar um ato heroico:
resgatar 300 crianças órfãs e entregá-las a famílias francesas, sem passar pelo
trâmite burocrático habitual. A ação é secreta e ilegal, por isso o grupo chega
ao continente disfarçado de outra ONG, fictícia, com o suposto objetivo de
vacinar as crianças locais.
O problema do filme está na
narrativa em que pouco acontece. De forma morna, vamos acompanhando a vã
tentativa de Jacques (Vincent Lindon) e de sua equipe em retirar crianças órfãs
de até 5 anos do país africano. O impasse e a espera não criam o
suspense esperado, e sim acabam por diminuir o impacto do filme.
No entanto, os valores
éticos em questão são válidos: presenciamos a moral dúbia dos europeus (que
mentem para atingir seus objetivos) e dos africanos (que mentem para explorar
financeiramente o suposto ajudante).
Avaliação:
**
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