segunda-feira, 3 de julho de 2017

A Coroa (The Crown) – 1ª Temporada

País: Reino Unido
Ano: 2016
Gênero: Biografia
Duração: 10 episódios
Direção: Netflix
Elenco: Claire Foy, Jared Harris, John Lithgow, Matt Smith, Vanessa Kirby, Alex Jennings, Eileen Atkins, Jeremy Northam, Victoria Hamilton, Ben Miles, Greg Wise, Harry Hadden-Paton, Harriet Walker e Lia Willliams.

Sinopse: filha do rei George VI (Jared Harris), Elizabeth II (Claire Foy) sempre soube que não teria uma vida comum. Após a morte do seu pai em 1952, ela dá seus primeiros passos em direção ao trono inglês, a começar pelas audiências semanais com os primeiro-ministros ingleses. Ela assume a coroa com apenas 25 anos de idade, mas com grandes compromissos, vêm grandes responsabilidades. 

Crítica: a primeira temporada, com 10 episódios, traz os primeiros poucos anos da coroação precoce (aos 25 anos) de Elizabeth Windsor (Claire Foy) depois da morte de seu pai, o Rei George VI (Jared Harris), não muito tempo após seu casamento em 1947 – por amor – com Philip (Matt Smith), membro da família real “estendida”, mas originário da Grécia. A estrutura narrativa escolhida não poderia ser mais acertada, com cada episódio lidando com um tema em particular costurados em sucessão que, quando vistos em conjunto, ganham perfeita cadência e fluidez, contando uma grande e espetacular história maior.
A coroa é pesada para Elizabeth II, que precisa agradar todos e tomar decisões. Sua ingenuidade inicial é aproveitada por todos ao seu redor, o que acabar por gerar conflitos com seu marido playboy e entediado; com sua irmã, a Princesa Margaret (Vanessa Kirby), que perigosamente começa a caminhar pelos mesmos passos de seu tio, o Duque de Windsor (Alex Jennings) que abdicara ao trono por amor à uma mulher divorciada, algo inadmissível para a Igreja; e com sua mãe que se interfere em praticamente todos os assuntos.
Ela recorre, então, a um de seus grandes conselheiros, o Primeiro Ministro britânico, à época e pela terceira vez (não consecutiva), o enigmático Winston Churchill (John Lithgow), um dos maiores estadistas do século XX e que quase sozinho foi o responsável por manter o mundo livre dos nazistas. Já idoso, Churchill tem um grande apego ao poder. Inteligentíssimo, mas incapaz de reconhecer suas limitações físicas, nutre um profundo respeito pela Coroa.
Mas a história privada da monarquia britânica (festas, reuniões, relacionamentos, discussões, educação dos filhos) é entrelaçada não apenas por questões políticas vindas do Gabinete de 10 Downing Street, como também pela geopolítica da época, com uma Inglaterra recém-saída da guerra e completamente em frangalhos e gradativamente perdendo o status de sede do Império Britânico que não tão vagarosamente começa a deixar de existir.
Um dos problemas do pós-guerra foi o histórico Nevoeiro de 1952 – também conhecido como Big Smoke –, quando cerca de 12 mil pessoas morreram e outras 150 mil ficaram gravemente doentes por causa de infeções respiratórias devido à exposição ao ar poluído, entre os dias 05 e 09 de dezembro daquele ano.
Em dezembro de 1952, uma frente fria chegou a Londres e fez com que as pessoas queimassem mais carvão que o usual no inverno. O aumento na poluição do ar foi agravado por uma inversão térmica, causada pela densa massa de ar frio. O acúmulo de poluentes foi crescente, especialmente de fumaça e partículas do carvão que era queimado (todas as fábricas eram movidas a carvão).
Devido aos problemas econômicos, o carvão de melhor qualidade para o aquecimento havia sido exportado. Como resultado, os londrinos usaram o carvão de baixa qualidade, rico em enxofre, o que agravou por demais o problema. Esse particular acontecimento tem destaque num dos episódios. A secretária de Churchill foi uma das vítimas. O nevoeiro tirou toda a visibilidade e, ao atravessar uma rua, ela é atropelada por um ônibus coletivo.
Assistimos a um incrível choque entre o antigo e o novo, entre a tradição e a necessidade de reforma, entre a ancestralidade firme e o futuro incerto.
Sem falar no incrível cenário, figurino, trilha sonora, diálogos apurados, atuações sublimes, cuidado aos detalhes – tudo na mais impressionante perfeição.
E muito mais vem por aí. O projeto é de 60 episódios – logo, mais cinco temporadas. 

Avaliação: *****

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